A Origem dos Guardiões - Livro I (Em Revisão)

8 - Jack Frozt

Minha casa encontrava-se em alvoroço. Duendes e Ietes corriam de um lado para o outro, cuidando dos preparativos para a chegada de Jack. Tooth não parava sossegada, voava de um lado a outro dando ordens as suas fadinhas e checando seu PadFary, um dispositivo criado pelo meu velho para facilitar o trabalho dela com os dentes. E por falar em meu pai, ele traçava com Easter, Sand e dois Ietes, um plano para arrastar Jack até seu forte. Jack Frozt nunca iria até os guardiões somente pela foça da vontade, seria preciso muito mais que isso.

—O plano é o seguinte: Easter, você irá distrair Jack Frozt para que meus Ietes o peguem de surpresa, colocando-o dentro de um saco vermelho e mandando-o direto pelo portal que o trará para cá. — meu pai explicou —Gostou?

—A ideia de jogar ele em um saco me pareceu maravilhosa. — Easter dá leve tapinhas no ombro de meu —Plano brilhante meu amigo, brilhante.

—Vocês estão certos de que é uma boa traze-lo assim? Podemos dificultar a situação. — Sand tentou ser o racional.

—Não há outra escolha meu amigo. — suspirei —Jack Frozt nunca virá até nós de livre e espontânea vontade.

Sand concordou. Mesmo que só topasse por conveniência com Jack, mas nunca tenham trocado uma única palavra um com o outro, ele sabia bem como o rapaz poderia ser impulsivo e individualista. Jack já deixou claro para todos que nos odiava e não via proposito no que fazíamos. Ele não sabia nem da missa a metade. Jack era apenas tolo demais para compreender.

—Vão, rápido! — meu pai enxotou Easter e dois Ietes.

Os três partiram em busca Jack, usando um "buraco de coelho", a pedido do próprio Easter. Ele não se sente confortável usando os portais de meu pai. Enquanto esperávamos, meu pai aproveitou o tempo para dar os últimos toques na decoração da "festa". Aquilo poderia virar um completo desastre e o bonachão do meu pai querem uma festa. Afim de minimizar os impactos na reação de Jack Frozt, decidi subir para um andar acima do que estávamos. Ficaria inicialmente oculta, observando tudo o que acontecia de longe. No momento certo eu apareceria e mediaria a situação caso algo fugisse do controle. Me senti uma covarde por estar "fugindo", eu era a líder, eu que deveria conversar com Jack. Mas nosso passado tinha marcas, não era tão simples eu chegar nele e dizer: "olá, você é um guardião agora". A situação precisava ser levada com calma e paciência.

Os incumbidos da missão não tardaram a voltar. Um portal se abriu próximo a Believe e um saco vermelho transpassou por ele, arremessado pelos Ietes que surgiam do mesmo portal logo em seguida. Acredito que eles não compreenderam muito bem a parte do delicadeza. Easter surgiu do mesmo buraco de coelho aberto por ele outrora, sendo fechado logo após seu retorno ao forte. O saco foi aberto por dentro e Jack Frozt saiu de lá. Meu coração reagiu de imediato, suas batidas tornaram-se descompassadas. Era incrível como aquele rapaz conseguia me desestabilizar tão fácil. E mesmo após esses anos todos, Jack continuava tão bonito quanto o vi pela primeira vez.

—Olha o nosso garoto do gelo, Jack Frozt! — papai cumprimentou em tom gentil —Como foi a viagem?

—Só pode ser sacanagem! — Jack bufou, escondendo a mão esquerda em seu suéter azul gelo —Eu adoro que me enfiem num saco e depois me joguem em um portal mágico para encontrar com pessoas tão adoráveis. — ele foi sarcástico do inicio ao fim.

—Perfeito, a ideia foi minha. — papai também sabia usar do sarcasmo quando queria —Você já deve nos conhecer, é claro.

—Difícil não conhecer os temidos "guardiões". — Jack fez sinal de aspas com os dedos —E por que mesmo eu estou aqui? — ele congelou um duende que passa próximo a ele por puro prazer —Eu estou na lista negra?