Capítulo 2

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Choque de realidade

Não sabia quantos minutos, segundos ou horas eu havia dormido.

Não fazia a mínima ideia da amplitude da confusão que nos metemos eu, e meus amigos. Por que era o que mais seria provável, uma baita confusão que nós havíamos nos metido. Lembrei que eu estava dependurado quase chegando ao topo do penhasco na montanha quando eu senti um baque muito forte no meu corpo. Meus ouvidos e cabeça perderam os sentidos naquele momento tenso da escalada nas montanhas.

Eu senti meu corpo caindo em queda livre sem nenhuma amarra a cintos ou cordas protetoras de segurança da escalada que eu usava. Vez ou outra, eu ouvia o tilintar dos ganchos do equipamento de segurança da escalada que eu usava, esbarrando no rochedo, e eu?

Caindo em queda livre e creio que quase sem consciência. Forcei a mente a qualquer lembrança que me revelasse o que estava havendo comigo, resmunguei tentando raciocinar:

─ Explosão ensurdecedora, brilho que me cegou e por certo cegou meus amigos igualmente. O que seria tudo aquilo que me trouxe a essa sala hospitalar?

Estava pirando sem respostas, aliás, informações sólidas. Por que tudo me parecia um sonho, gozação daqueles que se diziam doutores ETs. Lindos com certeza; no entanto, loucos.

O que estava acontecendo, onde eu estava, onde de fato estava a minha galera. Que tipo de sala seria aquela que para mim era o que eu deduzia, segundo a Ciber a "parede", não era um hospital coisa nenhuma. 

Decidi bancar o amigo obediente da "parede".

Vai que ela simpatizasse e abrisse a porta para mim?

Equilibrando meu corpo eu levantei da mesa gelada, caminhando olhava para as paredes. Não havia algo ou alguém que eu pudesse olhar para chamar; era para as paredes. Chamei-a por vezes ─ Ciber? ─ Nada ─ Cibeeer ─ Eu alterei o tom de voz uma, duas, três vezes e nada ─ Cibeeer. Qual é, decidiu ficar muda virando uma parede de verdade agora?

Eu estava enrolado na toalha branca felpuda de antes e caminhava pela sala. Eu já estava bom no lance do equilíbrio. Andar me equilibrando no balanço da sala hospitalar em alto mar, se é que estivéssemos em alto mar. Nada fazia sentido, como estar em alto mar, se nossa cidade não existia mar. Nós estávamos algumas horas das montanhas de onde nós morávamos, era o que eu achava ─ Que porcaria está acontecendo aquiii?

Comecei a gritar como um louco, alguém viria ver o que acontecia comigo para eu estar me esgoelando daquele jeito. Não deu noutra. As portas deslizaram abrindo. O doutor loiro entrou me procurando, eu havia me esgueirado grudado à parede. Quando ele entrou, eu saí correndo pelos corredores parecendo mais doido do que alguém em fuga.

Eu corria olhando para traz vendo se ele estava me alcançando e cheguei a parar para olhá-lo. Ele não correu atrás de mim e tentar me impedir de sair. Parado na porta da sala hospitalar, ele me olhava sorrindo de mãos na cintura sacolejando negativa sua cabeça como quem diz...

"Não adianta você correr".

Que medo me deu, sorriso sinistro naquela altura dos acontecimentos estranhos. Parado o olhando sem saber se agora eu corria ou voltava ou para onde eu iria. Caminhei rápido naquele corredor longo em T e no fim dele, pensei. Ir para a direita ou à esquerda? Fiz o tradicional... "Minha mãe mandou ir por esse daqui, como eu sou teimoso, irei por aqui". Fui!

Correndo eu dobrei a direita, parando automático derrapando pelo piso liso. Caminhei lento observando ao longe vindo pelo corredor de cor branca em minha direção algumas pessoas.

Ele'S - Ficção Científica - (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora