Capítulo 31

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Sem o Comandante Ryan eu não vivo...

Eu corria sem olhar para onde eu ia e nada mais me importava se eu não conhecia nada do planeta Antariano, para onde eu corresse daria a mesma coisa. Naquele momento que eu tinha percebido a porcaria que eu fiz de beber e trair o Comandante Ryan das Frotas Estelares do Ar de Antares, ele me amava, que foi que eu fiz traí-lo. Ele demonstrou amor por mim em público e retribuí por ciúmes dele, com a traição. Comandante Ryan não merecia isso vindo de mim.

"Eu não presto, não valia o que eu comia."

Pensava enquanto forçava lembrar algo que estava num turbilhão de memória das lembranças assustadoras, ao menos a mim era. Eu corri tanto sem saber para onde, eu queria o Ryan, eu precisava dele e precisava desesperadamente me explicar a ele, por que fui beber.

Corri tanto, mais tanto, que meus amigos não me alcançaram. Correndo e chorando passei pela Realeza André em uma praça. Ele parou estático me olhando. Eu não dei atenção a ele mesmo o achando um gato que me seduzia sem ele querer. Continuei correndo e chorando pelo meu desespero de ter traído o Ryan. Corria pensando em Ryan, nosso primeiro beijo na nave D'ele. Momentos únicos que por um beijo em Renan, fui condenado viver sem o meu sisudo.

Por queee eu bebi e trai o Comandante Ryan. A cada passada cadenciada da minha corrida meu coração corria junto cadenciando as batidas. Ao longe eu avistei matas e senti necessidade de ficar sozinho, me excluir do mundo de Antares e refletir as besteiras que fiz com meu Ryan. 

Ainda correndo sem destino, sem conhecer nada de Antares e seus perigos. Eu me embrenhei mata adentro. Rosnados de animais selvagens, se eu morresse, seria melhor. Eu não sobreviveria sem o meu Ryan, então a morte seria o melhor para mim naquele momento.

Enquanto eu corria o máximo que eu conseguia, as árvores pareciam passar correndo por mim. Mato batia em meu peito e nada me barrava naquele desespero do meu erro de traição.

Eu me auto condenando pelo erro, onde eu iria parar não sabia. Sabia que precisava correr, correr e correr. Como se correr apagasse meu erro com o Ryan. Nada mais me importava, perdi meu sisudo, perdi a vontade de viver. Sem ele nada teria mais sentido em minha vida e o conhecendo um pouco, ele poderia até me perdoar, nunca mais iria me namorar de novo.

Na velocidade máxima que eu conseguia correr entre lágrimas de arrependimento de ter traído Ryan, porém, nessa alta velocidade, eu nada via a minha frente. Somente árvores e matas passando no sentido contrário da minha corrida pelas desconhecidas matas Antarianas.

Correndo veloz não sentia mais o chão abaixo dos meus pés. Senti meu corpo caindo em queda livre, sem amarras. Eu estava caindo em um penhasco com uma cachoeira gigante. Caindo eu Lembrei-me do sonho que eu havia tido quando adormeci no Titanic Voador, a Nave Matriz. 

Era o meu fim, eu merecia aquele triste fim da minha vida...

Fechei meus olhos para não assistir meu próprio fim. Era deliciosa a sensação de parecer voar, seria rápido, quase indolor o meu fim. Caindo eu gritava. Talvez eu nada sentisse além de ouvir meus ossos se mutilarem quando eu atingisse o solo mais de 100 metros de altura a queda.

Sentia o vento batendo em meu rosto, olhos fechados caindo quando senti meu corpo frear bruscamente ainda em queda livre. Senti um forte solavanco no corpo, arrancando o ar dos meus pulmões num gemido único daquele solavanco que senti.

Abri os olhos e permaneci o olhando no fundo dos olhos D'ele. Era a Realeza André, ele não era um Ser comum, ele era um Vampiro, foi exato como no meu sonho na nave matriz quando sonhei exato o que estava acontecendo. Não como em filmes de terror, ele era mais lindo do que já era, ele me salvou. Deveria ser um de seus poderes, ele conseguia voar saltando de um canto a outro nos paredões rochosos daquele penhasco com as águas da gigante cachoeira respingando em nós. Ele com uma força descomunal me carregava em seus braços.

Ele'S - Ficção Científica - (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora