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Bem nem sempre ser sozinha é assim tão mal, às vezes a melhor coisa é estar sozinha e poder ser nós mesmos.
Muitas vezes ficar sozinha era a única saída para ela tentar entender qual a razão da vida, qual é o verdadeiro sentido de viver. Alias, existe mesmo algum sentido? Algum motivo?
A vida dela não era como todos pensavam, ela não era linda como as outras, não tinha tudo o que elas tinham, não era metida como descreviam. Ela cometeu muitos erros, porém sempre tentava consertar, tentava fazer o melhor para todos mesmo que fizesse o mal a sim mesma, não ligava em perder a uma oportunidade para o próximo, ela não se importava muito com isso, achava que fazendo outra pessoa sorrindo estaria feliz. Isso não deu certo, nunca ia dar!
Ela sempre sofreu, chorou escondido, trocou as lágrimas por um sorriso falso, se auto-mutilou e não contou a ninguém, as amizades foram trocadas pela escuridão, estava se fechando do mundo e as pessoas não estavam nem aí; o mundo que ela estava sempre disposta a ajudar virou as costas à ela. Coitada! Estava se afundando sem perceber, estava se acabando e isso não teria mais volta, ela não teria mais a chance de ter a vida que ela sonhava.
Talvez se ela tivesse tido um apoio, se ela tivesse um motivo para viver, talvez não teria acabado assim, mas ela era apenas mais uma entre milhões.

Califórnia, 17 de agosto

Eu não queria estar aqui, acho que ninguém queria estar no meu lugar. Receberá notícia que a pessoa que você mais ama, seu progenitor está morto não é uma boa notícia.

Me sinto dormente, nada faz sentido; a enfermeira quase dormindo no balcão, o médico aflito a minha frente, as pessoas continuando as suas vidas como se nada ouvisse acontecido. E tem eu; me sinto quebrada, me sinto agoniada, quero gritar e sair correndo daqui o mais rápido possível, porém as minhas pernas não obedecem de jeito nenhum. Alguém cutuca o meu braço com força e me sinto forçada a olhar para Mary lylcon. Minha avó. Ela me empurra um lenço branco e sem nenhuma expressão pede ao médico para que nos deixe a sós.

"Limpa essa maquiagem borrada, sabemos que a doença de seu pai estava bem avançada e que mais cedo ou mais tarde isso iria acabar acontecendo!" Murmura estressada e tenho vontade de espancar a cara dela. Faço como ela mandou e retiro a maquiagem, é uma pena esse lenço não conseguir tirar a minha dor também. "Vamos vou agilizar as coisas!" Ela fala como não se importasse, mas essa é a verdade, a dez anos atrás ela perdeu a filha dela, minha mãe e só vi ela chorar no enterro e ainda foi forçado então porque iria sentir algo quando o genro morreu?

Califórnia, 1 de fevereiro

  Ninguém sabe como eu me sinto. As pessoas só sabem olhar para minha cara e pensar que eu sou mais uma patricinha mimada e burra. Eu odeio o mundo, odeio a sociedade e principalmente odeio a minha avó. O colégio é particularmente o meu refúgio, aqui não preciso ter modos e nem ser educada o tempo todo. Sabe aquelas adolescentes em crise que reclamam de tudo? Então, as pessoas me descrevem assim. Porém eu não sou. Eu sofro com tudo. Perdi minha mãe aos seis anos em um acidente de carro. Minha avó me deu a notícia como se fosse a coisa mais normal do mundo, ainda com aquela voz ridícula disse: "não chore, ninguém quer criança chorona por perto!" Ela é uma pessoa fria sem coração e quer que eu me torne igual.

"Alicia!" O professor de história chama meu nome duas vezes até eu sair do meu transe.

"Desculpe!" Minha voz soa baixa e desgastada como se eu fosse fumante. Alguém grita sobre eu ser uma nerd ridícula, eu ignoro como todos os dias, não vale a pena discutir com essas pessoas. Abaixo a minha cabeça e deixo que os pensamentos me levem pra longe de tudo e de todos.

Quando acordo ainda estou na sala de aula, o professor de história não está na classe e nem os alunos. Arrumo minhas coisas e saio dali, o corredor está com alguns corpos se movendo de um lado para o outro, vou direto à saída onde o motorista me espera. Um casal chama minha atenção, são dois homens, e um garoto da minha idade na porta da escola, o que será que eles são dele? Me pergunto intrigada com a familia. Caminho para o carro a minha espera e sem dizer um a entro e vamos em direção a minha casa. Essa é a minha rotina e eu estou acostumada com ela, eu não tenho amigos e nem familiares com quem eu possa conversar então depois de seguir as ordens da minha avó me tranco no meu quarto.

O meu principal refúgio além dos meus sonhos! 

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oi amorinhas, espero que gostem da minha nova fic, será diferente digamos assim. Votem e comentem sempre que gostarem, adoro ler os comentários de vocês!

Obrigado e boa leitura sempre!

Why Alicia? | H.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora