400 Lux

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"Nós nunca terminamos de passar o tempo
Posso passar o tempo com você?
Até nosso sangue ficar vermelho e azul
Nós viemos aqui o tempo inteiro
Não temos muito o que fazer
Me deixe passar o tempo com você?" Lorde.

- O que você acha que vai fazer? - Patrícia falou puxando pelo braço do Cocielo - Nós temos que ir para o hospital.

- Vou precisar da sua ajuda - Júlio disse e encarou a amiga - Isso é muito importante pra mim.

Eles estavam parados em frente a uma joalheria no centro de São Paulo. Os dois haviam deixado o carro do canalha em um estacionamento ali perto e estavam se dirigindo a pé para o hospital onde Luba e Ana tinham sido internados, porém, no meio do caminho Júlio quis parar em uma joalheria de gente rica que achou ali perto.

- Eu ainda não entendi. - Ela cruzou os braços.

Cocielo apenas entrou na joalheria e logo foi abordado por um atendente muito bem vestido.

- Em que posso ajudá-lo, senhor? - O atendente falou pomposamente.

- Estou procurando por alianças - Júlio disse sem pestanejar.

- Alguma data especial? - O atendente fez um pequeno aceno para que Júlio e Pathy o acompanhasse joalheria adentro.

- Noivado.

- Ah, claro. Só um segundo, sintam-se à vontade, em minutos estarei de volta - O atendente falou e logo sumiu.

Pathy esperou alguns segundos e fitou o canalha que parecia apreensivo.

- Você não pretende fazer o que eu acho que pretende fazer, né? - Ela enfim disse.

- Não entendo os seus códigos, Patrícia.

- Júlio, você vai pedir a Ana em casamento?! - Ela falou um pouco mais alto, coisa que faz alguns outros clientes olharem com desdém para eles dois. - Você não pode pedir alguém casada em casamento! E outra, onde a Mallu fica nisso?

- Fale mais baixo. - Ele a repreendeu - É só questão de dias para que eu crie coragem de conversar com a Mallu e para que a Ana resolva o estado civil dela. - Júlio tinha uma ponta de felicidade em sua voz - Logo, logo ela estará livre desse casamento de mentira.

- Júlio César Pinto Cocielo, a Aninha em poucas horas estará em uma mesa de cirurgia - falou fitando o relógio de pulso - Creio que essa não seja uma boa hora para que você chegue com um anel de noivado...

- Não seja tão dura, Pathy. Eu simplesmente quero isso, eu quero comprar essa aliança. Não estou dizendo que vou invadir a sala de operação e colocar o anel no dedo da Aninha enquanto ela estiver dopada, o Luba me mataria se ele perdesse esse momento - Riu.

- Você não parece nem um pouco tenso com o que vai acontecer hoje, não é? - Ela suspirou.

- Eu sei que tudo vai correr bem, não preciso me preocupar. - Pela primeira vez naquela tarde a voz de Júlio vacilou. - O Lucas vai receber a doação e vai se recuperar logo...

- É... A Aninha é forte, ela também vai...

- Não preciso que fique tocando nesse assunto, Patrícia. - Ele sentia um enorme peso em seu peito, estava ficando sem ar - Sei dos riscos que a Ana vai... - Suspirou - Vai dar certo.

- Cocielo? - Uma voz feminina chamou a atenção do canalha. - Não acredito!

Quando Júlio se virou na direção da voz, ele viu uma "menina" pulando de felicidade agarrada ao braço da mãe.

- Err, oi. - Ele disse com um rápido sorriso.

- Eu sou sua fã. Nossa! Eu te amo tanto. - A garota soltou a mãe e o abraçou. - Sério, você é foda. Meu Deus.

- Muito obrigado, você que é linda. - Ele sorriu. - Como é o seu nome?

- Graziele. - Ela pulou. - Posso tirar uma foto com você? Por favor!!!!

- Claro.

- Senhor? - O atendente pomposo voltou e logo se dirigiu à Cocielo - Vou levá-lo agora para ver as alianças de noivado. - Ele falou.

- Você é mal educado, hein, filho? - Pathy disse - Não vê que o meu amigo está ocupado com uma fã?

- Patrícia! - Júlio a repreendeu - Não ligue para ela, você pode me dar só alguns segundos para poder tirar uma foto com a Grazi? - Ele disse e a menina quase "desmaiou" por ele ter falado seu apelido.

- Claro, senhor. - O atendente enfim disse.

Apartamento da Mallu ----

- Mãe, eu preciso fazer isso. Não quero perdê-lo.

Ela falava com um certo pesar na voz, sua mãe, do outro lado da linha, desaprovava sua atitude.

- Você está sendo uma idiota, Maria Luísa. - Ela bufava - Vai jogar sua vida fora por causa de um homem? E você não estava não era com aquele tal de Felipe?

- Mãe, eu amo o Júlio - Mentiu - O Castanhari é passado...

- Se você quer arranjar uma barriga pra segurar o cara, tudo bem. Agora não venha correr pra mim quando tudo isso der errado. Você pode ser minha filha, mas eu nao apoio filha da putagem de ninguém.

E bateu o telefone.

- Puta! - Maria Luísa exclamou, sentia suas bochechas queimarem de raiva.

Cada vez mais ela via Júlio distante, ela estava perdendo-o, e com isso ela só tinha uma solução: precisava de um filho dele.

- Mas como ter um filho de um cara que nem me procura mais? - Bufou - E depois da sonsa da Ana dar uma de "heroina" se oferecendo pra salvar aquele viado, agora que ficaria difícil mesmo.

Semicerrou os punhos, algo deveria ser feito, e algo extremo. Mallu pegou o celular para ligar para Castanhari, ela deveria servir menos para engravida-la, já que para outras coisas... Mas antes de entrar nos contatos ela viu uma certa notificação no celular:

 Mas antes de entrar nos contatos ela viu uma certa notificação no celular:

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Maria Luísa sorriu. Se até agora, depois de meses da chegada de Ana no Brasil, o canalha não tinha terminado com ela... Então ele ainda sentia algo por ela, e esse algo especial só poderia ser uma coisa: ela, em breve, seria pedida em casamento.

Desculpem a demora, ando com um belo bloqueio criativo 😑

Beijos de luz.

MonoMania - Júlio CocieloOnde histórias criam vida. Descubra agora