Capítulo 13

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Eu abro os olhos e me espreguiço, querendo encontrar disposição para sair da cama. Arregalo os olhos ao lembrar que Benjamin esteve aqui na noite passada e que fizemos amor algumas vezes durante a madrugada. Não foi? Eu me sento, ereta e procuro por qualquer vestígio seu. Eu estou pelada outra vez, bem como sozinha em meu quarto. Outro sonho, Elena? O que está acontecendo com você? Por que foi que deixou de se consultar? Desse jeito vai acabar enlouquecendo...

— Bom dia, mon Petit. — A frase interrompe meus pensamentos e eu olho para porta. Benjamin entra no quarto com uma bandeja de café da manhã, com um vasinho contendo uma rosa vermelha. — Eu sei que não gosta de rosas, mas foi o que deu para comprar na pressa.

— Você saiu só para comprar uma rosa antes de eu acordar? — Recosto-me na cabeceira, tentando arrumar os cabelos.

— Pensei em comermos na sua sala de estar. — Ele a indica com o nariz, do outro lado do quarto.

— Claro. Coloca a bandeja lá e eu vou vestir o robe. — Eu saio da cama e vou ao closet.

— Desse jeito, você vai me matar — diz, de onde quer que esteja.

— Que bobagem. — Escolho um robe preto, de seda e o visto.

— Nada de bobagem. — Benjamin me abraça por trás e segura a corda do robe. — Bom dia. — Amarra-a.

— Bom dia. — Viro-me e lhe dou um beijinho. — Preciso lavar o rosto. — Faço uma careta e ele ri.

— Vai lá. — Ele dá uma tapinha na minha bunda e eu solto um gritinho de surpresa. — Esse lugar é imenso.

— Não é? — Entro no banheiro e lavo o rosto.

— Você ama, não é?

— Bem... — Eu hesito e mordo o lábio inferior. Como dizer a ele que eu sofro de claustrofobia e que é um martírio passar tanto tempo dentro de uma cabine que parece que vai se fechar comigo dentro ou despencar sem que ele se preocupe?

— Vem comer.

Eu seco o rosto e saio dali, indo até a minha sala. Acomodo-me no sofá de dois lugares, com Benjamin ao meu lado.

— Você não me respondeu. — Eu o olho e percebo que ele está com outra roupa. — Você foi embora?

— Eu não dormi aqui.

Non? — Ergo as sobrancelhas.

— Não. — Ele arregaça as mangas da camisa jeans e se estica para pegar algo.

— Eu posso saber por quê?

Benjamin inspira fundo.

— Porque eu não costumo dormir fora do meu apartamento. Eu te falei que tenho manias... — Ele me oferece uma colher de frutas e eu como.

— Obrigada — digo, depois de engolir.

— Não está chateada, está?

— Eu só não esperava que você fosse embora. Muito menos sem se despedir.

— Você estava dormindo. E eu voltei. Isso não basta?

Eu pego uma torrada, passo geleia e como. Ben me entrega a rosa e ergue as sobrancelhas duas vezes, divertido.

— Desculpa. Não foi fácil subir essa manhã. O porteiro de ontem não colocou meu nome em outra lista. — Ele revira os olhos. — Tive que mandar o dessa manhã olhar na lista em que comumente anotam, dei a hora. Ele hesitou, dizendo que você não é de permitir que ninguém suba sem autorizar. E depois de muita insistência, ele analisou e então liberou. Por que só tem meu nome na lista?

Encontro de SeduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora