Capítulo 5

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Eu saio do carro diante do prédio da revista Ellementary e caminho a passos firmes em direção ao elevador, mesmo praticamente morrendo por dentro. Depois de um fim de semana turbulento, cheio de altos e baixos, finalmente chegou a tão ansiada segunda-feira. Ansiada apenas por mim, provavelmente, mas de qualquer maneira, nada melhor do que estar de volta ao que se ama. Cumprimento o pessoal da recepção com um aceno de cabeça e quando as portas se abrem, eu me deparo com o ascensorista.

— Bom dia, senhorita Champoudry. Seja muito bem-vinda.

Bon jour, Rodolfo, et merci beaucoup. Andar da redação, s'il vous plaît.

— Como desejar.

Ele aperta o botão e então o elevador começa a subir. O prédio é dividido com mais algumas empresas, mas, anteriormente, era apenas da antiga revista. Como não estava dando certo ter tantos andares e ser uma falida, aluguei alguns. Sem contar que aqui também tem a minha empresa de arquitetura. Praticidade faz parte da vida e eu não seria tola de sair do meu prédio para ir a outro.

As portas se abrem no décimo primeiro andar e a quantidade de pessoas que estão trabalhando aqui é de impressionar. Eu agradeço e saio dali, atraindo a atenção de todos. Para a minha surpresa, eles começam a me aplaudir e eu sinto minhas bochechas esquentarem.

— O que eu fiz? — questiono, assim que eles cessam.

— Belo discurso — diz um rapaz e eu sorrio.

Merci. Eu estava tão nervosa que vocês nem imaginam. Sequer tive tempo de preparar algo, acreditam?

— Bem-vinda de volta, senhorita Champoudry — diz outro.

Merci.

— Mesmo não tendo preparado nada, foi incrível. Juro que chorei — diz uma mulher e eu rio.

— Não foi minha intenção. Muito obrigada, de verdade.

— Queremos ver no dia do aniversário de cinco anos da Ellementary — diz outra.

— Farei meu melhor, prometo.

Eles voltam ao trabalho e eu olho para Michele. Ela é da minha altura, possui os cabelos castanhos ondulados e compridos, pele clara e olhos escuros. Mesmo estando de blazer e jeans, é possível ver que ela tem um corpo magro.

— Bom dia, senhorita Champoudry. — Ela sorri.

— Bom dia, Michele.

— Realmente foi um belo discurso.

Merci. Eu não esperava ter tal repercussão. — Meu smartphone pessoal toca e eu o pego da bolsa. — Com licença. — Deslizo a tela para atender. — Champoudry.

Bom dia, senhorita. Aqui quem fala é a Amanda Smith.

— Oh, senhorita Smith. Bom dia.

Recebi seu e-mail nesse fim de semana e gostaria de informá-la que tenho uma hora disponível para a nossa reunião. Às dez está bom para a senhorita?

— Está perfeito. Muito obrigada por me ligar. Chegarei no horário.

Estarei lhe esperando. Tenha um excelente dia.

— A senhorita também. — Encerro a ligação e largo o smartphone na bolsa. — Parker? — Olho Michele.

— Ela ainda não chegou, senhorita.

Eu olho a sua mesa e suspiro.

— Eu vou matar a Tiana. — Franzo os lábios. — Como ela pode mandar aquela menina insolente?

Encontro de SeduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora