Capítulo 12 - Meia-noite

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12. Meia Noite

Agora os olhares eram pesarosos e assustados. Eu tinha um desafio e não sabia o que esperar, caso o contrário, morreria.  A vida na ponta a faca. E eu poderia me partir ao meio.

 -Se você não pegar o amuleto, além de morrer, matará Henri, eles não perdoarão e virão atrás de vocês dois. Saiba que estes amuletos selam sua vida, e consequentemente o de hoje a de Henri também. O vínculo entre vocês é fatal. Irão vir atrás de você, mas antes você irá atrás deles. Não morra. – falou Paulo Roberto.

 Olhei o relógio para me certificar as horas exatas. Onze e meia.

 -Eu vou.

 Uma pausa. O choque atravessou o rosto de todos.

 Era óbvio que eu não estava fazendo isso por mim,  e sim por Henri. A ideia dele m... – suspirei- não existir era insuportável mesmo que eu não viva.

 -Aonde? – perguntei.

 -Não Claire. Você vai... morrer – falou Henri.

-Aonde? – perguntei severa.

 -Na clareira – respondeu Paulo.

 -Vocês podem ir? Ah, que burrice! Vocês devem estar lá, sexta- feira prometida. Bem... que comece isso, vamos. – fui saindo em direção à porta, mas a voz de Paulo Roberto em resposta a algo fez com que eu parasse e me virasse para trás.

 -Tudo bem. – disse – Depois nós nos encontraremos. Vamos – por dois segundos os outros vampiros já não estavam ali. Meus pais passaram por mim se enforcando para não chorar. Bela cena. Após encontrá-los eu poderia morrer. Nada tão justo e injusto ao mesmo tempo.

-Espero que vocês fiquem seguros, não vão lá, por favor.

 -Mas Claire... – começou minha mãe.

 -Não. Não vão. Por favor, nem que seja um último pedido, por favor... É perigoso demais só para mim, não me perdoarei se vocês forem e algo acontecer, fiquem.

 -Acho melhor Clarice. – falou Robert.

 Suspirei procurando equilíbrio.

 -Obrigada.

 -Mas, Robert...!

 -Não. Vamos para um lugar seguro, não é bom que fiquemos por aí hoje.

 -Obrigada. De verdade.

 Eles saíram. Ainda estava magoada com ambos, mas já me aliviava um pouco saber que ao menos eles estariam seguros.

 -Lembre-se que cada segundo é precioso. – avisou Paulo Roberto.

 Me virei. Henri. Ele me olhou nos olhos, como nunca havia feito até ali.

 -Não vá... D-depois – gaguejou – nós podemos fazer algo, pegar o amuleto pra você, talvez funcione.

 -Talvez não. – disse olhando para baixo, olhar naqueles olhos esmeraldas me embaraçava demais, mais do que eu estava.

 -Não! – gritou feroz, me assustei – Essa ideia é insuportável...

-A mim também, mesmo que eu não viva.

 -Nosso vínculo só terminará fatal, em minha morte, se você morrer por causa de um ser sobrenatural, em outras circunstâncias, não sei exatamente como, mas sei que a ocasião de hoje não terminará em minha morte e sim talvez na sua... Você não pode fazer isso comigo Claire!

 -Então posso ir mais tranquila. Vejo que mesmo assim é perigoso, mas tenho que ir, arriscar ficar aqui é poder lutar e me desarmar.

  -Eu te amo – ele disse.

Entre Anjos e Vampiros - O SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora