Capítulo 9

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Se encaminhou para a sala de entretenimento em busca dos outros. O espírito ronronou de impaciência.

O corpo de Maddox doía pela ansia de brigar, mas não encontrou ninguém na sala, nem tampouco nos quartos de seus companheiros. Depois de percorrer toda a fortaleza estava tão frustrado que começou a gritar.

-Onde estão todos?

Deu um murro na parede, e depois outro, com tanta força que deixou entalhes. Amassou seus nódulos e lhe pulsavam de dor, mas uma dor boa, uma dor que fazia que o espírito ronronasse de felicidade.

-O que está fazendo? Está quebrando as paredes em vez de as arrumar?

Maddox ouviu aquela voz familiar e se voltou. O sangue lhe caía das mãos, cálido e estimulante. Aeron estava ao final do corredor. A luz entrava em torrentes por uma janela e desenhava sua silhueta poderosa. Um dos raios de sol incidia diretamente sobre seu cabelo negro e o convertia em uma coroa brilhante que iluminava sua pele.

E como se a tivessem golpeado, como se não a tivessem acalmado, Violência despertou à vida com um uivo. Maddox olhou o seu amigo com o cenho franzido.

-Deixaram-na lá embaixo.

-E daí?

O demônio negro que Aeron tinha tatuado no pescoço também despertou de sua letargia. Parecia que tinha piscado. E parecia que a saliva jorrava de suas presas afiadas.

-Falou?

-Do que?

-Do motivo pelo qual esta aqui.

-Não.

-Então deixa que eu pergunte.

-Não!

Ashlyn já estava o suficientemente assustada.

-Onde está agora? - perguntou Aeron.

-Não é da sua conta. Entretanto, alguém vai pagar pelo estado em que a encontrei.

Os olhos cor violeta de seu amigo, tão idênticos aos seus, como se os deuses tivessem estado muito cansados para criar algo diferente, se abriram devido à surpresa.

-Por que? O que significa essa mulher para você?

-É minha. - foi a única resposta que Maddox pôde dar. -É minha.

Aeron passou a língua pelos dentes.

-Não seja idiota. É uma isca.

-Possivelmente. - disse Maddox. Provavelmente. Começou a caminhar para frente. Estava fervendo, faminto... -Neste momento não me importa.

O outro guerreiro se aproximou também, igualmente furioso.

-Pois deveria. E trazê-la aqui foi um engano.

Maddox sabia, mas não ia se desculpar. Voltaria a fazê-lo se lhe dessem a oportunidade.

-A leve à cidade e apague suas lembranças. - disse Aeron. -Do contrário, terá que morrer. Viu e ouviu muito, e não podemos permitir que relate aos Caçadores.

-Prefero matar você.

O demônio tatuado estendeu as asas. Estava completamente acordado, e Aeron sorriu lentamente.

-De acordo, mas você terá que arrumar o que tiver quebrado.

-E você terá que limpar.

-Como se me importasse. Vamos começar ou só vamos falar disso?

-Claro que vamos começar. Agora mesmo.

Maddox deu um salto. Aeron também. Chocaram-se no ar. Um murro, um grunhido de dor. Se esquivar do golpe, outro murro.

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