Tudo o que é Meu

Bruno

Assim que cheguei na aula, já tive o relance do meu plano: procurar o Bruno, tirar todas as informações possíveis sobre Lucas sem dar pinta de algo.  Entrei no corredor da sala de Ciências e vi que ele estava sentado lá, quieto e sozinho. Bruno era do estilo nerd, usava óculos grandes, uma camisa xadrez apertada, calça marrom e all star pretos. Ele era baixo, 1.60 no máximo e era forte, um peitoral largo.
Me aproximei e já fui direto:
- Oi Bruno, sou Ramon. Eu estudo na sala do Lucas e estou fazendo trabalho com ele, mas ele não tem vindo a  escola, você  sabe o que houve?- perguntei tentando parecer em dúvida.
- Ah... É... O-oi Ra-Ramon, tudo bem? O Lucas estava pra mudar de período, mas não sei se ele mudou - Bruno tinha ficado muito nervoso, quando ele me olhava, logo ficava vermelho. Ele era bonito, rosto de criança (e cá entre nós, esse é meu ponto fraco).
- Ah, poxa vida Bruno. Mas você sabe o motivo da mudança dele?- perguntei.
- Não seu bem, mas parece que ele conhexeu uma garota que estuda a noite, e eles estão saindo.
Quando Bruno disse aquilo, foi difícil esconder meu espanto. Na hora foi uma explosão de sentimentos, eu não sabia se tinha raiva, ou tristeza, ou confusão, ou manteria minha sanidade e frieza de sempre, fingindo que nada aconteceu.
-An... Ramon? - Chamou Bruno. Só aí me toquei que estava com os punhos semi cerrados.
- Ah, fico feliz por ele - menti sentindo que tinha que sair dali - Obrigado Bruno.
Fui saindo antes que começasse a chorar, mas Bruno pegou em minha mão e me disse:
- Ei, relaxa. Se quiser eu posso te ajudar com o trabalho. Não fica com essa cara de preocupação - o sorriso dele era lindo.
- Ah... É que... Não curto ficar de recuperação - disse. Eu realmente não gostava.
Bruno sorriu, soltou minha mão e disse:
- Vamos fazer assim: você saindo da aula, me espera aqui no corredor, e eu te levo pra minha casa e fazemos o trabalho, pode ser?.
- Ah... Eu não quero ser um incômodo - eu disse e nessa hora, o sinal tocou - vou pra aula, me espera e eu te falo se vou ou não okay? - disse eu, já me afastando.
- Ta bom anjo, boa aula! - gritou ele.

Bruno parecia ser legal, e eu gostei dele, não era arrogante nem chato. Mas como essa história de trabalho era falsa, eu teria que dispensar a ajuda dele. Voltei pra aula e o dia seguiu normal, até que na aula de matemática, o professor passou uma lista de exercícios. E eram bem difíceis, e aí tive a ideia de aceitar o convite de Bruno, juntando o Útil ao Agradável.