14 - Armadilha

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—Angel! Acorda Angel! — uma voz familiar me chamava ao longe.

Havia um toque gelado em minha bochecha, mas isso não me incomodou. O toque era suave, carinhoso, enquanto fazia movimentos circulares no local. Som de pequenas asas batendo farfalhava ao lado de minha orelha direita. Abri meus olhos lentamente, me acostumando com a claridade do local. Minha visão demorou um pouco para focar a fase preocupada de Jack, debruçada sobre mim. Ele sorriu ao me ver despertar, estava aliviado, seus olhos com lágrimas transmitia também o mesmo alívio. A fadinha salto na frente de Jack e flutuava freneticamente em minha vista, aparentando preocupação para comigo. Levantei meu dedo e a fiz ficar parada, uma singela tentativa de demonstrar que está tudo bem. A fadinha se agarrou em meu dedo e o abraçou, ela também chorará, pude notar. Jack me ajudou a levantar, mas a tontura repentina me fez vacilar. Fui amparada por Jack antes de ter a oportunidade de retornar ao chão. Minha mente estava uma bagunça, minhas lembranças recentes retornavam aos poucos.

—Vai com calma, você acabou de acordar. — Jack retirou uma mecha de cabelo de minha face, pondo-a atrás de minha orelha —Você não tem ideia do susto que me deste ao te encontrar caída no chão.

—Não consigo me lembrar muito bem o que aconteceu. — balancei a cabeça para os lados, tentando clarear a mente —O que você está fazendo aqui? Você deveria estar com os demais.

—Alguma coisa me atraiu para esse lugar. — Jack olhou em volta, encontrando as fadinhas enjauladas e os cilindros de dentes amontoados —Então estamos na toca de Breu.

As palavras de Jack serviram como gatilho para as minhas lembranças retornarem. Breu o atrairá atrás de mim, ele precisava de Jack ali também. A Páscoa corria grande risco, a existência de Easter estava em ameaça.

—Você não devia estar aqui Jack, é uma armadilha! — segurei o rapaz pelo ombros, olhando em seus olhos.

—Isso é impossível! — Jack retirou minhas mãos de seus ombros e as segurou, fazendo movimentos circulares nas costas delas —Não teria como eu saber que ti acharia aqui, foi puro instinto que me fez te achar.

—Não Jack, o Breu me usou para ti atrair, eu te trouxe até aqui, não foi o destino. — soltei nossas mãos e encarei o chão.

Estava envergonhada. Eu tinha sido burra o bastante para cair na armadilha de Breu e corroborado para atrair Jack até ali. Burra era a menor das ofensas que eu merecia por falhar como líder. A pior líder da história dos guardiões, me tornei uma piada.

—E como isso seria possível? — Jack levantou meu rosto com ambas as mãos, seu olhar era terno, ele não estava com raiva.

—Danthe! — a resposta de Jack veio em uma voz doce e infantil.

Eram a mesma voz de antes, eram as lembranças cravado nos dentes de Jack chamando por ele. Foi com eles que Breu o atraiu através de mim. Só não conseguia entender como ele conseguira ativar as lembranças de Jack e se infiltrar em minha conexão. Mas conseguira, e as lembranças estavam o chamando, sedentas pelo contato de seu portador original.

—Quem está aí? — Jack olhou ao redor, seu instinto natural de guardião reagira a voz infantil.

—Não é uma pessoa que está chamando Jack, pelo menos não alguém físico. — segurei seu braço antes que ele se afastasse para procurar a dona da voz —É inútil procurar.

—A líder dos guardiões está certa, Jack Frozt. — o eco da voz de Breu preencheu a caverna.

Jack me puxou para perto do si ao ouvir aquela voz, se ponto entre mim e as sombras. O instinto protetor dele estava no pico aquela altura, ele estava preparado para me proteger de Breu se este surgisse das sombras.

A Origem dos Guardiões - Livro I (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora