Capítulo 14 -Decisões

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14. Decisões

Eu estaria certa de ajudar alguém que já me prejudicou? Segundo os princípios bíblicos sim. Henri estava sendo ignorante por querer que eu diga não a Nobert?

 Eu irei ajudá-lo. Decidi, logo. Ele não me causaria mal nenhum.

 Eu acho.

 Doía-me perversamente saber que Henri se magoaria com minha decisão. Talvez eu não seja a única magoada da estória. Quando duas pessoas que se amam magoam um ao outro a solução seria se redimir, de forma que a confiança seja total às escolhas.

 Olhei a janela. O céu ainda nublado e triste, mas não passaria disso.

Talvez eu deva ir a casa de Nobert, outra coisa que Henri odiaria. Ou seria correto encontrá-lo na escola  amanhã?

 Fechei os olhos em busca de “inspiração”.

 Meus pensamentos foram bruscamente interrompidos por um barulho de vozes exaltadas no primeiro andar, quem seriam? Todos haviam saído até então. Prestei atenção.

 Reconheci as vozes de Tia Cries e minha mãe cada vez mais próximas. Diziam para que Ricard se acalmasse.

 -Acalme-se! Ricard! – gritou mamãe.

 Ela odiava gritar, algo errado acontece.

 -Não e não! Falarei agora com Claire, como pode? Sair mais cedo da escola e ir se encontrar com aquele... demônio! Nós pedimos! – exclamou meu pai.

 -Fale depois com ela, quando você não estiver de cabeça quente. – falou calmamente Tia Cries.

 -Falarei agora, ela não podia e não fará mais! Nunca mais irá ver ele! NUNCA! – gritou.

 Ele estava possesso. Definitivamente fora do controle, eu sentia más energias.

 Escutei passos na escada e vozes mais perto.

 Já sei para onde ir!

 Levantei às pressas, peguei minha mochila na poltrona e pulei a janela sem pensar duas vezes.

 Prazer, Claire, nova atriz de Matrix. Sim, sem piadas nesta hora.

 Saí correndo pelo jardim ignorando minhas dores. Virei à direita, sentido da casa de Henri, mas não pararia lá. Correria umas dez casas até chegar à oficina onde meu carro estava para revisão.

 Parei no meio do caminho, olhei a mata à esquerda. Lembrei-me do dia em que fui atacada pela primeira vez, ali, exatamente ali. Uma má sensação passou por mim, um sexto sentido se aflorando por todos os pelos que se arrepiavam sinistramente.

 Fiquei tonta e respirei fundo. Olhei para aquele lado tentando mandar uma mensagem para meu cérebro fazer com que minhas pernas ajam rápido. Algo se mexeu entre as árvores e nada que eu fizesse, de fato, contribuiria caso fosse o que eu estou pensando.

 Corri muito com medo de ser alcançada, corri em transe.

 Meu cérebro estava muito ocupado fazendo eu me mexer e esquecendo-me de mudar de caminho para não passar pela casa de Henri, falha. Estava ele e Bruce bem na fachada encostados à uma Ferrari vermelha, um show à parte, mas pelos modelos, um especificamente, não deixei de olhar, porém tinha certeza que meu olhar emanava desespero e isso não foi anda bom.

Nem por isso deixei de correr, fiz o possível para não voltar a olhar naquela direção como se adiantasse algo, eles já (obviamente) tinham me avistado.

Entre Anjos e Vampiros - O SegredoOnde histórias criam vida. Descubra agora