Capítulo 8 - Desastre

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-É pelo menos a décima loja que você me faz entrar e fica deitando em todos os sofás, será que não dá para pegar qualquer um?! Desse jeito você vai me atrasar!- a intenção é exatamente essa! Logo pela manhã eu ouvi que ela iria se encontrar com um cara que conheceu na internet, além de protegê-la de algum maníaco, penso no fato de que se ela casar pode querer sumir, e de verdade... Não quero perder a minha secretária.

-Aqueles outros eram bons!

-E porque não quis nenhum?!

- Um deles tinha uma madeira que incomodava o meu bum bum -  ela revira os olhos - e o outro o couro fedia.

-Então vou ter que te deixar! - a encaro - tenho um compromisso!

-É assim que quer crescer na WS? Com compromissos? Sem se dedicar?

-Ah cala essa boca! Eu não me dedico Carter Harper? E até onde eu sei, estamos em uma loja de sofá!Não na WS em algum trabalho importante.

-Lauren, é nesse sofá que eu vou me jogar quando chegar exausto, é ele quem vai salvar a minha vida, e é ele que tem que ser o melhor para que eu não fique travado!

-Só não desejo isso do fundo do meu coração porque sei que sobraria para mim! - Ela olha no relógio- Tenho que ir meu querido chefe, escolhe esse - ela se joga em um sofá e o encosto falso por ser mostruário sai e ela cai de costas no chão, aquilo me arrepia, o sofá era um tanto alto e ficava em cima de um degrau, ou seja, ela caiu de uma altura boa.

-Lauren! - me aproximo e ela respira fundo e me encara.

-Carter, bati as minhas costas no chão, está doendo muito... Acho que pegou algum osso...- Olho nos seus olhos e um tumulto começa em volta dela.

-Vou levar você no hospital.

-Melhor não mexer nela! - um vendedor se aproxima - Ela pode ter fraturado algo, caiu completamente de mal jeito!

-Culpa de vocês, aonde já se viu colocar um sofá desse em uma parte alta da loja com encosto falso?

-Carter - ela grita-  está doendo!

-Calma - pego meu celular - Vou chamar a ambulância, vai ficar tudo bem!

Meu coração aperta e eu sinto raiva de mim, isso é tudo a minha culpa, todos estão ali e o vendedor mal fala comigo, apenas olha para Lauren e pega a sua mão perguntando como ela está.

-E pode deixar, eu cuido dela!- o espanto- Lau, a ambulância está vindo tá bom?! - ela assente.

-Estou com muita dor Carter!

A ambulância chega depressa e rapidamente eles a imobilizam na maca, ela me encara com dor a todo momento, sigo a equipe com o meu carro,  acontecer algo a ela, por mais clichê que soe, eu nunca vou me perdoar.

-E a dor?- pergunto olhando para ela.

-Vai passar em instantes, dei um remédio que alivia e só vamos tirar raio x para ver se ela não fraturou nada! - a enfermeira responde e Lau me olha fechando os olhos - Dá sono também!

Parece que estou ali uma vida inteira, a bolsa de Lauren está comigo e o cara da internet, acredito que seja ele, não para de ligar, até que eu não resisto.

-Lau até que enfim você atendeu!

-Esse celular é da minha esposa! E ela se chama Lauren, vai procurar outra meu querido!- Se ela souber disso, acho que vai me matar. Desligo o celular e coloco dentro da sua bolsa como estava antes.

Depois de muito tempo, Lauren vem andando com a espécie de um colete, eu me aproximo dela e faço com que ela se apoie em mim.

-O que ela tem?!

-Só por precaução, ela não pode fazer muitos esforços por uns dias e não quero que ela saia da cama por no mínimo três dias! Já percebi que ela é teimosa, mas, acredito que com esse marido dedicado ela vai ficar novinha em folha. - sorrio com o que a médica fala e Lauren a encara nervosa.

-Ele não é meu marido! É um chefe idiota que me meteu nessa em pleno sábado á noite melando meu encontro! Tem noção da dor que eu estou por sua causa seu cretino?!- A médica assusta e eu a abraço.

-Fico feliz em saber que já voltou a ser a boa e velha Lauren! Não se assuste doutora, isso quer dizer que a verdadeira Lauren está de volta! E eu vou te levar para casa!

-Não vai mesmo! - ela revida e sai andando com dificuldades.

-Lembra do que eu disse mocinha? Repouso, seja lá o que vocês dois tenham! Dá para me obedecer e não fazer estripulias? - a médica adverte e eu faço biquinho, ela me encara fuzilando o olhar nos meus e eu sorrio de maneira "cafajeste".

-Escute a médica minha querida esposa....-Dou ênfase no "esposa" e ela sai andando quase sem conseguir, me aproximo e apoio seus braços no meu ombro.

Depois de muito custo, consigo convencer essa onça que o melhor local para ela ficar é na minha casa, eu me sinto culpado por tudo isso, e é claro que eu tenho mais que a obrigação de cuidar dela, de ao menos ficar ao lado dessa mulher que não tem ninguém por ela. 

A ajeito na minha cama e coloco diversos travesseiros apoiando sua coluna e a deixando bem confortável, ajeito a mesa de madeira para a cama e mexo a sopa que fiz esfriando.

-O cheiro está bom!- ela elogia.

-Eu sou um ótimo cozinheiro.

-A Nissim que é! - sorrio- eu moro sozinha Carter, essas sopas eu conheço muito bem - levanta o braço para pegar a colher e faz uma cara de dor. - Ai, ainda dói tudo.

-Eu dou na sua boca!

-Não precisa!- ela reluta.

-Me sinto culpado por tudo isso, eu sei que está possessa comigo, sei que as vezes te irrito e...

-Carter, você sempre me irrita!

-Enfim Lauren, me perdoa! Eu não queria ter feito você ir comigo nessas lojas, não queria ter feito você perder seu compromisso e não queria ter feito você se machucar!

-Ter feito eu me machucar eu sei que não queria, ou pelo menos eu acho que não, mas, queria que eu perdesse meu encontro- a encaro -ou acha que eu não vi você escutando minha conversa hoje de manhã? - minha boca seca.

-Está brava por isso?

-Carter, porque você sempre mela os meus encontros? Porque não me deixa conhecer ninguém?!

Essa eu não vou saber responder!

Querido Carter - Um conto de Querido Chefe _ Amazon_Onde histórias criam vida. Descubra agora