Não seremos marido e mulher,
Nem mesmo amantes.
Que tal apenas namorados intermitentes,
Docemente nos amando, itinerantes?
Trocarem os afagos, quando o dia adormecer,
Na encruzilhada;
Deixarei em você meus cheiros.
Lançaremos olhares disfarçados,
Que certamente passarão despercebidos,
Pois namorados são de Deus os protegidos.
Quando nossas mãos roçarem-se furtivas,
Vão insinuar desejos abafados,
Pelas regras da vida censurados,
Mas que são flores no canteiro, sempre-vivas.
Ao nos encontrarmos pela tarde rua acima,
Lá onde a mangueira domina a rotatória,
Assinarei um verso sublimado
A grafitar nossa parede divisória.
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Chão De Vento
PoetryUma obra de Flora Figueiredo Poesias Não apenas poesias mais sim reflexões da alma