Prólogo

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Meus olhos correm pelas palavras em busca de mais informações a respeito do boudoir. Apesar de saber a origem da palavra, eu quero e realmente preciso saber mais sobre esse tipo de ensaio fotográfico. Talvez o fazer seja um bom presente de casamento; nada melhor do que estimular um pouco o Keith nesse jogo provocações. O problema vai ser achar sensualidade na magrela que sou. Com a correria da vida de universitária e dona de uma vinícola quase falida, ficou difícil cuidar de mim. Felizmente eu já finalizei a graduação em arquitetura na melhor universidade da França e tirei a Vins Champoudry do fundo do poço. Assim, terei tempo de sobra para cuidar dos últimos preparativos para o meu casamento com o sargento Keith Roberts, que será daqui a seis meses. Eu só preciso voltar aos Estados Unidos.

Suspiro, fecho a aba da pesquisa e encaro a da Focus Studio Photography, um dos poucos estúdios de Nova Iorque que trabalha com o estilo. Amanda Smith é a CEO, dona e a pessoa que se deve contatar. Mordo o lábio inferior, tentada a fazer o contato. Decide, Elena. Decide. Frustrada e indecisa, fecho o notebook e suspiro outra vez. Passou da hora de deixar de ser essa mulher insegura. Advirto-me. O mundo não tem mais espaço para isso, Elena.

— Elena? — O tom de voz do Keith me assusta e eu viro, o vendo entrar no quarto.

— Oi. — Eu levanto da escrivaninha e vou até ele.

O homem loiro e forte tem 1,85m de altura, me deixando diminuta. Seus olhos são de um azul claro tentador, o rosto com traços másculos e a barba é espessa. Os lábios, levemente rosados, os dentes impecavelmente alvos e o sorriso de me tirar o fôlego. Ele me recebe em seus braços e eu repouso a cabeça em seu peitoral, sentindo a calmaria se apoderar de mim de maneira gradativa.

— Esteve mordendo o lábio outra vez? — Aqui está aquele tom de repreensão.

— Desculpe. — Encolho os ombros.

— Sabe que eu não gosto disso, Elena. — Ele ergue meu rosto e analisa meu lábio. — Isso deixa seu lindo lábio marcado.

— É costume — murmuro.

— Deve perdê-lo. Eu realmente odeio.

— Certo.

— O que estava fazendo? — Keith mantém os lindos olhos azuis em mim.

— Pesquisando.

— Sempre em busca de mais informações, não é, sua leitora insaciável? — Ele sorri, me desarmando.

— Sempre. Não seria eu se não o fizesse. — Sorrio de volta.

— Tem toda a razão.

— E eu posso saber o que o está deixando tão feliz? — Sento na cadeira outra vez e ele se acomoda no recamier, diante da nossa cama de casal.

— Estou indo a Israel. — Ele amplia ainda mais o sorriso, enquanto o meu, some do meu rosto em um milésimo de segundo.

— Como? — Ainda bem que estou sentada, do contrário...

— Isso mesmo o que você ouviu. — Ele infla o peito, orgulhoso. — Não é demais?

— Keith, o que você tem na cabeça? — Eu me altero. — Como pôde aceitar essa convocação?

— O que tem de mais?

O que tem de mais?! — Repito a pergunta, incrédula. — Vamos nos casar dentro de seis meses...

— Eu sei. Eu volto antes que você sinta a minha falta. — Ele me dá uma piscadela, sedutor. — Ora, Elena, desfaça essa cara, meu doce.

— Quando parte?

Encontro de SeduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora