Capítulo cinco - Narrado por Amélia

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     A primeira semana de aula passou voando e hoje acordei já pensando no primeiro dia do handebol. Desde que dei férias ano passado, não toquei em uma bola. Era simplesmente meu esporte favorito, desde os dez anos, quando fiz meu primeiro gol. Na hora da saída Camila me lembrou de que tinha que falar com Thiago, o professor, pra mudar de esporte, me chamou pra ir com ela e eu acabei aceitando.

     Cheguei em casa e fiz tudo rapidamente. Almocei, tomei banho e já coloquei o uniforme. Era bem diferente do meu outro colégio, um preto com detalhes na cor azul mais claro e o short era curto e justo. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e fui para sala.

     -Quem vai me levar hoje? - pergunto pra qualquer um.

     -É caminho pro meu trabalho, então eu te levo - diz minha mãe. - Mas acho que voltarei mais tarde hoje. Então, Alan, pode buscá-la? - ele está mechendo no celular. - Alan! - grita.

     -Qual é, perdi de fazer um strike! - resmunga.

     -O que é um strike? - mamãe pergunta, confusa.

     -É quando você acerta todos os pinos de uma vez só, ele tá jogando boliche - tento explicar.

     -Enfim, querido, pode buscar a Memelha na volta do handebol?

     -Isso aí é exploração! Já bastou ter que levá-la para caminhar na semana passada...

     -Filho, não exagere. É só hoje.

     -Ah, que saco, tudo bem - faz um gesto de rendição.

     Vou com minha mãe até o colégio e ela me deixa na porta da quadra de esportes. Avisto Camila perto dali, acho que ela está me esperando. Minha mãe desce do carro junto comigo, então resolvo apresentá-las.

     -Mãe, essa é a Camila - falo, me aproximando dela.

     -Que cabelo maravilhoso o seu! Ruiva! - diz, empolgada.

     -Obrigada! Mas a senhora é a mãe dela? Parecem irmãs! - Camila elogia mamãe.

Ou me esculhambou.

     -Ai, você acha mesmo? - ela exclama, enquanto põe a mão no cabelo. - Mas olha, a senhora está no céu. Me chame de Alana.

     -Tudo bem - Camila abre um sorriso gentil.

     -Mãe, a gente tem de ir. 

     -Ah, vão lá meninas. Se divirtam - minha mãe diz e vai embora.

      -Vamos falar com o Thiago, estou louca pra sair do vôlei e entrar no handebol - ela me lembra mais uma vez.

     Entramos no ginásio, porém professor não está lá.

     -Ele deve está na sala dele - disse.

     -Certo - concordei.

     Quando chegamos na sala a porta estava entreaberta.

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