Não acredito que estou suspensa por quatro dias. Tudo culpa da Carol. Mesmo eu não tendo feito nada, sofri as consequências. O que direi aos meus pais?
Cheguei em casa e pela minha surpresa Alan estava no sofá da sala.
-O que faz aqui tão cedo? - perguntou.
-Ah... E-eu... - hesitei um pouco. - Fui suspensa.
-QUÊ? - deu um pulo e ficou em pé.
-Uma idiota partiu pra cima de mim no meio da escola.
-Por que ela fez isso?
-Ah, ela fez isso por causa do Caíque, acha que ele e eu temos algo.
-Não acredito... - pareceu pensar bem antes de falar. - E vocês têm?
-Que saco, Alan, já falei que não!
-Tá legal... - respirou fundo. - E o que você fez?
-Tentei me defender, não revidei e mesmo assim sai como culpada - falo, muito chateada.
-Que injustiça - ele nega com a cabeça. - Você devia ter dado uma voadora na garota se iria ser suspensa mesmo.
-Devia - falo brincando, mas logo caio na real. - Mamãe e papai vão ficar bravos.
-Vão nada e você não teve culpa.
- ele franze as sobrancelhas e me olha irritado. - Cara, não acredito que esse garoto teve a ver com isso. Estou tentando melhorar, eu juro, mas esse Caíque não ajuda.-Quem fez foi ela, Alan. Mas concordo um pouco com você... Não sei o que essa garota estava pensando...
-Pra falar a verdade, nem eu! Esse Caíque nem é tão bonito assim.. - bufa e cruza os braços.
-Sério que você não acha? - o provoco. - Eu acho ele maravilhoso.
-O que ele fez com você, irmã? - põe a mão na minha testa e eu solto uma risada.
-Estou brincando. Mas confesse que ele é bonito - aponto o indicador em sua direção. - Caíque tem suas qualidades e é um bom garoto apesar do que você pensa.
-Fala sério! - revirou os olhos. - Sou mais eu.
-Ai, Alan... Só você pra me fazer rir em uma hora dessas...
[...]
À noite chegou e eu já estava ansiosa no meu quarto, esperando meus pais voltarem do trabalho, quando meu celular toca.
Christian.
-Alô? - parece assustado. - Baby! Como assim suspensa?!
-É... Nossa, a ficha ainda não caiu - respiro fundo e me jogo na cama.
-Aquela cobra da Carol vai ver só! Fiquei sabendo, aliás, o colégio inteiro já sabe. Devia ter usado minha língua afiada para desestabiliza-lá ainda mais.
-Obrigada por ter me dado apoio naquela hora, Christian. Você é um amigo valioso.
-Fiz aquilo porque você é uma amiga valiosa também. Não ia ficar parado vendo aquela sucuri apontar o dedo para você.
-Pelo menos com essa suspensão, não preciso ficar olhando para a cara dela todo dia - faço uma careta.
-Mas não vai me ver - ela finge um choro dramático e acabo rindo. - Tudo isso por causa do Caíque, dá para acreditar? Quer dizer... Eu também entraria em uma briga por ele...
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A Última Aposta
RomanceCaíque, um típico adolescente de dezessete anos, filho de um famoso empresário e irmão de Daniel, que está diagnosticado com leucemia desde os quatro anos de idade, era louco por uma aposta. Amélia, nascida em Minas Gerais, é obrigada a se...