Gêmeas no colégio interno

33° Amanda - Promessas

Abri os olhos, sentindo minha cabeça latejar.

— Por que não estou no meu quarto? — Olhei para o meu braço, há alguns hematomas. Defensivamente eu odeio o Henrique. Como pôde me pedir desculpas e logo depois me bater.

— Está melhor, vida? — Depositou um beijo na minha testa como de costume.

— Tirando a dor de cabeça e a fome. Acho que sim.

— Que ótimo. — Ele não parava de sorrir.

— É.. Quero comer. — Falei manhosa. — Nada daquelas sopas horríveis.

— Você precisa se alimentar por três agora.

— Como assim?

— Você está grávida oras. — Vi uma lágrima solitária descer.

— Quê?

— Teremos a nossa família.

— Gêmeos.

Forcei um sorriso. Não sabia ao certo o que estava sentindo, mas não era felicidade. Essas crianças teriam a pior mãe do mundo, mal sei cuidar de mim quem dirá de dois.
 
No mesmo dia levei alta do hospital. Meus familiares estavam preocupados e um pouco decepcionados, mas aceitaram essa grávidez mais rápido do que eu.

                                 🌻🌻

— Se alguma dia algo separar nós quatro, o que você irá fazer?

— Não vou desistir de vocês. Se isso acontecer pode ter certeza que eu vou ser o homem mais infeliz desse mundo.

— Jura?

— Sim! — Exclamou, se aproximou. — Eu juro. Não importa quantos anos levem. Estava aqui pensando quem sabe quando os nossos filhos tiverem uns dezoito anos, podemos fazer mais bebês.

— Se você for parir eles podemos sim. — Ri quando ele fez uma careta.

                               🌻🌻🌻

— Eu já sei o nome de uma delas. — Arqueei a sobrancelha, curiosa. Fazia umas semanas que descobrimos o sexo delas, e está sendo uma missão difícil escolher o nome. — Eu acho o nome Clara bonito. — Deitou ao meu lado.

— E a irmã dela se chamará Camilla. — Sorri animada.

— Já decidiu os nomes dos próximos? 

— Eu já lhe disse, Gabriel, só entraremos em consenso quando você parir. — Ele revirou os olhos. Deus me livre ter mais filhos, já fiquei muito exausta nessa vida cuidando da minha gata doente nas madrugadas.

Na manhã seguinte, estávamos na sala degustando sorvetes. Decidi contar aos dois sobre ter visto o Henrique há algumas semanas atrás, odiava falar sobre ele e ter que ouvir diversas vezes que o correto é denunciar sendo que, a justiça não fará nada e ele só vai ter mais raiva de mim.

— Vocês tem que me prometer uma coisa. — Mordeu os lábios, pensativo. Apoiando as mãos na mesa. — O Henrique é doido, não sei o que ele é capaz de fazer por conta da Amanda. Se algo acontecer comigo, João, você promete cuidar das gêmeas? E se for possível até ficarem juntos.

Eu e o João fizemos uma cara de nojo. — Ficar juntos? — João indagou, confuso.

— Sim. — A coisa mais idiota que eu ouvi hoje. Qual era a lógica ser um casal com ele?