O cabelo dela é vermelho.

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Churrasco na casa do Cauê Moura.

Era aniversário da Dani, esposa do Cauê, então a festa havia começado bem cedo, mais especificamente às 9h da manhã que foi a hora que a galera estacionou o carro e tirou os gradeados de cerveja para a comemoração.

Júlio chegou por volta do meio dia carregando algumas garrafas de uísque, ele tinha decidido parar de beber mas os seus planos não andavam muito bem. Fazia um pouco mais de um mês que Aninha havia voltado para os Estados Unidos com a pequena Tiê, e se no início tinha sido difícil para ele lidar com o afastamento de Ana agora estava sendo quinhentas vezes pior, pois Ana tinha levado sua filha com ela.

Mas tudo bem, Cocielo seguiria em frente de cabeça erguida e tocando sua vida para não deixar faltar nada a passarinho. Seu canal estava chegando aos dez milhões de inscritos e seu contrato com a TV tinha sido renovado, ou seja, no final das contas tudo estava dando certo.

- Cê está bem, cara?

Patrícia, já um pouco alcolizada, deu pequenos pulos para perto do canalha e o cumprimentou.

- Melhor impossível. - Júlio respondeu com um rápido sorriso nos lábios, não sabia se Patrícia estava sendo sincera, ela não ia bem com a cara dele.

- Você viu? A Aninha arranjou outro emprego - Ela sorriu.

- Me falaram.

- Você não está de bom humor hoje, né, Júlio. - Bateu os pés no chão.

- Porque você está sendo legal comigo, Patrícia? - O canalha suspirou.

- Eu sou uma pessoa legal. - Ela se defendeu - Só que você aprontou muito com a minha amiga no passado, eu costumo tomar as dores de quem eu gosto.

- Isso já faz anos.

- Exatamente. - Sorriu. - Agora nós somos praticamente da mesma família, afinal a Tiê é minha afilhada. - Colocou as mãos no quadril.

- É.

Silêncio.

- Júlio, eu estou sendo sincera - se aproximou do canalha - eu queria que vocês dois tivessem ficado juntos.

- As coisas não são assim, Patrícia. - Suspirou - Olha você e o Castanhari...

- O que tem nós dois?

- Vocês têm uma sintonia, eu e a Ana não.

- Isso é coisa da sua cabeça.

- Talvez.

- Olha, se você quiser eu lhe ajudo a reconquistar a Aninha. - falou despreocupada.

Silêncio. Cocielo se sentia desconfortável, onde estaria o Igão para chegar ali e tira-lo daquela conversa?

- Cê não vai negar minha ajuda, né? - Pathy insistiu.

- Eu estou cansado, ok?

Pathy não teve tempo para responder a recusa do canalha pois na mesma hora Cauê chamou a atenção de todos os convidados.

- Aê, seus cuzão! - Ele gritou com sua voz estridente - prestenção aqui!

Todos olharam em sua direção.

- Então, hoje é o aniversário da minha mulher linda e única - Ele já estava bem virado com o álcool então Dani, sua esposa, apenas riu timidamente - Ai o quê que acontece?

- Sério isso, Cauêzão? - Castanha gritou do meio da galera - Cê vai anunciar agora que vai se candidatar lá com a esquerda? Com a Dilmãe?

MonoMania - Júlio CocieloOnde histórias criam vida. Descubra agora