Quarta-feira, três da tarde.
O dia está nublado e parece mais tarde do que realmente é. A chuva deu um descanso, mas ainda se via resquícios do chão molhado pela estrada e o cheiro comum indicando que muita água havia caído por aquela cidade, como de costume.
Carla dirigiu um longo caminho, sem se incomodar com a chuva, mas, agora, ela precisava da clareza, para saber exatamente onde entrar. Estava na estrada entre Seattle e Vancouver, onde árvores altíssimas eram a paisagem lateral.
Havia um lugar estratégico, entre as árvores, que ela precisava entrar e o fez. Estacionou seu carro dentro daquele bosque e ativou a chamada para o último número das ligações recentes.
"Estou aqui.", disse, séria.
"Meus homens irão por você."
A voz masculina do outro lado havia desligado e ela saiu do carro, ouvindo o barulho de rodas de alta tração cortando aquele lugar. Uma Mitsubishi preta, sem placa estacionou próxima ao Audi prata de Carla e, então, saíram dois homens, com uma expressão severa e cobertos por uma espécie de uniforme preto. Ambos acenaram e o que estava de co-piloto abriu a porta de trás para ela.
"Celular?"
"Aqui.", ela mostrou a tela para ele.
"Desligue ou vamos precisar retirá-lo."
A loira concordando, desligou o celular e entrou no carro, em seguida. Os vidros eram escuros demais e pelo vidro da frente, apenas se viam árvores, seguidas de um campo livre e uma pequena casa ao fim. Os três saíram do carro e um dos seguranças deu um sinal à outro, também vestido como eles, para abrir a porta de ferro. Visto de perto, não era uma casa e sim, um galpão abandonado, um lugar rústico e "Caindo aos pedaços", como ela estava pensando.
Dentro do galpão haviam três carros, espalhados e também duas motos. Algumas portas permaneciam fechadas. Haviam homens cercando o local e ao meio do mesmo, uma mesa de madeira, com uma cadeira de cada lado e uma luz central que se acendeu, quando o barulho de seu salto se fez presente. Um homem de cabelos grisalhos, jaqueta de couro, calça clara e botas aguardava por ela e se levantou ao vê-la.
"Carla...", sua voz era rouca e seus lábios brincavam em sorriso largo.
"Como vai, Donnie?", beijou-lhe a bochecha.
"Melhor impossível, na sua presença. Sente-se, por favor.", apontou a cadeira. "Já faz algum tempo..."
"Obrigada. Sim... Três anos.", se sentou.
"Como posso ajudá-la, querida? Me disse que precisava de algo e que apenas eu podia dar."
"Sim. Eu vou ser direta com você... Eu quero que use um de seus rapazes para seguir Adrian e descobrir quem é a sua nova putinha.", curvou seu corpo para frente, revelando um pouco de seu decote em um vestido branco.
"Adrian está traindo você outra vez, hum? Eu não gosto disso.", pressionou os lábios em uma linha fina e passou o dedo na sobrancelha.
"Eu não tinha certeza até ele desaparecer, no Sábado e voltar no dia seguinte. E agora passa dias no celular!"
"Me parece um sinal claro de que ele tem uma vadia nova.", fez uma pausa e apoiou os cotovelos na mesa. "Supondo que ele tenha... O que eu devo fazer?"
"Suma com a garota, mate-a! Qualquer coisa! Eu quero ela fora.", gritou.
"Bem. Eu não faço por menos de $50,000. É meu preço mínimo, apenas por você."
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A Amante
RomanceCassandra Hale é uma garota sonhadora e de caráter forte, mesmo com o passado traumático o qual ela tenta esconder. Seu maior sonho é se tornar uma cantora famosa, mas isso ainda parece distante. Até que em um dia chuvoso, como normalmente Seattle...