Capítulo 7

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Tobias abre a porta do carro para mim e me oferece a mão enluvada. Ele servira ao exército com Keith, por apenas um ano, mas esse tempo fora o suficiente para que fosse convidado a trabalhar para mim. Um pouco depois da morte do meu noivo, eu sofri um atentado e não quero nem pensar o que seria de mim sem o Tobias para me proteger. Seguro firme em sua mão e com sua ajuda, saio e sigo pelo caminho de pedras em direção à entrada do clube de equitação. Olivier era um frequentador assíduo desse lugar e dois anos após a sua morte, Duff, seu cavalo, veio a falecer. Eles chegaram a competir algumas vezes e, assim que chego ao hall, vejo o imenso porta-medalhas atrás da recepção, ocupando toda a parede. Controlo a vontade de chorar, me aproximo da moça que está ali e consequentemente, do expositor. Retiro meus óculos escuros.

— Senhorita Champoudry! Boa tarde. — A recepcionista sorri para mim.

— Boa tarde. A senhora Clarke está?

— Sim, todavia, não sei onde exatamente. Ela disse que ia fazer uma ronda... Desculpe.

— Não precisa pedir desculpa. Eu posso ver se a encontro?

— Não prefere que eu vá? — Ela fecha um caderno e arruma a camisa de botão cinza com cor de vinho.

— Não precisa. Eu mesma posso ir.

— Então, por favor, siga pelo corredor. — Ela o indica.

Merci.

Coloco os óculos outra vez e vou em direção ao corredor, ao meu lado direito. Assim que entro ali, sou recebida pela luz do sol que invade o local graças ao fato de não haver paredes à minha direita. Em compensação, ao lado esquerdo, é possível ver a parede repleta de troféus, onde a maioria é de primeiro colocado. Afago o vidro diante do último troféu que o Olivier recebeu e vejo Carol Clarke devidamente vestida para uma equitação de trabalho, todavia, ela está do lado de fora da arena, e me parece incentivar um homem.

Eu passo por entre duas, das quatro colunas ali presentes, e vou em sua direção, feliz por estar de óculos. Por ter precisado ir às reformas e construções mais cedo, optei por um estilo de roupa mais confortável: jeans escura e justa, uma camisa de botão em denim e sapatilhas com estampa de onça. Coloco a bolsa marrom no antebraço, todavia, ela desliza até a curva do cotovelo quando eu ergo a mão para retirar os óculos.

— Vamos, Ben! — ela incentiva.

— Senhora Clarke?

Carol me olha e sorri imensamente.

Douce Elena. — Ela me cumprimenta com dois beijos. — Como vai, querida?

— Muito bem, obrigada e a senhora?

— Também, obrigada. Desculpe-me por não ter ido ao Centenário. — Ela afaga meu braço. — Eu estava tão ocupada com o Baile de Máscaras...

— Eu entendo, Carol.

— Eu deveria ter demonstrado um pouco mais de respeito. Seu pai era um grande amigo, além do mais, ele representou o meu clube diversas vezes. Desculpe.

— Eu entendo. — Repito. — Essas coisas acontecem, Carol. Não se cobre tanto. — É minha vez de afagar seu braço.

— Independente, eu estou muito orgulhosa de você. Fez um lindo discurso.

Eu sorrio para a mulher de cabelos curtos e grisalhos. Ela é um pouco mais alta que eu, esbelta, possui os olhos azuis um grande sorriso contagiante.

Merci. Papai merecia todo o crédito.

— E ele teve, querida. — Carol sorri.

— Senhorita Champoudry — diz Benjamin Campbell, descendo do cavalo e se aproximando em seguida.

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