Capítulo dezessete - Narrado por Amélia

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     Não acredito que estou suspensa por quatro dias. Tudo culpa da Carol. Mesmo eu não tendo feito nada, sofri as consequências. O que direi aos meus pais?

     Cheguei em casa e pela minha surpresa Alan estava no sofá da sala.

    -O que faz aqui tão cedo? - perguntou.

    -Ah... E-eu... - hesitei um pouco. - Fui suspensa.

     -QUÊ? - deu um pulo e ficou em pé.

     -Uma idiota partiu pra cima de mim no meio da escola.

     -Por que ela fez isso?

     -Ah, ela fez isso por causa do Caíque, acha que ele e eu temos algo.

     -Não acredito... - pareceu pensar bem antes de falar. - E vocês têm?

     -Que saco, Alan, já falei que não!

     -Tá legal... - respirou fundo. - E o que você fez?

     -Tentei me defender, não revidei e mesmo assim sai como culpada - falo, muito chateada.

     -Que injustiça - ele nega com a cabeça. - Você devia ter dado uma voadora na garota se iria ser suspensa mesmo.

     -Devia - falo brincando, mas logo caio na real. - Mamãe e papai vão ficar bravos.

     -Vão nada e você não teve culpa.
- ele franze as sobrancelhas e me olha irritado. - Cara, não acredito que esse garoto teve a ver com isso. Estou tentando melhorar, eu juro, mas esse Caíque não ajuda.

     -Quem fez foi ela, Alan. Mas concordo um pouco com você... Não sei o que essa garota estava pensando...

     -Pra falar a verdade, nem eu! Esse Caíque nem é tão bonito assim.. - bufa e cruza os braços.

     -Sério que você não acha? - o provoco. - Eu acho ele maravilhoso.

     -O que ele fez com você, irmã? - põe a mão na minha testa e eu solto uma risada.

      -Estou brincando. Mas confesse que ele é bonito - aponto o indicador em sua direção. - Caíque tem suas qualidades e é um bom garoto apesar do que você pensa.

     -Fala sério! - revirou os olhos. - Sou mais eu.

     -Ai, Alan... Só você pra me fazer rir em uma hora dessas...

   [...]

    À noite chegou e eu já estava ansiosa no meu quarto, esperando meus pais voltarem do trabalho, quando meu celular toca.

     Christian.

     -Alô? - parece assustado. - Baby! Como assim suspensa?!

     -É... Nossa, a ficha ainda não caiu - respiro fundo e me jogo na cama.

     -Aquela cobra da Carol vai ver só! Fiquei sabendo, aliás, o colégio inteiro já sabe. Devia ter usado minha língua afiada para desestabiliza-lá ainda mais.

     -Obrigada por ter me dado apoio naquela hora, Christian. Você é um amigo valioso.

      -Fiz aquilo porque você é uma amiga valiosa também. Não ia ficar parado vendo aquela sucuri apontar o dedo para você.

     -Pelo menos com essa suspensão, não preciso ficar olhando para a cara dela todo dia - faço uma careta.

     -Mas não vai me ver - ela finge um choro dramático e acabo rindo. - Tudo isso por causa do Caíque, dá para acreditar? Quer dizer... Eu também entraria em uma briga por ele...

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