You Ain't Alone

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"Você tem medo de dizer a alguém como você se sente a respeito de alguém?
Você está com medo do que alguém vai pensar?
Ou você está com medo de usar seu coração com uma luva?
Você tem medo de mim?"

Júlio fechou as cortinas e se trancou no escritório. Estava frio, São Paulo estava chuvosa e cinza. Com uma caneca de café quente, os pés descalços e moletom ele foi até a estante ao lado da janela, passou a mão rapidamente na prateleira mais alta e pegou uma caixa mediana onde guardava pequenas lembranças.

Pegou nas mãos o primeiro cd que viu e o colocou para tocar, era Boys & Girls do Alabama Shakes. Ele riu, aquilo definitivamente não era seu tipo de música, mas o tempo chuvoso o fazia ficar nostalgico e era agradável reviver alguns dos seus momentos que não voltariam mais.

----flashback on

- Qual o seu problema em escutar música de gente normal? - Ele bufou pegando o cd do tal Alabama nas mãos.

- Eu estou apaixonada, não posso escutar música de "gente normal" - Ana fez aspas com as mãos e deu um longo beijo no canalha.

- Pessoas apaixonadas escutam Jorge e Matheus. - Ele riu.

- Ah, por isso que você não me deixa ver a sua playlist no celular - Ela riu, seu sorriso era o mais belo que ele já tinha visto.

- Óbvio. Eu não quero parecer um bobão na sua frente...

- Comece de novo, porque não está dando certo. - Ela gargalhou.

- Ah é?

Ele a segurou pela cintura e a tomou em seus braços, a levando para o quarto, para onde ele considerava seu porto seguro.

----flashback off

Ele sorria, as lembranças que tinha com a cearense sempre roubavam dele um sorriso; Mas nesse mesmo momento a imagem de Aninha deu lugar aos cabelos ruivos e lisos de Mallu, ela que eram raras às vezes que sorria mas que sempre estava disposta a estar ao lado dele.

A espontaneidade de Mallu era a única característica que tinha de parecida com Aninha, além de fugir a qualquer custo de seu passado - pois Cocielo não sabia muitas coisas além de que ela era prima do Cauê - Mallu era de um humor rápido e ríspido, coisa que o irritava as vezes. Mas o canalha não sabia bem o que estava o ligando a ela, seria a convivência?

Em questão de segundos Mallu foi esquecida pois, ao passar os olhos pela estante, Júlio viu um porta retrato com a foto mais recente de Tiê.

---- flashback on

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---- flashback on

Patrícia sorriu com um pequeno embrulho nas mãos.

- O que você quer? - Júlio riu.

- Nada. Não posso mais te dar nenhum presente? - Animada, ela se balançava de um lado ao outro, parecia uma criança que tinha acabado de aprontar algo.

MonoMania - Júlio CocieloOnde histórias criam vida. Descubra agora