Clap. Clap. Clap.
Carol batia três palmas consecutivas tentando causar mais suspense.
-Vamos lá, gente! Não vai dizer que não está nem um pouco curiosa, Melzinha?
-Não, Carol. Não estou - reviro os olhos. - Mas já que você não vai calar a boca até me dizer, então vai, põe pra fora.
-O quê? - Caíque sussurra. - Amélia, não...
-Está tudo bem. Você acha que alguém acredita no que sai da boca dessa garota?
-Já que insiste... - ela abre um sorriso malicioso e continua:
-Amélia, o Caíque mentiu pra ti. Na verdade, ele vem mentindo esse tempo todo. Que loucura, hein? - e cai na gargalhada.
-Ah é, é? - viro-me pra Sandrinha esperando alguém acabar com essa palhaçada, mas todos, inclusive a plateia já formada, parecem estar mais interessados do que eu.
-Exatamente o que você ouviu.
-E por que eu deveria acreditar, mesmo? - ergo as sobrancelhas.
-Porque é a verdade.
Cruzo os braços, esperando por aquilo terminar de uma vez.
-Tudo bem, você não acredita em mim - suspira. - Mas eu não te culpo. Bom, vamos do início, então - ela se aproxima até encarar meus olhos. - Começo do ano. Não acha estranho o bonitão insistir em falar com você mesmo quando só levava patadas?
Lembro-me de já ter perguntado algo parecido para o Caíque, e ele disse que tinha me achado legal mas logo mudou de assunto. Mesmo assim não vi motivo para ficar remoendo isso em minha mente.
-Tic-tac. Tic-tac. Ainda não sacou, não foi?
-Carol, Olha... - Caíque diz, com a voz um pouco trêmula. Deve ter sido impressão.
-Cale a boca.
-Escuta aqui, garota...
-Céus, já vi que você é lerda demais pra entender - balança a cabeça. - Mas chega de enrolação por hoje.
Carol respira fundo enquanto cruza os braços. E, séria pela primeira vez desde que chegou aqui, solta a possível bomba:
-Amélia, o Caíque só aguentou as tuas grosserias porque foi obrigado. Ele apostou com algum dos amigos que conseguiria te conquistar. Ou até mais que isso...
Começo a rir muito, muito mesmo. O que essa garota tem na cabeça?! Viro-me para Caíque esperando ele me acompanhar, só que sua expressão está séria. E tensa.
-Por que você também não está...?
-Amélia, precisamos conversar. À sós.
E até agora eu não sabia o que era tomar um choque de realidade. Não é possível que o que Carol falou tenha algum pingo de verdade.
-N-Não... Você...?
-Escute-me. Por favor. - ele se aproxima.
-Diga-me q-que ela está blefando.
Caíque tenta segurar minhas mãos, porém me afasto rapidamente e o olho sem saber o que dizer ou fazer.
-Não é verdade. Não é? - tento mais uma vez acabar com aquela agonia.
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A Última Aposta
RomanceCaíque, um típico adolescente de dezessete anos, filho de um famoso empresário e irmão de Daniel, que está diagnosticado com leucemia desde os quatro anos de idade, era louco por uma aposta. Amélia, nascida em Minas Gerais, é obrigada a se...