Capítulo 32

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Emma apoiou-se no vidro da cabine hospitalar, tentando vislumbrar o rosto de Regina através de suas lágrimas. Ela estava lá, deitada na cama, cercada pelo Dr. Whale e outros dois médicos, que distribuíam uma infinidade de fios por seu corpo.

Diante das súplicas desesperadas de Emma, o médico chamara uma ambulância para levar Regina ao hospital e ver se algo ainda podia ser feito para salvá-la - mesmo que a resposta fosse dolorosamente óbvia. Emma foi junto, deixando Henry com os avós e ignorando seus pedidos insistentes para acompanhá-la - não queria que o garoto continuasse vendo a mãe... morta. A palavra doía como uma queimadura em sua pele, e mais lágrimas escorreram por seus olhos.

O pior de tudo não era a dor que a afligia - o pior era não ter a presença de Regina para consolá-la. Ela sabia que precisava ser forte por Henry - e para honrar Regina - mas a força parecia um tesouro inalcançável naquele momento. Sem Regina, ela nunca mais se sentiria como se pudesse ser uma heroína ou uma salvadora novamente. Mesmo ciente de que logo ela teria que sair de sua redoma fechada de sofrimento para encarar a dor nos olhos de Henry.

Emma enxugou suas lágrimas e continuou olhando pelo vidro, levemente ciente de seu reflexo na superfície, de olhos inchados e semblante arrasado. Continuou encarando sua amada. Mesmo que sua esperança já tivesse morrido.

E então ela abriu os olhos.

O choque foi tão grande que Emma caiu no chão, de joelhos, e a angústia perdurou por um momento antes de dar lugar à felicidade.

– Oh, meu Deus.

Emma levantou-se, abriu a cabine e entrou correndo, perguntando-se se aquilo seria um sonho ou uma alucinação. Os médicos comemoravam com vivas, e a máquina ao lado voltava a emitir pequenos bipes irregulares.

– Ela... Oh, céus - gaguejou Emma, em choque.

Regina abria a boca e tentava balbuciar palavras.

– V- você está chorando, o que aconteceu? - questionou ela, visivelmente preocupada.

Emma encarou-a, sentindo que o mundo fazia sentido novamente, e jogou-se contra Regina, que sorriu, passando os braços com força ao seu redor. Fechou os olhos enquanto sentia as costelas dela se movimentando conforme respirava, seu coração se regozijando de alegria.

– Você está viva! - exclamou, chorando incessantemente.

– Parece que sim... - sussurrou Regina, surpresa.

– Eu te amo tanto... Não acredito que você voltou...

– Eu também te amo. - respondeu Regina, também chorando. - Eu também te amo.

– Nunca mais faça isso comigo, ok? Nunca mais – suplicou Emma, pensando seriamente em nunca soltá-la para deixar que se arriscasse novamente.

Não parou para se questionar como aquilo era possível, como eles tinham trazido-a de volta. Tudo o que importava era que os braços de Regina estavam ao seu redor e sua respiração quente soprava em seus ombros. Todo o resto podia esperar.

Ela afastou-se de Regina e encarou-a por um momento. Em seguida, beijou-a, sentindo o sabor daqueles lábios que, durante os piores minutos de sua vida, pensara que nunca mais iria sentir. Os médicos ainda estavam ali, mas não as interromperam com explicações.

Separando-se dos lábios de Regina e olhando para o lado, Emma viu uma figura adiante que andava em passos rápidos até elas. Henry adentrou a cabine e encarou Regina, estupefato.

– Mãe?

– Henry!

O garoto envolveu os braços ao redor da mãe, que mostrou um largo sorriso ao abraçá-lo. Aproximando-se, Emma abraçou os dois, apertando as duas coisas mais valiosas do mundo. Ela não sabia se existia alguma divindade que interferia em suas vidas ou algo do tipo, mas se existisse, ela definitivamente tinha algo pelo qual agradecer.

– Okay, vocês vão quebrar minhas costelas - disse Regina, e os dois se afastaram, sorrindo.

– Não acredito que você está realmente viva - falou Henry, com os olhos marejando. - Temos tanta sorte! Como isso é possível?

– Por causa da magia nas veias dela - interveio Whale, com um sorriso de satisfação estampado no rosto. - Quando o raio atingiu Regina, ele fez com que ela estivesse "morta" por alguns minutos, mas também depositou poderosos resquícios de magia no corpo dela, que se espalharam por suas veias - isso acontece muitas vezes quando alguém é morto diretamente por magia. Com um pouco de esforço, só tivemos que bombear essa magia até o coração de Regina.

Emma ouvia com atenção, sentindo-se mais sortuda a cada segundo.

– Por ser algo muito sutil e delicado – continuou Whale -, se houvéssemos trazido-a um minuto depois, talvez fosse tarde demais. A magia ficaria no corpo dela por pouco tempo. Desapareceria em, no máximo, cinco minutos. Temos sorte de você ser insistente, Emma.

Emma sorriu, e Regina também.

– Ela é mesmo uma cabeça-dura, não é? – disse Regina, olhando-a com afeto. – Mas... Então quer dizer que o raio criado para me matar fez com que eu fosse capaz de voltar à vida? Obviamente, não estou reclamando, mas isto é meio confuso...

– Bem, o raio arrancou a essência da sua vida, mas também depositou em você um pouco de magia que, se usada rapidamente, poderia trazê-la de volta. – esclareceu Whale.

Eles assentiram, enquanto os outros dois médicos pediam licença e se retiravam.

Em seguida, Emma levantou-se e se aproximou de Whale, levemente desconcertada. Pensou em abraçá-lo, mas sua dificuldade em lidar com pessoas só permitiu um singelo, mas caloroso, aperto de mão. Talvez ela nunca pudesse retribuir o que o médico tinha feito, mas ele definitivamente teria sua admiração eterna. Afinal, ele a salvara de perder a mulher mais preciosa do mundo.

– Obrigada – disse-lhe, com a voz embargada. – Obrigada por trazê-la de volta.

– Não agradeçam a mim – disse ele, enquanto Emma se sentava na cama novamente. – Agradeça a sua irmã, Regina.

– Desculpe? Minha irmã? – indagou ela, semicerrando os olhos. Emma também não entendeu o que ele queria dizer; como poderiam agradecer àquela mulher por algo?

– Sim, por incrível que pareça – ele respondeu. – Wilma poderia ter optado por te matar imediatamente, mas ao invés disso, criou um raio que lhe proporcionaria uma chance de reviver. Talvez ela apenas não tenha sido esperta o suficiente para saber disso, mas... Acho que sua irmã não queria realmente te matar.

Regina franziu a testa, parecendo duvidosa quanto àquilo, mas pensativa.

– Wilma definitivamente queria fazer mal a Regina - discordou Emma. O que Whale dizia não fazia sentido, mas ela não pensou muito naquilo. Regina estava viva, e ela nunca mais a perderia – enfrentaria qualquer coisa antes de permitir isso.

– Não importa se ela queria ou não. Ela não conseguiu. Estou tão feliz! – exclamou Henry, sorrindo enquanto afagava a mão direita de Regina. Emma sorriu diante da alegria dele.

– Eu também – concordou.

– Regina vai precisar ficar aqui por alguns dias antes de receber alta – informou Whale. – Precisamos ter certeza de que tudo nela está funcionando normalmente.

– O que você quer dizer? – perguntou Emma, preocupada. – Há algo errado com ela?

– Não se precisa se preocupar, Srta. Swan. Ela está bem, serão apenas alguns exames para que vocês possam ficar tranquilos.

Emma ficou um pouco desapontada, pois ansiava por voltar a viver com Regina, mas assentiu. Qualquer coisa que fosse necessária para o bem dela.

– Tudo bem. Henry vai voltar para a escola e eu fico aqui fazendo companhia a Regina. Eu posso, certo? – perguntou ao médico, que inclinou a cabeça, ponderando a situação.

– Eu não deveria deixar, mas... Sim, você pode. Apenas tente não atrapalhar os médicos que cuidarão dela, ok?

– É claro que não. – e ele foi embora.

– Emma... Eu não quero que você ou Henry durmam em um hospital por mim – protestou Regina.

– Então eu não dormirei aqui. Eu fico com você enquanto o Henry estiver na escola e nós podemos dormir na casa dos meus pais.

Regina suspirou.

– Vocês podem voltar para casa, se quiserem. Nossa casa. Há uma chave embaixo do vaso de plantas n a varanda.

– Tem certeza? Não sei se me sinto muito confortável ficando naquela mansão sem você...

– Eu gostaria muito de voltar para casa, mãe. – interveio Henry, ao que Regina lançou-lhe um olhar de "o que eu disse?".

– Ok, se vocês insistem... – cedeu Emma.

– Não precisa se sentir desconfortável, Emma. É a sua casa agora.

Emma sorriu. Aquilo a deixou um pouco mais tranquila com relação a algo que vinha martelando em sua cabeça desde que Regina recuperara suas memórias; elas estavam claramente apaixonadas e queriam ficar juntas, mas Emma temia que Regina não visse o relacionamento delas de forma tão séria quanto ela via. E se, para Regina, aquilo fosse apenas mais um namoro sem grandes compromissos? E se um dia ela se cansasse de Emma e resolvesse terminar tudo? Ela já tivera experiências em que tudo parecia verdadeiro e eterno, e não dera exatamente certo... Saber que Regina considerava sua casa como sendo de ambas agora era um alívio. Além do mais, pensou, Regina acabara de morrer por ela, e, bem, as duas dividiam um filho. Aquilo tinha que significar alguma coisa.

Beijou Regina novamente, sentindo-se estúpida por ser capaz de preocupar-se com outras coisas quando o amor de sua vida tinha acabado de voltar da morte.

– Mas de qualquer forma, eu tenho que levar Henry para ficar com a Mary Margaret agora. A não ser que ele queira ficar sozinho naquela mansão até o fim do dia – falou, ao que Henry negou com um aceno de cabeça.

– Não posso ficar aqui com vocês? – pediu Henry. O garoto odiava não participar do que quer que fosse.

– Desculpe, Henry, mas não acho que o Dr. Whale permitirá que mais de uma pessoa fique aqui com Regina. E, além disso, nós precisamos de alguém para contar a David e Mary Margaret toda a emoção que acabamos de viver; tenho certeza que eles ficarão bastante felizes por Regina ter voltado.

– Ela está certa, Henry – concordou Regina. – E eu não acho que um hospital seja um bom lugar para você passar o seu dia.

– Eu sei que é algo maravilhoso e que você quer passar muito tempo com Regina agora – disse Emma-, mas espere ela sair daqui, está bem? Então nós três poderemos dar um passeio pela cidade, ou fazer uma maratona de filmes na televisão, ou o que você quiser ok?

Henry assentiu relutantemente. Depois, aproximando-se de Regina, abraçou-a mais uma vez. Regina retribuiu o abraço com satisfação.

– Sinto muito – disse ele, para a surpresa de ambas – pelo que você teve que fazer por nós.

As duas reagiram àquilo com uma expressão dolorosa.

– Henry, não é culpa sua – respondeu Regina. – E nem da Emma. Eu fiz isso porque foi necessário. E eu faria tudo de novo, se fosse preciso. Eu sempre sacrificarei qualquer coisa pela sua felicidade.

– Se há algum culpado, este alguém é Wilma – concordou Emma, embora ainda não houvesse se livrado totalmente de seu próprio sentimento de culpa. – Foi ela quem armou isso tudo.

– É só que... Eu não quero perder você de novo. – disse ele à Regina. – Você é muita preciosa.

Os olhos de Regina brilharam e ela limpou algumas lágrimas do rosto do garoto.

– Você não vai. Agora vai lá tranquilizar os seus avós.

Os dois se levantaram da cama, e Emma perguntou:

– Você vai ficar bem?

– Sim, não se preocupe – respondeu Reina, embora ainda parecesse atordoada, olhando ao seu redor e piscando freneticamente. - Só é meio... Estranho acordar da morte.

Emma acariciou sua bochecha.

– Imagino que sim. Volto daqui a pouco. Não sinta muito a minha falta.

Regina riu, enviando uma corrente elétrica pelo corpo de Emma, que se sentiu flutuando por não ter perdido aquela risada.

– Vamos, Henry.

Emma e Henry saíram do hospital e andaram até o poço dos desejos, onde David, Mary Margaret e algumas outras pessoas – um número surpreendentemente pequeno se fosse levado em conta o ato grandioso que ela realizara - ainda esperavam para saber se Whale tinha conseguido algo. Eles comemoraram ao saber que Regina estava viva – especialmente Mary Margaret. Outros apenas reagiram com indiferença, mas Emma estava aprendendo a ignorar aquilo.

Em seguida, os quatro entraram no fusca, e depois de deixá-los em casa com Henry, Emma passou no Granny's e comprou um pouco de comida chinesa para viagem – ela e Regina precisavam almoçar – e voltou para o hospital. Sua mente estava um turbilhão de euforia, pensamentos incessantes de felicidade inundando seu cérebro, e seus dedos suavam, de modo que ela surpreendeu-se com o fato de ter conseguido dirigir normalmente – ou quase. Era quase como se seu corpo não pudesse suportar tamanha satisfação. Ela com certeza seria uma esposa grudenta dali para frente. Esposa. Pegou-se questionando se aquela palavra não era séria demais, e se Regina também a usava para pensar em Emma às vezes. Droga de insegurança. "Não a deixe transparecer", pensou, respirando fundo.

Chegando ao hospital novamente, subiu as escadas apressadamente até chegar à cabine de Regina, que brincava com um pedaço de papel, fazendo-o flutuar magicamente sobre a palma da mão e dobrar-se nas mais diversas formas. Emma sorriu e fez o papel levitar da mão de Regina até a sua, surpresa com a própria capacidade.

– Você andou treinando? – questionou Regina, erguendo as sobrancelhas.

– Não. Acho que está apenas fluindo naturalmente.

– Que sacolas são essas?

– Oh, eu resolvi comprar um pouco de comida chinesa para nós. Espero que você goste de Yakissoba.

– Obrigada, mas não precisava. Eu acredito que eles servem comida para os pacientes no refeitório daqui.

– E eu acredito que não seja muito boa. – respondeu Emma, sentando-se na cama e começando a abrir as sacolas. Notou uma poltrona de couro que estava ao lado da cama, e que não se lembrava de ter visto ali antes.

– Whale colocou isso aqui – explicou Regina. - Ele disse que era para você se sentar nela enquanto estiver aqui.

Emma colocou as sacolas na cadeira e deitou-se na cama, ao lado de Regina, sem nem ao menos se preocupar em tirar os sapatos.

– Bem, eu acho que assim é bem melhor. – disse, passando os braços ao redor dela. Regina sorriu, mas disse:

– Não acho que você possa se deitar aqui.

– Provavelmente não – concordou Emma – Mas dane-se. Você é a prefeita.

Beijou Regina, satisfeita com a risada que arrancou dela. Em seguida deitaram-se sobre o travesseiro, face a face. Regina passou os dedos por seu rosto, e Emma notou que ainda havia algumas lágrimas secas nele.

– Você não imagina como eu me senti quando o raio te atingiu. – falou, de repente. – Foi como se... Meu mundo estivesse destruído.

Ela arrependeu-se de dizer aquilo quando viu a expressão dolorosa que Regina assumiu. Ela acariciou os cabelos de Emma.

– Eu sei... Deve ter sido horrível. Não sei se suportaria estar no seu lugar naquele momento. Sinto muito, mas foi necessário... – ela disse.

– Não precisa se desculpar. Isso já passou – rebateu Emma, tentando mudar de assunto. – Acho que devíamos apenas pensar em como estamos felizes agora.

Regina assentiu.

– Posso perguntar algo? – indagou Emma.

– Claro.

– Se estiver tudo bem para você pensar nisso... Como era? Quando você estava... Você sabe... ?

Regina abriu a boca para falar algo, mas pareceu hesitar um pouco.

– Não precisa me falar se não se sentir bem.

– Não, está tudo bem – ela garantiu. – Veja, Emma... Eu preciso te contar algo. Algo que aconteceu comigo depois que eu morri. Eu não sei se você vai acreditar em mim, porque pode soar muito insano, mas...

Regina respirou fundo antes de continuar, deixando Emma assustada. Em seguida, contou a história de como, depois de ser atingida pelo raio, ela despertara no outro mundo, na antiga casa onde vivia, pois recebera da Fada Azul uma chance de reverter o passado. Contou-lhe sobre Daniel, o garoto dos estábulos a cujos encantos ela se rendera novamente, e perguntou se Emma sabia sobre ele. Emma respondeu que sim – algum tempo antes, quando ela nem sonhava em conhecer o coração de Regina, sua mãe lhe contara o motivo pelo qual era tão odiada pela antiga madrasta. Quando ambas eram jovens, Regina salvou-a de um cavalo desgovernado e o Rei pediu a mão dela em casamento. O que se seguia a isto, se Emma bem se lembrava, era uma história confusa envolvendo um segredo revelado e uma mãe manipuladora e que culminava na morte do noivo de Regina.

Ouvir aquela história doía, por pensar em Regina sofrendo o mesmo que ela sofrera minutos antes, mas Emma ouviu atentamente enquanto Regina contava sobre como revivera todos aqueles momentos e conseguira mudá-los sozinha.

– Mas no último dia – concluiu Regina. – Eu escolhi abrir mão de tudo. Porque aquele mundo... Não teria você e Henry.

Emma sabia que Regina não estava mentindo – ela sempre sabia – mas não estava totalmente segura de que seu relato era real e não um sonho ou coisa do tipo.

– E você tem certeza de que isso aconteceu? – questionou. – Não foi um sonho ou... ?

– Não, foi bem real. – insistiu Regina. – E se tiver sido um sonho... Bem, então foi um sonho bastante longo, considerando que eu fiquei menos de cinco minutos inconsciente.

Emma olhou nos olhos de Regina, e acreditou nela. No louco universo mágico em que viviam nada parecia impossível – e, além do mais, não era possível sonhar depois da morte, certo?

Ao dar-se conta de que Regina dizia a verdade, ela se deu conta de algo ainda mais sublime; Regina desistira de transformar seu passado doloroso em um final feliz, e o fizera por ela. Por ela e Henry.

– Então, deixe-me ver se entendi – disse Emma -, você teve seu antigo namorado de volta, seus pais, uma vida tranquila e feliz ao lado deles, e você escolheu voltar? Arriscando-se a continuar morta? Por quê?

– Porque... Porque eu preferia morrer a viver em um mundo no qual vocês nunca existiriam.

Emma não conteve as lágrimas, e puxando Regina para ainda mais perto, abraçou-a.

– Você nunca se cansa de ser tão maravilhosa? – perguntou.

Regina riu.

– Eu aprendi com a melhor. – ela respondeu.

– Céus, o que eu fiz para merecer alguém tão especial?

Quando seus lábios se encontraram, elas ouviram passos se aproximando, e se afastaram. Emma saiu da cama, apressadamente, tirando as sacolas de comida da poltrona e sentando-se nela, com um ar inocente.

A Madre Superiora, com seu casaco engomado de gola alta, adentrou a cabine com um buquê nas mãos.

– Olá. – cumprimentou Regina. Aquilo ilustrava bem o ditado "falando no diabo...", pensou Emma.

– Eu só vim aqui para lhe cumprimentar e te desejar uma total recuperação, Regina. Depois de tudo o que você sacrificou por sua família, você merece – e nós duas sabemos que não falo apenas de ter se entregado ao raio. – ao dizer aquilo, dirigiu à outra mulher uma piscadela, que Regina respondeu com um sorriso desconcertado.

A Madre Superiora colocou as flores em um vaso que havia em cima de uma mesa ao lado, e antes de sair, disse a Emma:

– Cuide bem do que você tem, Srta. Swan. Essa daí faria qualquer coisa por você.

– Eu sei. – respondeu Emma com um sorriso, e ela foi embora.

– Ela se referia àquilo que você disse, certo? – perguntou, enquanto se levantava para se deitar ao lado dela novamente.

Regina assentiu. Sentada na beirada da cama, Emma aproximou-se dela, encarando seu rosto.

– Você é a melhor, sabia?

– É, já ouvi isso antes. – retrucou Regina, ao que as duas riram antes de Emma beijar seu pescoço. Ela começou com beijos suaves e depois começou a soprar no pescoço dela propositalmente, proporcionando-lhe cócegas.

– Pare, Emma! – pediu Regina, entre risadas. – Está fazendo cócegas!

Emma deitou-se, seus corpos se aproximando, seus braços ao redor uma da outra como as duas metades que elas eram.

Emma beijou-a suavemente, mas apaixonadamente, acariciando os lábios de Regina com leveza enquanto sua língua roçava em seus lábios.

– Você está melhor? – perguntou quando interrompeu o beijo.

– Não realmente. – admitiu Regina. – Mas eu posso ficar melhor bem rápido se você continuar me beijando assim.

Emma riu.

– Você é muito estúpida.

– Eu também te amo.

Give Me LoveWhere stories live. Discover now