8 ✿ 100 тo 0

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- Eu acho melhor nós voltarmos para a praia. – Léo diz.

- É, estou congelando aqui. – minto, o beijo foi suficiente para me esquentar bastante.

Nós voltamos para a praia e por algum motivo eu senti que Léo tinha ficado distante, tentei afastar esse pensamento da minha cabeça, mas quando chegamos à areia eu ainda procurava um motivo.

- Léo? – eu não vou aguentar, vou ter que perguntar. – O que está acontecendo?

Ele pega seu Vans do lado da minha bolsa, mas não responde a pergunta, ele joga o cabelo para frente e balança ele, o jogando para trás logo depois. Toco no seu ombro nu, mas ele gentilmente se esquiva.

- Kath... – ele coloca as mãos nos meus ombros. – Isso não pode acontecer de novo.

Que?

- Você está falando sério? – pergunto sem conseguir conter minha indignação.

- Eu sei que é ruim falar isso, mas...

- É péssimo você falar isso, Leonardo! - ele dá de ombros.

- Inacreditável... – murmuro e me abaixo para pegar minha bolsa e os sapatos, meus cabelos pingam e deixam bolinhas escuras na areia. Como ele tinha ido de 100 à 0 tão rápido? Talvez, ele nem tenha sido um 100, talvez eu tenha criado na minha cabeça que ele era tão legal, quando na verdade era só mais um babaca que quer ficar com uma menina e depois tratá-la como lixo. E eu fui a grande sortuda da noite.

- Sabe, você não devia ter perdido seu tempo fazendo todo esse teatro. – indico o lugar com os braços e depois pego na sua mão que socou Frank, as juntas de seus dedos estavam machucadas. – Assim eu também não perdia o meu... – essa última parte falo baixo e talvez ele nem tenha escutado, mas dou as costas para ele e saio pisando forte na areia. A grande idiota, eu devia tatuar essas palavras na minha testa, assim ficaria mais fácil para pessoas como Léo me encontrarem. Chego na calçada e olho para os lados pensando numa rota de fuga.

- Katherine? – alívio toma conta de mim quando uma BMW x6 preta para na minha frente e vejo minha mãe dentro dela através da janela aberta.

- Mãe? O que você está fazendo aqui? – olho para trás rapidamente, mas não vejo Léo em lugar nenhum, ainda bem.

- Porque você está toda molhada, pelo amor de Deus! – a rua está deserta e ninguém buzina para minha mãe. – Entra no carro agora.

Obedeço e entro no carro, coloco os pés em cima do banco e deito a cabeça nos joelhos com os olhos fechados, que noite de merda...E algo me dizia que as coisas só estavam para piorar.

- Eu devo perguntar por que você está encharcando meu banco às três e meia da manhã? – minha mãe me avalia pelo canto do olho.

- Por favor, não. – coloco o queixo nos joelhos e nego com a cabeça, os olhos ainda fechados me mostravam flashes desagradáveis.

Chegamos em casa e eu subo as escadas sem olhar para trás, Dorothy vai ter que limpar as poças de água que deixei no chão, em dias normais minha mãe provavelmente me obrigaria à limpar minha própria bagunça, mas se ela falasse comigo hoje eu ia simplesmente ignorá-la. Corro para meu banheiro e tiro o vestido preto que está colado no corpo, entro no banho quente e deixo a água relaxar meus músculos e levar embora todo o sal. Em algum momento do banho me pego rindo de nervoso, lembrando das mãos de Léo puxando meu cabelo enquanto eu beijava seus lábios salgados, da sensação no topo do meu estômago quando sua mão deslizou pelas minhas costas até parar na minha cintura, e ele me puxar para perto.

Coloco uma blusa listrada azul marinho e branco que vai até meio das minhas coxas e me deito embaixo das cobertas brancas que estão cheirosas, e pela primeira vez desde que saí de casa no começo da noite, me sinto realmente confortável.

As lembranças da noite começam a aparecer diante dos meus olhos todas as vezes que eu os fecho, ter alucinações era um dos piores efeitos colaterais de beber, aquele momento que você deita na sua cama no silêncio do seu quarto, mas parece que as pessoas ainda andam sobre seu corpo, como se você tivesse caída no meio da festa. Sento na cama para afastar os pensamentos que minha mente cria por conta própria. O quarto escuro é iluminado por um feixe de luz quando minha mãe abre a porta e entra, ela já usa sua camisola longa de seda e seu cabelo loiro está preso em um coque como sempre está antes dela se deitar para dormir. Ela se aproxima da minha cama e se senta na minha frente com as pernas cruzadas.

- Eu não vou conseguir dormir se você não me contar o que aconteceu. – ela tenta disfarçar a preocupação em sua voz usando um tom meio arrogante, impressionante como ela nunca baixava a guarda.

- Nada demais aconteceu, mãe. – volto a me deitar e sinto sua mão dar um leve aperto na minha canela, então ela se levanta e vai embora.

Deixando-me mais uma vez sozinha comigo mesma, e sozinha minha mente tinha capacidade de trazer à tona as lembranças da noite. E é assim que eu durmo, com gosto de cranberrie na boca e um par de olhos azuis dançando no escuro dos meus fechados.

Magnets ➳ Leonardo DicaprioOnde histórias criam vida. Descubra agora