19 - Nós

337 61 19
                                    

— Meninos, acabou...

Ao escutar seu pai Luke deu um pulo correndo para fora do quarto. Foi parado pelo senhor loiro que segurou firmemente seu braço, a mão tremula chamando sua atenção e fazendo-o solta-lo.

— Vai com calma, filho. Quero falar com vocês antes.

Obrigado a entrar novamente, Luke e seus amigos escutaram o que tinha ocorrido. As palavras pausadas e suaves gerando náusea em seus estômagos. Lágrimas pesadas caindo dos olhos de todos.

Com uma tranquilidade inexistente, desceram as escadas encontrando o ruivo nos braços de Liz. Os dois estavam jogados no sofá enquanto os Irwin preparavam um chá quente.

Os Hood logo chegaram para levar o filho embora, com a promessa de que o trariam de volta na manhã seguinte.

Quando Calum finalmente saiu de perto de seu amigo, Luke teve a chance de se aproximar. Tentou abraça-lo, mas o ruivo não desgrudava de sua mãe. Ele precisava daquele tipo de amor. Era difícil para o loiro entender, mas respeitou. Não o forçou a nada; mesmo que aquilo o deixasse ainda mais culpado e enjoado.

Depois do chá, os pais de Ash foram embora deixando-o dormir com o loiro. Aquela noite Andrew dormiu sozinho. Michael apagou no colo de Liz, os dois se quer conseguiram beber algo ou comer antes que isso acontecesse. A doce senhora não se importou. Estava desconfortável, mas o acolheu a noite toda em seus braços fortes de dona de casa.

Luke queria estar com ele, mas se contentou com a companhia de Ash, que lhe deu tanto amor quanto poderia.

Michael acordou por volta das quatro da manhã e acabou despertando Liz também, que o guiou até a cozinha preparando um sanduíche leve. Conversaram sobre banalidades e sobre sua situação. As lágrimas que caíram aquela manhã já eram diferentes; carregavam frustração e decepção, mas também um Obrigado silencioso a família que o tratava tão bem.

Era sortudo afinal, mesmo que não se sentisse assim. Com os barulhos de prato e talvez os pesadelos, Luke despertou e os viu no momento em que voltavam para a sala. Sem perguntar nada segurou as mãos do namorado e o guiou até seu quarto.

Subiram as escadas em silêncio e deitaram na cama juntos. O loiro o obrigou a descansar a cabeça em seu peito, entrelaçando suas pernas de homens e dando pequenos e simples beijos onde conseguia. Com seu pijama molhado, manteve-se desperta até que tivesse a certeza de que o outro estivesse apagado.

Ashton foi embora antes que os dois acordassem para o sol. Enquanto o ruivo se banhava, Liz disse que pediu para que Calum não fosse a sua casa. Achava que Michael precisava descansar sua mente; muita gente só atrapalharia.

— Vamos ao mercado e temos que passar na sua avó, mas não levaremos mais de três horas.

— Tudo bem, mãe, se precisar eu peço ajuda para os pais do Ash, fica tranquila.

A mulher lhe deu um abraço apertado, assim como Andrew. Ao ouvir o carro deixando a garagem, foi fazer sua higiene pessoal no banheiro dos pais.

— Luke? – chamou seu namorado num sussurro atrás da porta. O loiro logo a abriu terminando de escovar os dentes – Desculpa, eu só queria saber se tinha alguém em casa.

— Tá tudo bem – murmurou de volta, cuidadoso.

Após enxugar seu rosto, apoiou-se na pia chamando o outro para um abraço, que foi imediatamente dado.

Um abraço sincero – apertado – cheio de suspiros de alívio.

— Obrigado por tudo.

— Me desculpa, Michael – começou a chorar, soluços nervosos deixando seus lábios – Merda, eu não tenho direito de chorar agora, m-mas eu me sinto tão culpado, m-me perdoa.

— Para, eu não aguento te ver chorando.

Como duas crianças começaram a chorar juntos e, com o tempo, o choro tornou-se uma risada desesperada; até que se tornasse um alívio novamente. Perdidos nos olhos e braços um do outro, deram suporte ao seu amor.

— Eu te amo tanto... – Michael sussurrou.

— Eu te amo – contou como se fosse um segredo a ser guardado.

Os olhos azuis focaram os lábios inchados de Michael e se perderam ali. Sua mente estava brava no começo, dizendo-lhe que não era o momento certo para pensar em beija-lo, mas queria tanto, tanto. Só a calou quando sentiu dedos na sua boca, acariciando-a com cuidado. Deu conta de que não era o único a querer aquilo; isso aqueceu seu coração como uma fogueira, queimando tudo que havia de ruim ali.

Foi o ruivo quem tomou a iniciativa de se aproximar, mas não aguentou esperar e o fez também.

Não foi um beijo casto, pelo contrário, suas bocas já estavam abertas antes mesmo de se encontrar. Os dois estavam ofegantes no primeiro contato de línguas. Como se algo tivesse explodido entre eles. Finalmente estavam juntos. Finalmente se aceitavam e não tinham nada a temer. Tinham um ao outro e isso parecia suficiente; mais que suficiente.

Michael agarrou-lhe a cintura fincando suas unhas. Luke gemeu e praticamente abraçou a cabeça do outro, querendo que fossem um só. Gemidos e ofegos misturados nas línguas úmidas e quentes, nos lábios macios e inchados. Arrepios e desejo em seus corpos e coração.

— Eu preciso tanto de você, eu te amo tanto – confessou sem dar tempo para que Luke respondesse.

Ele – já perdido nas sensações de estar vivo e amar – apenas o guiou de volta ao seu quarto, com a promessa de que nunca mais seriam os mesmos.

-------

Eita coisa boa! no próximo vem que tem, pessoal kkkkk

Can You Love Me Again? [muke]Onde histórias criam vida. Descubra agora