Capítulo 12 - Pelos olhos de Adrian

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Já eram oito e meia da manhã de um Sábado, onde eu não dormi nada. Além de chegarmos tarde, de o processo para ir para cama ter sido lento, de termos passado por um estresse emocional fodido... Tínhamos nos beijado e feito um pré-sexo que me desvirtuou bem mais do que eu já estava por essa garota.

A forma em que eu tive que cortar tudo abruptamente, para protegê-la do amanhã, foi dolorosa. Primeiro, porque era nítido que ela queria tanto quanto eu e segundo, eu não queria me livrar daquela boca macia e provocante. Foram um, dois, vários beijos e nossos corpos suplicando para arrancarmos os tecidos que nos separavam. Ah, os tecidos! Aquela calcinha estupidamente molhada e quente, roçando em minha calça fina me deixou sentindo tudo o que ela podia me dar – e não era pouco.

Eu só pensava em rasgar aquela calcinha e acabar a noite enterrado nela, ouvindo as súplicas, os gemidos, as arfadas e respirações cortadas compassando as minhas. Eu gostaria que ela não tivesse bebido noite passada – e de toda forma, bebeu menos do que quando estava com o tal amiguinho Troy. Gostaria que estivéssemos limpos o suficiente para declarar que era nossa vontade, mas não era assim. Parece que tudo entre nós caminha com passos de um prisioneiro com uma bola em seu pé. Merda! Isso é injusto, sabendo que ambos temos uma conexão gigantesca e que parece que nos conhecemos mais do que alguns dias.

Cada dia perto de Cassandra há algo diferente, algo do qual não entendo. Sinto uma extrema curiosidade por tudo o que ela é e pelo que ainda não conheci. É absurdo estar curioso por um ser com a metade do meu tamanho, mais nova que eu e compromissada com um idiota. Gosto de examiná-la e parece que isso se intensificou na noite passada. Após nos separarmos e ela dormir instantaneamente, eu não pude. Não pude dar atenção ao meu corpo cansado, querendo fazer o mesmo. Eu apenas conseguia olhar e examinar aquele rosto iluminado pelo meu abajur.

Ela tem o rosto simétrico, as bochechas um pouco cheias, queixo pequeno e seus lábios ficaram tempo demais afastados, como se me pedissem mais. Seu cabelo pequeno me facilitou a observação por toda a face, colo e seios. Sim, ela tem um bom par deles e os mantinha unidos, virada para mim e se abraçando. A garota consegue ser angelical e gostosa sem perceber. Eu não olhei embaixo do edredom, mas tenho certeza que aquele corpo é o paraíso. Já notei suas coxas e são grossas, então posso imaginar o que são quando estão descobertas.

Eu não consegui olhar além de seu rosto muito tempo. Ela é linda. E eu também a encarava na esperança de que ela acordasse e eu pudesse continuar beijando ou que ela acordasse limpa e decidida a foder comigo. Nada disso aconteceu e então eu dormi por um tempo. Cada vez que ela se mexia, meus olhos abriam. Ela não me notava lá, apenas movia suas pernas ou virava para algum lado, mas meu corpo parecia interessado por esses movimentos ou desacostumado à isso. Carla não é do tipo de mulher que se move tanto durante a noite e eu não dormia com as mulheres extracurriculares.

Falta de costume ou uma faísca de proteção, acordei e não dormi mais. Acredito que dormi quatro horas mal dormidas, mas não fazia tanta falta. Minha cabeça latejava pela cerveja de ontem, mas ignorei. Homens precisam sentir a ressaca, é assim que funciona.

Cassandra seguia dormindo, agora virada para cima, ocupando mais da metade da cama, com braços abertos e uma das pernas dobradas e afastada, quase me tocando. Ela parecia desajeitada e isso era engraçado, novo para mim. E lá estava eu, observando outra vez, aqueles lábios agora mais afastados e menos vermelhos, o cabelo cobrindo parcialmente seu rosto e a respiração leve, diferentemente do que havíamos provado há algumas horas...

Dessa vez, menos cansado, pude reparar com precisão e a vontade de beijá-la me invadiu como nunca. Seria errado encostar os lábios nos dela apenas uma vez? Eu não tinha tanta certeza, porque não conseguia raciocinar, éramos somente aquela boca e eu. Me curvei, ficando próximo de seu rosto, quando meu celular começou a tocar e ela virou de costas.

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