À Flor da Pele

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MONOMANIA CAPÍTULOS FINAIS

02 - PATRÍCIA E CASTANHARI

Ela abriu a porta e fitou o olhar vago e longe dele.

- Entre.

Patrícia andou até a cozinha e pegou uma cerveja.

- Está servido?

Ele apenas fez que sim com a cabeça e aceitou a bebida das mãos tremulas da mulher.

- Eu...

- Obrigado por ter me recebido, Patrícia. - Castanhari sorriu timidamente. - Não pensei que...

- Não são tempos para se guardar rancor de ninguém, Felipe. - Ela deu de ombros. - A vida é rápida demais para isso.

- Notícias?

- Queria dizer que sim, mas creio não ter nada agradável para dizer. - Suspirou - Só a mesma coisa, Júlio está prestes a perder o juízo falando sozinho naquela cama de hospital.

- Ele está conversando com a Aninha, não?

Pathy respirou fundo, ela tentava reunir todas as forças que ainda lhe restavam.

- Em outras circunstâncias eu falaria que sim, que ele conta as mais variadas histórias para Aninha que está lá apenas dormindo. - Finas lágrimas romperam em seu rosto pálido. - Mas eu... Eu... Eu não posso mentir para mim mesmo. Ela não vai voltar.

- Te conheci mais crente.

Silêncio. Castanhari se via imóvel em frente a uma Patrícia frágil e desacreditada, ele não sabia o que fazer ali.

- Você não é assim, Patrícia. - Ele tomou coragem e disse - Você é uma das pessoas que eu mais admiro na minha vida, tanto pelo fato de ser determinada quanto por ser forte.

- Mas o Rafael está...

- Não faça isso. - Castanhari trocou de lugar e sentou ao lado de Patrícia, ele a abraçou. - Você só está cansada. - Sentiu a pele febril dela em suas mãos. - Vamos, vou cuidar de você.

Castanha levou Pathy até o quarto e a colocou embaixo das cobertas, ela queimava em febre. Ele rapidamente ligou para o médico de sua ex namorada que dentro de pouco batia na porta do apartamento dela.

- Patrícia está esgotada. - O doutor falou prescrevendo a medicação - Pelo visto ela está sem dormir há dias e não anda se alimentando direito.

- Isso irá ajudar? - Felipe falou fitando a receita que o médico lhe entregou.

- Também. - Suspirou - Mas eu o aconselho a não deixa-la sozinha - Sussurrou - Sabe como ela é teimosa. É bem capaz de quando acordar jogar tudo para o alto e sair pelo meio do mundo sem nenhum cuidado.

Castanhari assentiu.

- Tudo bem, doutor. Eu cuidarei dela.

03 - LUBA E T3DDY

- Será que é carma? - Lucas recebeu o café das mãos de T3ddy. - Parece até brincadeira de Deus, se é que ele existe.

- Não comece com essas histórias, Luba. - Olioti se acomodou ao lado do loiro e afagou seus ombros. - Sabe que isso me deixa desconfortável.

- Fica desconfortável por que começa a se perguntar a mesma coisa que eu.

- São coisas da vida, Lucas. - Balançou a cabeça em negação. -A gente não consegue evitar, só isso.

- Queria trocar de lugar com a Aninha naquele leito - Fungou. Estava desolado.

- Nem brinque com isso, eu não suportaria. Não consigo imaginar pelo o que o Cocielo está passando ali.

Luba ficou alguns segundos em silêncio. O sentimento de impotência que tomava conta dele era enorme, chegava a doer.

- Isso é ridículo. Quando eu estava precisando a Aninha foi lá e me ajudou e agora que ela precisa... - Bateu os pés. - Eu sou um inútil!

- Pare com isso, Lucas! - T3ddy prendeu os braços nervosos de Luba - Não há nada que possamos fazer, apenas rezar.

- Eu vou lá no hospital. - Levantou do sofá.

- Vai fazer o que?

- Tenho que conversar com um médico, deve haver algo...

- Não seja teimoso.

- Mas eu...

- Sabe, eu não estou nem um pouco preocupado. - T3ddy disse dando de ombros.

- Por que você não tem coração!

- Nada disso. Eu conheço a Ana, não é um carrinho bobo que fará ela perder o nosso casamento. - T3ddy riu e segurou Luba pela cintura.

- Como consegue ser tão insensível... - Demorou, mas a ficha de Luba pareceu cair. - Espera... Casamento?

- Sim. - T3ddy tirou do bolso um cordão dourado com um pingente de pokébola. - Lucas, eu escolho você. - Riu.

Luba deu alguns passos para trás, ele estava atordoado.

- Você não fez isso. - Balançou a cabeça rapidamente, sentia seu sangue correr aquecido por suas veias.

Olioti continuava sorrindo.

- Você quer casar comigo? Sim ou não?

- Eu... er...

- Prometo que caso de Pikachu. - T3ddy riu e se aproximou de Luba - E aí?

- Nossa, o que eu posso dizer além de sim? - Sorriu e tomou o cordão das mãos de T3ddy - Sim! Sim! Sim!!!







Desculpem, mas sou L3ddy x.x

MonoMania - Júlio CocieloOnde histórias criam vida. Descubra agora