14° O segredo da Laura

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( Foto na mídia Theo com 16 )


— Olha, eu não consigo entender vocês dois. — Falei, levando um bombom até a boca.

— Nem eu entendo. — Camilla murmurou, brincando com plástico do bombom.

Tudo entre eles é complicado. Lembro da madrugada que ele apareceu bêbado lá em casa, não conseguia parar de chorar por causa dela. Foi graças a esse dia que ficamos mais próximos e tivemos que fazer aquele acordo inútil.

— Mudando de pauta. Qual é o seu signo mesmo? Sou viciada em signos.

— O meu é libra. Gosto de ler às vezes.

— Sério? O meu também. Faço dia nove de outubro e você? 

— Por incrível que pareça faço no mesmo dia que você.

— Estou me sentindo naqueles filmes. Só descobrirmos que somos irmãs.

— Fico até imaginando qual seria a reação da minha irmã agora. Seríamos três irmãs de signo.

                                  😻

Corri em direção ao refeitório, chegando lá fui surpreendida com o fato dele está fechado.

Como pôde? É um absurdo.

— Ei. — Uma voz rouca ecoou pelo local.

— Está falando comigo? — Olhei-o de cima à baixo. Conclusão ele é um gato.

— Só tem você aqui. — Respondeu como se fosse óbvio. — Então.

Arqueei uma sobrancelha.

— Então?

— Então o quê? — Não tirou os olhos de mim.

— O que você quer? — Já estou ficando impaciente.

— Gostaria de saber que horas o refeitório abre. Eu sou novo aqui. — Ajeitou o boné.

— Não tenho ideia.

— Ah, sim. Você é muito bonita. — Foi direto. Esse pessoal daqui não consegue nem enrolar um pouco para fazer um charme? — Tem mais garotas bonitas como você?

— Nunca reparei. — Olhei para os lados. — Você está dando encima de mim? Se sim foi extremamente broxante me elogiar e depois perguntar sobre outras.

Cala a boca, Clara.

— Jamais. — Segurou o riso. — Vou indo para o meu quarto. — Chegou mais perto, puxando minha mão de maneira delicada e depositando um beijo na mesma.  — Meu nome é Theo.

— Tchau. — Dei uma piscada.

Esse garoto é lindo, mas não deve valer um centavo como o restante dos machos.

Subi. Olhando a mão que ele depositou um beijinho. Já no corredor ouvirá algumas vozes familiar. Diminui os passos.

— Você é uma idiota mesmo. — Lucas falou impaciente. — Gosta tanto de chamar atenção. Está ciente do que fez?

— Idai? Eu não estou nem aí. Agora me esquece essa sua cisma comigo já está ficando feia. — Riu nervosa, brincando com o dedo na parede.

— Cisma? Como eu vou esquecer a garota que está esperan.. — Ela o interrompe.

— Não ouse terminar de dizer quer que alguém escute?

— Tem ninguém aqui não. Uma hora todos irão saber. — Deu de ombros.

— Óbvio. — Ela riu, voltando a atenção para o menino. — Eu te amo e também amo ele. Você não presta e ele presta um pouco. Eu acho que seria melhor para essa criança ter ele como pai, tenta entender isso, por favor? Eu queria ter abortado, mas você fez o favor de contar a minha mãe. Agora vai ter que aturar.

Socorro. Ela está grávida dele, mano do céu.

— Às vezes você é um nojo. Eu vou contar para todo mundo.

— Se manca. Ninguém acreditará em você. — Falou com convicção.

— Veremos então quando essa criança nascer e fazer o teste.

Laura gargalhou incrédula.

— Ela é uma naja. — Theo sussurou, colocando a mão na minha boca. Fitei-o assustada. Quando ele havia chegado aqui?

— Você está me seguindo?

— Não. Apenas estou perdido. — Levantou do chão, sorrindo. Estendeu sua para que eu fizesse o mesmo.




Gêmeas no colégio interno Onde histórias criam vida. Descubra agora