Capítulo 16 - Dor e prazer

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Cassie não respondeu, apenas afastou o corpo da entrada, dando lugar para que ele passasse. Sua cabeça tentava organizar uma frase curta e explicativa, mas parecera em vão. Nada do que ela dissesse, abafaria a ira que ela esperava ver em Adrian, então começou a falar.


"Adrian..."

"Vamos, Cassandra. Me dê o nome ou melhor... Confirme-o.", seu rosto mudou de preocupação para raiva. 

"Eu terminei com Christopher.", disparou.

"Ele...", levou as mãos no cabelo em descrença. "Bateu em você? Que porra ele fez? Eu preciso de uma explicação! Ou foi por...", apontou-a e se auto apontou, em seguida.

"Não!", ela mentiu. Olhou em volta um breve momento, digerindo ser capaz de mentir, como ele costuma fazer. "Estávamos bem, eu fiz uma coisa e ele não gostou."

"O que?", arqueou as sobrancelhas. Adrian ansiava por cada detalhe, à fim de formar seu quebra-cabeças.

"Foi uma coisa sexual, tudo bem? Não me sinto bem em falar disso com você.", não conseguia olhá-lo nos olhos.

"Você fodeu com ele?", arregalou os olhos e descolou os lábios.

"Não! Eu neguei e por isso mesmo ele começou à me criticar e eu não aguentei, terminei e ele me expulsou do carro, perto daqui e eu estava de pijama!"

"Ele expulsou você de um carro à altas horas da noite por um término estúpido?", gritou e deu um murro na parede, logo girando os pés e abrindo a porta principal. "Eu vou encontrar esse cretino e matá-lo."

"Eu não quero saber dele, não quero lembrar que ele existe! Adrian, me ouve.", segurou seu antebraço, detendo-o. "O que ele fez, está feito, mas se você sair por ele, vou ficar remoendo a noite toda, vai me matar.", suspirou, exausta. "Apenas fique comigo até eu ir, por favor."


Os olhos de Adrian a analisaram durante toda a súplica e sua mão empurrou a porta suavemente para o seu rumo, para não assustá-la. Porta trancada e passos ternos até ela. Cassie havia ganho a batalha e não pode mais à não ser fechar os olhos e suspirar. A pressão em sua alma era imensa. Enquanto ela deveria apenas agir como uma garota triste com um término de namoro, sua cabeça estava em choque pela covardia e até um ato de violência de seu ex, bombeando raiva e vontade de não derramar uma lágrima pelo ocorrido.

A morena apenas pôde sentir os longos dedos apertando seus braços e levando-a ao peitoral que ela já conhecera bem. Cassie não o deteve, encostando-se e o abraçando em seguida. A respiração de ambos estava sincronizada e, por um momento, não pensavam em mais nada. Adrian sentia que ela precisava de consolo, ainda que ele quisesse reivindicar tudo o que ela passou, o melhor a fazer era dar esse tipo de proteção.

Beijou-lhe o topo de sua cabeça e ela levantou o olhar, fitando-o com uma respiração aliviada. Ela começava a se sentir em seu mundo, outra vez e sua dor se tornou menor. Apesar de sentir-se mais calma, também sabia que lhe devia mais explicações.


"Eu sei que não deveria estar dentro da sua casa, muito menos tomando seu vinho caro, mas a recepcionista me deixou subir, quando eu pedi para fazer uma ligação e..."

"Eu dei total permissão para você, por aqui. Você tem livre acesso, não se intimide. Fez bem em vir e passar seu tempo sozinha. Eu fui avisado e vim quanto antes. Quanto ao vinho...", sorriu, tocando-lhe a bochecha. "Nós iremos dividí-lo."

"É claro, eu vou te servir.", beijou seu peito e alcançou uma taça e a garrafa, servindo e entregando-o.

"Obrigado, Cassie, isso vai aliviar meu stress."

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