Capitulo 28 - A decisão

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Cassie tinha o peso do mundo nas suas costas, desde os últimos dias. Seguia submissa aos caprichos de Christopher, às exigências da gravadora que pioravam de acordo com seu sucesso, às provas finais da faculdade entre uma porção de coisas. Entretanto, havia algo que ela deveria decidir em pouco tempo, antes que não houvesse mais escolha - se deveria manter ou não a sua gravidez.

Ela precisava retornar ao consultório médico e ter uma conversa sobre seu estado de saúde. Nunca conviveu com gestantes e se sentia completamente trancada em uma pequena caixa, longe de qualquer ajuda. Tudo o que ela sabia, era o básico e isso não lhe resolvia, agora. Suas vertigens estavam constantes, a sonolência começava à se fazer presente e não estava certa se a aversão à algumas comidas já faziam parte do seu quadro.

A pergunta em sua cabeça era "Como eu vou me livrar do Christopher? Tudo ele acha que é motivo para escapar!" e até que ela pensava em escapar o tempo todo, mas não via nenhuma saída. Todos os seus pensamentos estavam virados para a sua gravidez inesperada.

Ao sair da gravadora e pegar seu cheque pelas vendagens da semana de seu CD, um pouco de ar fresco lhe fez bem e deu uma ideia simples, mas que não levantaria mais perguntas do seu, então, namorado.


"Para casa, agora?", Chris dizia ao abrir a porta para ela.

"Não. Acabei de lembrar que tenho consulta no ginecologista às 4.", entrou e suspirou. A mentira desceu bem, pela sua garganta.

"Cassie...", a voz desconfiada e um tanto ameaçadora apareceu.

"Você pode me levar e esperar, é verdade! Sabe que não minto."


Ele assentiu e girou a chave, dando partida no carro e indo rumo ao hospital. A morena queria comemorar esse passo, mas sabia que era só o primeiro de muitos, especialmente se quisesse manter o bebê. Durante o trajeto, ela pensava nas duas hipóteses enquanto refletia sobre os últimos dias. Christopher faz questão de relembrá-la, diariamente, do pacto que ambos mantém e logo depois se transforma em um homem afetuoso e paciente, o que não diminui em nada sua culpa. Cassie havia visitado alguns centros de apoio à mulher, junto com sua mãe, depois que seu pai fora preso e reconhecia bem a "fase da lua de mel", onde o agressor - ou agressor em potencial passava um momento feliz antes de repetir o feito, assim que todo o cuidado era pouco.

O loiro a esperou, pacientemente, na recepção e ela conseguiu um encaixe, de última hora com uma ginecologista. Suas mãos tremiam enquanto caminhava para a sala. Estava ali para escolher o destino de duas pessoas e uma não tinha, ainda, voz para opinar. Seu peito se contraiu com esses pensamentos e então entrou para a consulta, encarando a médica e dizendo o pouco que sabia sobre seu próprio estado. Após alguns exames de rotina, a garota resolveu começar as perguntas.


"Qual é o tamanho do bebê, agora?"

"Você já está com seis semanas, aproximadamente, Cassandra, ele tem um pouco mais de 5 milímetros. É algo entre um grão de arroz, ou de mostarda..."

"Mostarda...", riu, tocando a barriga. "E quais os procedimentos daqui em diante?"

"Tudo vai depender se você deseja levar isso adiante. Se a resposta for sim, nós entramos com um complexo vitamínico, porque você já se queixou de um pouco de sono, seria bom regularmos isso. Do contrário, há dois métodos. O aborto e a doação assim que nascer. No mesmo dia o encaminharíamos para uma família ou instituição."

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