—Lhe ajude. ─ ordenou Maddox.
—Oh, Deus Santo. O que lhe fez?
Maddox se sentia cada vez mais culpado. Mal conhecia Ashlyn, mas desejava que vivesse mais do que desejava se livrar das chamas mais abrasadoras do inferno. Era muito cedo para ter sentimentos tão intensos, sim. Tampouco era próprio de seu caráter. Entretanto, pensaria mais tarde em sua própria estupidez.
—Não respira. —disse— Faz com que respire.
A loira se fixou em Ashlyn.
—Tem que ir ao hospital. Que alguém chame uma ambulância. Agora!
—Não temos tempo. Tem que fazer alguma coisa.
—Chamem. Ela...
— Faz algo, ou morrerá! —rugiu ele.
—Oh, Deus —sussurrou ela, com uma expressão de pânico. — Necessito... tenho que reanimá-la. Sim, isso. Farei a reanimação cardiorrespiratoria. Posso fazê-lo. Posso — disse, mais para convencer a si mesma do que para outra coisa. — Deite ela na cama e se afaste.
Maddox obedeceu imediatamente, mas Danika ficou imóvel, presa pelo medo.
—Danika —disse Reyes— está certa de que sabe o que vai fazer?
—É obvio —sussurrou ela, e sentiu que lhe ardiam o rosto. Fixou toda sua atenção em Ashlyn. Posou as palmas das mãos na metade de seu peito e empurrou uma, duas vezes. Depois disse — Não se preocupe. Pratiquei. Um boneco é o mesmo que uma pessoa, um boneco é o mesmo que uma pessoa —sussurrou. Depois, posou os lábios nos de Ashlyn.
Durante os seguintes minutos, que para Maddox pareceram uma eternidade pior que as noites que passava devorado pelo fogo do inferno, Danika insuflou ar nos pulmões de Ashlyn e lhe apertou o centro do tórax, alternativamente. Ele nunca tinha se sentido tão impotente. O tempo se transformou em seu inimigo.
Reyes esperava junto à porta, silenciosamente. Tinha os braços cruzados e uma expressão pétrea no rosto. Não estava olhando Ashlyn, e sim a Danika, Maddox esfregava a nuca e respirava com dificuldade.
Por fim, Ashlyn tossiu e começou a respirar. Todo seu corpo sofreu um espasmo quando abriu a boca e começou a inspirar baforadas de ar. Ofegou, engasgou, voltou a ofegar.
Maddox a abraçou contra seu peito imediatamente. Ela se revolveu.
—Fique calma, preciosa. Fique calma.
Pouco a pouco, seus movimentos se acalmaram.—Maddox — murmurou com um fio de voz. Foi o som mais doce que ele tinha ouvido em toda sua vida.
—Estou aqui — disse ele. Ela ainda tinha a pele pegajosa, fria. — Estou com você.
Danika permaneceu a um lado da cama, retorcendo as mãos.
—Tem que ir ao hospital. Necessita ser examinada por um médico.
—O trajeto da fortaleza ao hospital seria muito para ela.
—O que lhe acontece? Tem um vírus? Oh, Deus! pus meus lábios sobre os seus.
—É pelo vinho —respondeu Reyes. — Está doente por culpa de nosso vinho.
Danika abriu os olhos como pratos e olhou a Ashlyn.—E tudo por uma bebedeira? Deveriam ter me dito isso. Têm que lhe dar água e cafeína para diluir o álcool. Eu... acredito que viverá, mas têm que levá-la ao hospital para que lhe coloquem soro na veia. Provavelmente está desidratada.
Enquanto falava, a cor retornava ao rosto de Ashlyn.
—Dói. —sussurrou.
—Que mais pode fazer por ela? —perguntou- Maddox a Danika. — Ainda tem dores.
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A Noite Mais Escura
General FictionUm guerreiro imortal amaldiçoado a morrer todas as noites, apenas para acordar na manhã seguinte sabendo que irá morrer novamente. Uma mortal com poderes além da imaginação... Ashlyn Darrow sempre tinha vivido atormentada por vozes do passado. Para...