Capítulo 20

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Olar a todas. Quero pedir desculpa pelo atraso imenso. Em minha defesa, eu tenho algumas justificativas.

1. Há semanas a minha cunhada tem levado o notebook para o trabalho. Eu não contei a vocês, mas o que o meu namorado havia me dado para digitar, morreu há mais de um ano, então eu estou usando o da casa dele, então eu não tenho direito algum sobre esse. Ela deixou lá por dias.

2. Quando o trouxe para casa, semana passada, trouxe quebrado. O botão de ligar o wi-fi, não é no teclado, como os normais; ele tem um botão na frente, perto das luzes que indicam "carregando" e "ligado", e como ela o trazia em pé, na cadeira de segurança do filho, como se fosse uma criança, o balanço acabou prejudicando o botão. Como o meu namorado é expert nesse quesito, ele reparou ontem, eu acho.

3. Meu sobrinho está de férias, então fica complicado dar total atenção às histórias. Como vocês ainda não sabem, eu tenho um sobrinho, filho dessa cunhada, de dois anos, cujo eu cuido e educo da melhor maneira que eu posso.

Como foi o Natal de vocês? Eu espero que tenha sido bom. Sem mais enrolação, boa leitura.

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— Um Normandie? — questiona Neville, assim que Benjamin lhe oferece a garrafa.

Ben está ao meu lado, usando um terno navy, com camisa interna branca e sapatos pretos. Os cabelos estão levemente bagunçados, resultado de um amasso dentro do quarto assim que ele me viu. Precisei trocar de calcinha antes de sairmos, pois havia molhado a anterior e não é nada confortável ficar com uma nesse estado por muito tempo. Entramos na casa do Neville e eu me deparo com uma loira lindíssima. Um pouco mais alta do que eu, ela tem um sorriso formidável e muito convidativo. Usa um tubinho branco, na altura dos joelhos e os cabelos soltos.

— Nós íamos trazer vinho, mas decidimos inovar. — Eu aperto levemente a mão do Ben e ele retribui.

— Sejam muito bem-vindos. Essa é a minha noiva. — Neville a indica.

— Avril Marc. — Ela estende a mão e eu a cumprimento.

— Elena Champoudry.

— Benjamin Campbell. — Ele lhe beija o dorso da mão.

— Desculpem o transtorno lá fora. — Faço uma careta.

— Como você está? — Avril me puxa pela mão para sentar no sofá. — Eu vi a notícia em todos os canais daqui...

E eu passo um tempo conversando com ela, enquanto Benjamin e Neville estão diante da adega. A decoração da sala é confortável e tão contemporânea quanto o exterior. As costas dos três sofás brancos e modulares possuem aparadores de madeira, com alguns objetos e livros. O piso de madeira é espetacular e se estende para além da sala, pelo que vejo. No centro dos sofás há uma mesinha com duas esculturas, uma pequena e outra média e diante, uma lareira e uma imensa televisão na parede acima.

— Eu estou bem. Depois que Benjamin chegou, eu consegui me acalmar. Eu jamais pensei que poderia passar por algo desse tipo.

— Deve ter sido horrível. — Ela demonstra compaixão e eu concordo.

— Pior ainda é ter que ser mantida em cárcere. As portas da minha vinícola nunca se fecharam durante o dia, e agora... É triste demais, sabe? — Eu olho para Ben e ele me oferece uma taça de vinho. — Porém, não é algo que eu posso mudar por enquanto. Eu prefiro ficar em paz do que ter uma quantidade imensa de repórteres no meu pé, mesmo depois de eu ter dado uma coletiva.

— Você se saiu tão bem. Eu morro de inveja da naturalidade com a qual você lida com tantas câmeras.

Isso é algo meu, querida. Eu sorrio e bebo um pouco do meu vinho.

Encontro de SeduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora