Capitulo 17

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Acordei, e percebi que tinha perdido a hora, e era as 12h30. Fiz minha higiene pessoal, me arrumei e fui para a escola. Quase chegando na escola, meu celular começa a tocar, e a ligação era da Lillian. Atendi:

- Alô?

- Oi Caleb!!! Tem como você me esperar na porta do colégio?

- Claro, mas para que?

- É que eu quero conversar, nada de muito importante. Mas se não quiser tudo bem, de boas.

- Nada, magina! Vou te esperar aqui.

- Chego ai em 5 minutos. Beijos, tchau.

- Tchau.

Como ela tinha dito, ela chegou exatamente em 5 minutos:
- Oiiii
- Oie
- Então, a eu queria conversar com a alguém, sabe desabafar! Eu não sou de ter muitos amigos e como eu confio muito em você, mesmo não nos conhecendo por muito tempo, eu preferi contar isto pra você! Por favor não conte para ninguém, ninguém saberá além de você.
- Okay. Que tal a gente ir naquela sorveteria ali? A gente pode conversar mais tranquilo. - disse apontando para o outro lado da rua onde se encontrava a sorveteria.
- Okay.
Chegamos lá, eu pedi um milk-shake de chocolate e ela pediu um sundae de morango. Enquanto estavam preparando, a gente se sentou, em uma mesinha que ficava ao ar livre, dando a vista da nossa escola.
- Bom... - ela começou a falar. - Estou tento muitos problemas em casa sabe...É que, assim meus pais estão passando por um momento muito crítico na relação, e eu estou meio que sentindo que estou sendo o impecilho pra eles. Eu já havia notado faz alguns meses que eles vêm brigando muito ultimamente, e meu pai está morando mais na casa dos meus avós do que na nossa casa. Ele levou ontem algumas roupas dele pra casa dos meu avós e alguns pertences. Eu pensei que definitivamente eles tinham se separado, mais logo ele voltou como se nada tivesse acontecido. No almoço, eles começaram a conversar e começou uma discussão. Eh sai logo daquele local. Eu acho que eles estão querendo se separar, mais não querem que isso me afete de algum jeito.
- Hum...Eu não sou muito bom em dar conselhos, mais só acho que você deveria sentar com eles e conversar o que acham e que se eles não estão se dando mais bem, eles devem fazer algo pra melhorar as coisas. As vezes pode ser nem caso de separação, mais acho que você deveria mostrar que você não é mais uma criança e que precisa deles tanto quanto precisava. - neste momento o moço veio trazer nossos sorvete. - Obrigado! - agradeci.
- Então, eu sei que você está certo, mais é muito difícil lidar com essa situação. Eu sei que você passou por várias coisas e tals, mais não sei se é tão fácil assim pra mim.
- Fica calma! Você vai conseguir fazer a coisa certa e no momento certo! - eu disse, e logo em seguida comecei a tomar meu milk-shake.
- Obrigada. Você me ajudou a pensar um pouco.
- Que isso, quando precisar pode contar comigo. Agora toma seu sundae se não eu vou tomar.
- Eu quero um pouco do seu milk-shake. - ela disse fazendo uma carinha muito fofa.
A gente trocou, ela tomou um pouco do meu, e eu um pouco do dela. A gente ficou conversando de diversas coisas e tals, e depois fomos pra escola:
- Bom...Vou na biblioteca agora. Tenho que ler alguns livros e fazer algumas pesquisas. Como eu havia dito, não estudo aqui, mais prefiro estudar aqui por mais diversidade de conhecimentos e essas coisas.
- Ah. Então, tchau beijos. - eu disse dando um beijinho no rosto dela.
- Tchau. - ela entrou em um corredor, que ia pra a biblioteca, e eu fui falar com alguns amigos.
Bateu o sinal, nem prestei muita atenção na aula, o que mais queria naquele momento era uma pizza bem grande.
As aulas custaram a passar pra irmos embora logo daquela prisão. Então na aula de matemática, ela passou um filme e simplesmente cai no sono. Sonhei que tudo na minha vida era perfeito, lá não tinha choro nem tristeza, provavelmente um lugar que todos gostariam de viver, mais percebo que minha mãe não estava naquele lugar perfeito comigo, e lá no fundo ouço "Você abre mão de algo, em troca de outra".
Aquilo me assustou completamente, acordei em um susto enorme, e percebi que estava na aula de matemática ainda. Pus uma blusa de frio, peguei meu fone e meu celular é comecei a ouvir umas músicas enquanto acessava o meu Facebook.
Entrei e tinha várias solicitaçoes de amizade e muitas notificações. Fiquei ali mesmo no feed vendo o que as pessoas que figem ser felizes postam. Fiquei um pouco naquela curiosidade e comecei a stalkear a Lillian. Ela deixou no modo 'amigos' o quefaxia que não aparecesse muitas coisas e informações sobre ela. Fiquei um pouco ali no Facebook mesmo, e de repente o sinal toca, e vejo a professora saindo. A aula finalmente tinha acabado, e eu percebi que só tinha eu na sala e umas três meninas, por que o resto já tinha ido embora.
Ajuntei meu material e sai deixando ainda aquelas garotas na sala conversando.
Cheguei em casa, e minha mãe estava preparando o jantar. Ela estava fazendo a minha comida preferida que no caso é lasanha de batata frita. Subi no meu quarto e fui tomar um banho e me trocar. Pensei um pouco e depois desci novamente pra cozinha:
- Oi mãe.
- Oi filho. Como foi na escola?
- Ah, foi o mesmo tédio de sempre.
- kkkkk, amanhã eu começarei a trabalhar de novo.
- Ah, okay! Quer ajuda com a lasanha?
- Não, eu já estou terminando. Seu avô vai embora amanhã de manhã, eu vou levar ele em casa quando eu estiver indo ao trabalho.
- Okay.
- Chama ele pra jantar, eu só vou por a lasanha no forno pra derreter o queijo e já estará pronta!
- Okay. Ele tá na onde?
- Eu acho que ele está nos fundos.
- Okay.
Fui chamar o meu avô, que estava mesmo nos fundos. Ele estava sentado numa cadeira de balanço, com uma foto da minha vó nas mãos:

- Oi vovô, a minha mãe pediu pra eu te chamar pra jantar.

- Ah, daqui a pouco eu estou indo.

- Precisa de ajuda? - perguntei.

- Não, eu só estou pensando um pouco na vida mesmo. Eu estou com muita saudade de sua vó.

- Eu também estou. - disse, me aproximando dele.

- Olhe. - ele disse, me entregando a foto da vovó. - Eu tirei essa foto 1 semana antes de ela falecer. A gente estava tão feliz. - ele disse triste.

- Tudo ainda vai se acertar, é só ter fé! Vamos jantar?

- Vamos! - ele disse se levantando da cadeira de balanço, e dobrando a foto e colocando no bolso.

Chegamos na cozinha, e eu ajudei a minha mãe a por a mesa. Arrumei os pratos, os talheres e pus a lasanha no meio da mesa.

Comemos todos quietos, apesar de estar um maior climão, não estava como antes, parece que tudo estava voltando ao normal finalmente.  Me despedi do minha mãe e do meu avó e fui para o meu quarto. Peguei um dos meus livros preferidos do John Green "Quem é você Alasca?" e comecei  a lê - lo novamente.

Deitei de bruços e comecei a lê-lo, e sem perceber adormeci em cima dele...

...Quem dera se eu tivesse tido bons sonhos...

O viajante do tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora