nua e crua

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Não sou gente grande o tempo todo:
Tenho medo de escuro,
De sombras que se esgueiram por detrás dos muros,
Do bicho amoitado no jardim.
Meu barco de papel desce na exurrada,
Lambuzo os dedos com marmelada,
Às andorinhas revelo meus segredos.
Coleciono joaninhas na caixa de sapato.
A tarde cai, finda o primeiro ato.

Na cena seguinte e obrigatória,
Sou um adulto frente ao noticiário.
O comentário é triste ,
A visão é turva, o som é rouco.
O locutor insiste.
Frágil me curvo , e morro mais um pouco.

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