I Follow Rivers

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"Seja o oceano onde eu deságuo
Seja meu único, seja a água
E eu estou passando" Lykke Li

Tubarão - Casa do Luba

//narrador//

- Se alguém rir da minha cara, pode ter certeza que eu mando matar - Luba gritou do outro lado da porta.

- Ninguém vai rir de nada, Lucas. - T3ddy suspirou. - Abre logo essa porta, todo mundo veio aqui só pra te ver.

- Eu não estou tentado a fazer isso. Meu cabelo está bagunçado. - Luba respondeu.

- Pelo amor de Deus, criatura - Rafael ralhou - Vou chamar a Tia Carminha para te dar umas mãozadas!

Em questão de segundos a porta foi destrancada e Luba deixou todos entrarem.

- Mas você está... - Pathy tomou um susto ao ver o amigo - Você está fabuloso - Correu e abraçou ele.

Luba estava magro, com as mãos secas e duras e com o cabelo quase que uma palha de ressecado e fino. A feição em seu rosto era de cansaço e sono, talvez fosse difícil para ele dormir à noite. O que tinha acontecido a ele? Era o que todos ali estavam se perguntando.

- Você sumiu! - Luci apontou o dedo no rosto dele. - Não deveria ter feito isso.

- Eu não queria preocupa-los antes de ter a confirmação... - Luba respondeu, ele estava com Tiê no colo então sua atenção estava ocupada com mimos à garota.

- O único que sabia era o T3ddy? - Igão perguntou.

- Eu descobri ao acaso - T3ddy começou a explicar, ele estava sentado ao lado de Luba - Lucas estava sendo "incomodado" por uma B3ar, aí eu vim passar uns dias aqui para tentar conversar com ela...

- Aliás, obrigada por pegar meu celular, Patrícia - Luba encarou Pathy. - Me fez um favor, já estava ficando louco.

- A gente tenta. - Pathy riu.

- Aí eu, sem querer, atendi uma chamada do hospital onde o Lucas se internou semanas atrás e fiquei sabendo do que estava rolando. - Uma pontada de dor era sentida na fala de T3ddy.

- E o que você tem? - Júlio quis saber.

Luba respirou fundo e ficou alguns segundos em silêncio, ele pensava se aquilo de envolver seus amigos nessa história tinha sido mesmo boa idéia.

- Eu estou com Leucemia linfóide crônica.

- Isso quer dizer que? - Cellbit estava confuso, ele queria perguntar se aquilo matava mas achou melhor não.

- Que ele está com câncer, idiota. - Patrícia, com a voz pesada, falou. Ela levantou da cadeira e começou a andar pelo apartamento.

- Hey calma. - Júlio, sem chamar atenção, foi até Pathy e a abraçou - Ele vai ficar bem. - afagou os braços frios dela.

- Bem o caralho, isso é câncer. - Ela disse sem fitar Cocielo nos olhos - Isso já matou metade da minha família.

- Mas não vai matar o Luba, ele é forte.

- Forte? - Ela fitou de canto de olho o amigo que estava explicando sobre a doença aos outros - Você viu o estado dele? - Respirou fundo - Eu nunca vi ele assim...

- Mano, cê quer saber? Tenho certeza que se eu ligar a rádio e tiver passando qualquer uma das tais divas que vocês tanto gostam, ele vai subir na cama e rebolar loucamente.

Pathy teve que rir, aquilo era verdade.

- Obrigada. - Ela disse. - Agora se afaste de mim, porque do jeito que o Luba é, é capaz dele começar a falar um monte de besteiras...

MonoMania - Júlio CocieloOnde histórias criam vida. Descubra agora