retrospectiva

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Porque a vida é feita de proibições,
Eu não compus todas as canções,
Não percebi a brisa suspirar,
Eu esqueci cantigas de ninar,
Dei chances demais à voz dos segredos,
Não rompi de vez todos os medos ,
Roubei do tempo um tanto de carinho,
Não vo a flor ama o passarinho,
Perdi o trem na curva do vertente
E não deixei o mel melar completamente .

Porque a vida é feita de proibições,
Larguei o fio, soltaram-se os balões,
Deixei que os pião revirasse sozinho,
Mandei que o zangão se zangasse baixinho,
Desprezei a bruma que abaixou o véu,
Permiti a palavra dormir no papel,
Evitei o desvio que atravessa a estrada,
Não quis o desafio da ronda embriagada,
Não li o poema do poeta maldito
E não tive o dilema do beijo infinito.

Porque ainda tempo para o encantamento,
Quebre-se o vidro do sermão absoluto,
Rompa-se a teia, reveja-se o estatuto,
Que a primavera quer amar o chão de vento.

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