Capítulo 8

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Ashlyn o seguiu, coxeando, fazendo todo o possível por se manter perto dele.

-Não respondeu a minha pergunta. Se for um demônio, posso aceitar. Seriamente. Não vou me assustar, nem nada parecido. Só quero saber para poder me preparar.

Não houve resposta.

-Nada de conversação. - respondeu ele sem diminuir o passo enquanto subiam pelas escadas. -Possivelmente mais tarde.

Mais tarde. Não era o que ela teria desejado, mas era melhor que nada.

-Espero que sim.

Tropeçou e se encolheu ao sentir uma aguda dor no tornozelo. Maddox se deteve bruscamente. Antes que ela se desse conta, se chocou contra
suas costas e deu um grito de susto. Imediatamente, sentiu um calor, um comichão.

-Te fiz mal?

-Não.

-Não minta para mim.

-Torci o tornozelo ontem à noite. - admitiu Ashlyn em voz baixa.

Seus traços se suavizaram enquanto a percorria lentamente com o olhar. se deteve em seus seios, em suas coxas. Ela se arrepiou. Era como se a estivesse despindo objeto a objeto, deixando-a sem nada. E ela gostou. Seu coração pulsava rapidamente no peito. Sentiu uma umidade entre as pernas. De repente, já não importavam as respostas, a dor do tornozelo nem o intumescimento. Seu estômago se encolheu de necessidade. Tinha calor. Queria que a abraçasse, que a reconfortasse. Um instante depois se deu conta de que estava esticando os braços para ele.

-Não me toque. - disse Maddox, e deu um passo para trás para pôr distância entre eles. -Ainda não.

Ela baixou os braços com decepção.

Nem respostas, nem carícias, pensou,
tentando conter o prazer que sentia ao estar por fim perto do homem que lhe tinha consumido o pensamento durante toda a noite. Seu calor, o silêncio... Uma combinação letal para o sentido comum.

O que necessitava, o que queria, era uma carícia. Entretanto, ele estava decidido a lhe negar.

-E respirar? Posso respirar?

Os lábios de Maddox se curvaram outra vez e, o leve sorriso suavizou a ferocidade de seu rosto.

-Se o fizer silenciosamente.

Ela entreabriu os olhos.

-Claro, é um encanto. Muito obrigada.

Aquele sorriso se fez enorme, e sua força cortou o fôlego de Ashlyn. Era muito bonito absolutamente hipnotizante. Ashlyn se viu de novo apanhada em sua armadilha… Como conseguia lhe fazer isso? E de novo esticou a mão sem pensar.

Desejava sentir a faísca do contato. Desejava... desejava... Ele sacudiu a cabeça com veemência. Ela ficou imóvel, zangada com ele, consigo
mesma.

-Há algo que necessito antes que comece o contato.

-O que é?

-Não importa. O que importa é que não me respondeu. Esteve na cela toda a noite?

-Sim.

-Lhe deram comida?

-Não.

-E mantas?

-Não.

-Alguém te fez mal? - inquiriu ele, e um músculo se moveu na mandíbula, uma, duas vezes. Ela ficou confusa.

-Sim, claro.

-Quem?

O rosto de Maddox começou aquela estranha mudança, e sob sua pele apareceu a máscara de um esqueleto. Mesmo seus olhos mudaram. O violeta se voltou negro e depois um vermelho que brilhava espantosamente. Um nó se formou na gargante de Ashlyn. O que faz aqui parada? Corre!

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