VII Perseguição

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Acabo de terminar de me arrumar, nesse momento estou saindo de casa para ir trabalhar. Desço pelo elevador e vou em busca do meu carro na garagem, o destravo com o alarme, entro e vou em direção a L.L.

No caminho eu tive impressão de estar sendo seguida, mas não dei muita atenção, afinal, já estava quase chegando, porém descobri que não dar atenção foi o meu erro, dois carros, um a direita e outro a esquerda tentavam me fechar, eu estava encurralada no meio deles, não tinha como acelerar, a rua estava movimentada, parece que ninguém percebia o que estava acontecendo, eles iriam esmagar meu carro e a mim junto se eu não fizesse nada, então eu usei o freio e meu carro diminuiu a velocidade de uma maneira brusca, o que logo fez com que eles seguissem seu caminho, já que em segundos muitas pessoas se aglomeraram em volta do carro curiosas, uma moça bateu com a mão na janela do carro perguntando se eu estava bem, eu desci do mesmo, respirei um pouco e voltei para o meu caminho, dessa vez muito mais atenta que antes.

Cheguei muito aérea na L.L, e pálida, pelo menos foi o que a recepcionista disse quando me viu, entrei em minha sala e pedi uma água para Elena, minha secretária foi ágil e logo apareceu com o copo, eu agradeci e tratei de tomar.

Ainda estava tentando entender o que estava acontecendo quando Peny entrou na minha sala, dizendo que só veio me dar bom dia, como já era de costume estava cheia de doces e comidas nas mãos, ela adorava tomar café da manhã na sala, não sei como pode. Sua animação durou até olhar para o meu rosto, como uma boa amiga já reconheceu que eu não estava bem.

_O que aconteceu? -Me pergunta mastigando um pão cheio de chocolate em cima.

_Cara, acho que quase morri hoje. -Respondi ainda muito pensativa.

_Explica, porque eu não sou de decifrar enigma não. -Senta-se na cadeira em frente à minha mesa e foca sua atenção toda em mim.

_Você acredita que fui seguida, na verdade perseguida, dois carros me fecharam, estavam tentando me encurralar, eu quase não consegui escapar, a chance de tentarem atirar ou me esmagar junto com o carro era grande, fora que poderiam fazer com o que eu capotasse, eu estou muito fodida.

_Você pegou a placa?

_Não.

_Aaaah, ai você fode né, sabe nem ser perseguida direito.

_Amiga eu só estava pensando em não morrer porra, e outra ser perseguida direito é quando não ficam rastros.

_É, faz sentido. Mas a partir de agora você vai andar com segurança.

_Não vou não.

_Vai sim, e ainda vou ligar para Marisa ai quero ver. Agora fala para a vadia da sua secretária chamar a Kathy aqui, diga que é urgente, ela precisa saber dessa porra, parece que é a mais sensata desse trio.

Elena e Peny nunca se deram bem, todas nós fazíamos faculdade na mesma instituição, e minha amiga a odeia porque segundo ela Elena é invejosa e isso basta, palavras dela, enfim, Peny ficou louca da vida quando ela começou a trabalhar aqui e no primeiro dia já veio deixar claro que estava muito acima na empresa, não posso julgar, eu faria o mesmo.

Após Kathy ter chegado e eu contado tudo o que aconteceu ela começou a dar ideias para que eu conseguisse alguma pista, uma placa de carro, qualquer coisa.

Uma dessas ideias foi verificar as câmeras do local, mas para isso tenho que fazer um boletim de ocorrência na delegacia, porque sinceramente nenhum comerciante daquela área mostraria imagens de sua câmera de boa vontade a uma estranha.

Depois que me acalmei e as meninas foram paras suas salas escutei um barulho no celular, indicava que havia recebido uma mensagem, quando fui ler o assunto tive 100% de certeza que não se tratava de uma coincidência ou alguém que queria dinheiro, quem quer que seja quer a minha cabeça.

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