Epílogo

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"Quando você descobre que vai ser pai, o amor que desenvolve por aqueles pequenos desenhos que se mexem a cada ultrassom é algo inexplicável, mesmo que eu quisesse, não teria palavras para tamanha emoção."

***Ela está sonolenta, a agitação começa, tento filmar tudo, mas quando escuto a palavra incisão, eu sinto um cheiro de sangue que me amolece, minhas pernas ficam bambas e eu só escuto Lauren gritar meu nome, uma enfermeira corre até mim e me levanta, não desmaiei porque um choro fino e depois outro invadem o meu peito, dou a câmera para a mulher que está ao meu lado e vou até Angeline.

-Olha a Allyssia papai- eu sorrio e um misto de alegria e desespero me invadem.- E eu sou o Miguel- outra enfermeira se aproxima, os choros se misturam, lágrimas descem por minha face, posso ver Lauren chorando de modo que sorria junto.- Pegue a Allyssia papai- Angeline fala e eu sem jeito pego minha filha, tão pequena, tão indefesa... Aproximo do rosto de Lau que sorri, ela olha o Miguel que está quietinho no colo de uma mulher, esse é o meu garoto.

-Nossa princesa Lauren- minha noiva beija a testinha da nossa menina, sorrio e troco pelo meu menino, tão lindo. –Nosso príncipe.- Ela sorri e beija ele como fez com Ally.

-Agora vamos levar eles para fazer exames, terminar tudo e logo Lau está no quarto para dar de mamar a eles.

-O que? Não levem meus filhos- Lau fala maternalmente e eu seguro sua mão beijando sua testa.

-Ninguém nunca vai tirar nossos meninos da gente! – ela fecha os olhos sonolenta- Obrigado por ter me aturado e ter dado o melhor dia da minha vida.

-Agora pode ir até a recepção e aguardar lá.- uma enfermeira pede delicadamente quando Lauren dorme e eu assinto.

-Ela está bem né?

-Sim, é efeito da anestesia.

Estou tempo suficiente esperando para ver a minha noiva, liguei para Matt trazer roupas para mim já que usávamos o mesmo número e a Joanna, sei que Lauren vai querer a amiga por perto.

Eles chegam sorrindo contentes e eu pego a camisa goiaba e a calça jeans que ele me entrega, corro para o banheiro e peço para que eles esperem para irem ao berçário, se eu não estivesse de pijama estaria aguardando lá babando nos meus filhotes.

-Quero ver meus sobrinhos- Joanna fala de modo ansioso e eu sorrio.

-Eles são lindos!

Entro no corredor que fica o berçário com eles e mostro meus pequenos apontando para o local que estão, sorrio feito um idiota e Joanna começa a chorar, até Matt está emocionado.

Dou-me conta que não avisei a mãe da Lauren nem a minha família, ligo para a família dela que faz uma festa e todos ficam ansiosos parra conhecer as pequenos, claro que eu me gabo falando que o menino puxou o pai, mas a menina tem todo o encanto, beleza e delicadeza da mãe. Quando conto a Rose ela dá um grito que faz a minha mãe gritar do outro lado e puxar o telefone da mão da minha irmã, sorrio com o choro de Dona Edna e fico mais feliz em saber que em breve voltarei a morar perto dela.

A enfermeira vem até mim e autoriza nossa entrada, Joanna levanta depressa e aperta os passos, abro a porta do quarto e minha esposa está com uma camisola rosa claro, sua cama está ajeitada e ela me olha sorrindo.

-Olha quem veio ver você e conhecer os pequenos- mal termino e Joanna está abraçada nela de maneira que faça Lauren chorar.

-Eles são lindos Lau!- ela fala sentando em um sofá próximo a cama.

-Eu os achei a coisa mais linda... Vocês precisam ver a calma do Miguel!***

Por um momento achei que poderia perder os dois, e assim não saberia como teria sido essa magia, essa coisa que faz com que nos tornemos completos... Com que o tempo mude ao seu favor e as coisas comecem a fazer sentido... Acordar com um choro, ou se preocupar com a alimentação de um ser que você criou... É algo que eu não conseguiria explicar tamanha felicidade!

Quatro anos depois...

-Pequena como eu faço mingau de aveia? – Ally não para de chorar de maneira falsa que eu odeio, mas, tolero... Miguel só sabe gritar pela mãe e eu estou a meia hora tentando descobrir como faço esse bendito mingau que a Ally não para de pedir. Maldita hora que a minha mãe resolveu viajar!

-Não Carter est á tarde para a Ally comer isso.- como ela sabe que é a Ally que quer? Sério, essas premonições de mãe me assustam.

-Como sabe que é ela que quer?

-Ela sempre te dobra- o pior que ela tem razão... Quando ela queria ir no carrossel e eu estava com medo de entrar naquele negócio, só eu poderia ir tendo em vista que Lauren estava em outro brinquedo com o Miguel, ela chorou e eu dizia não e ela chorava mais... Até que ela me disse que eu não via mais ela como a sua princesinha... Minutos depois lá estava eu sentado em um unicórnio rosa ouvindo as gargalhadas dela.

-O que eu faço?

-A manda dormir se não o bicho papão vai sair debaixo da cama e levar ela de mim para sempre.

-Você é uma terrorista. – falo indignado.

-Eu sou mãe Carter.

-Está bem mãe do ano.- sorrio e desligo.- Ally, não vai rolar mingauzinho! – ela chora mais alto ainda e eu franzo a testa.

-Fica quieta sua gritona- Miguel se manifesta e ela mostra a língua para ele.

-Fiquei sabendo que tem um bicho papão enorme debaixo da sua cama, e se você não obedecer o papai, ele vai pegar você e levar da mamãe para sempre. – ela para de chorar e eu a encaro, céus, minha mulher deveria ser psicóloga!

-Posso ver filme papai?- ela fala enxugando as falsas lágrimas e Miguel se anima.

-Oba, filme!

-Qual vocês querem?!

-Frozen- Ally grita e Miguel se ajeita no sofá.

-Eu amo o Ollaf!

Pego meu celular em busca de levar isso para Lauren e saber como ela está, uso minha tática de levar coisas simples a ela.

-Frozen, Divertida mente, Hotel Transilvânia ou os Minnions? – falo olhando nos filmes que temos, na verdade, os que eles mais assistem.

-Os Minnions- a voz dela é de sono.

-A Ally quer o Frozen desde o começo, o Miguel disse que gosta do Olaff...

-Estou desconfiada que está me ligando para ouvir minha voz meu chefe- realmente ela me conhece!

-Quero ouvir minha Gerente de marketing e preciso de desculpas.

-Acontece que são cinco da manhã aqui e ai provavelmente umas sete... – sorrio.

-Preciso dizer que te amo, vai que você conhece algum chefe ai...

-Já conheci o meu e eu o amo.

-E como ele é?

-Chato, autoritário, piadista, me acorda de madrugada. Mas é o homem da minha vida.

-Eu te amo minha secretária.

-Eu amo você meu querido chefe.

Se me perguntarem: Você se arrepende de tudo que fez a Lauren passar?! Responderei assim: Faria tudo de novo!

Querido Carter - Um conto de Querido Chefe _ Amazon_Onde histórias criam vida. Descubra agora