Ashlyn o seguiu, coxeando, fazendo todo o possível por se manter perto dele.
-Não respondeu a minha pergunta. Se for um demônio, posso aceitar. Seriamente. Não vou me assustar, nem nada parecido. Só quero saber para poder me preparar.
Não houve resposta.
-Nada de conversação. - respondeu ele sem diminuir o passo enquanto subiam pelas escadas. -Possivelmente mais tarde.
Mais tarde. Não era o que ela teria desejado, mas era melhor que nada.
-Espero que sim.
Tropeçou e se encolheu ao sentir uma aguda dor no tornozelo. Maddox se deteve bruscamente. Antes que ela se desse conta, se chocou contra
suas costas e deu um grito de susto. Imediatamente, sentiu um calor, um comichão.-Te fiz mal?
-Não.
-Não minta para mim.
-Torci o tornozelo ontem à noite. - admitiu Ashlyn em voz baixa.
Seus traços se suavizaram enquanto a percorria lentamente com o olhar. se deteve em seus seios, em suas coxas. Ela se arrepiou. Era como se a estivesse despindo objeto a objeto, deixando-a sem nada. E ela gostou. Seu coração pulsava rapidamente no peito. Sentiu uma umidade entre as pernas. De repente, já não importavam as respostas, a dor do tornozelo nem o intumescimento. Seu estômago se encolheu de necessidade. Tinha calor. Queria que a abraçasse, que a reconfortasse. Um instante depois se deu conta de que estava esticando os braços para ele.
-Não me toque. - disse Maddox, e deu um passo para trás para pôr distância entre eles. -Ainda não.
Ela baixou os braços com decepção.
Nem respostas, nem carícias, pensou,
tentando conter o prazer que sentia ao estar por fim perto do homem que lhe tinha consumido o pensamento durante toda a noite. Seu calor, o silêncio... Uma combinação letal para o sentido comum.O que necessitava, o que queria, era uma carícia. Entretanto, ele estava decidido a lhe negar.
-E respirar? Posso respirar?
Os lábios de Maddox se curvaram outra vez e, o leve sorriso suavizou a ferocidade de seu rosto.
-Se o fizer silenciosamente.
Ela entreabriu os olhos.
-Claro, é um encanto. Muito obrigada.
Aquele sorriso se fez enorme, e sua força cortou o fôlego de Ashlyn. Era muito bonito absolutamente hipnotizante. Ashlyn se viu de novo apanhada em sua armadilha… Como conseguia lhe fazer isso? E de novo esticou a mão sem pensar.
Desejava sentir a faísca do contato. Desejava... desejava... Ele sacudiu a cabeça com veemência. Ela ficou imóvel, zangada com ele, consigo
mesma.-Há algo que necessito antes que comece o contato.
-O que é?
-Não importa. O que importa é que não me respondeu. Esteve na cela toda a noite?
-Sim.
-Lhe deram comida?
-Não.
-E mantas?
-Não.
-Alguém te fez mal? - inquiriu ele, e um músculo se moveu na mandíbula, uma, duas vezes. Ela ficou confusa.
-Sim, claro.
-Quem?
O rosto de Maddox começou aquela estranha mudança, e sob sua pele apareceu a máscara de um esqueleto. Mesmo seus olhos mudaram. O violeta se voltou negro e depois um vermelho que brilhava espantosamente. Um nó se formou na gargante de Ashlyn. O que faz aqui parada? Corre!
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A Noite Mais Escura
General FictionUm guerreiro imortal amaldiçoado a morrer todas as noites, apenas para acordar na manhã seguinte sabendo que irá morrer novamente. Uma mortal com poderes além da imaginação... Ashlyn Darrow sempre tinha vivido atormentada por vozes do passado. Para...