32° Amanda - Henrique

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( Amanda na mídia 15 anos )

~ Flashback on ~

Anos atrás...

Ele é o meu primeiro amor. O primeiro homem que mostrou que eu sou única. O primeiro que não reclamou dos meus defeitos. O primeiro que me proporcionou os melhores sentimentos em mim. Ele tem o melhor cheiro, melhor abraço e o sorriso mais lindo.

Sentia o meu estômago embrulhar só em vê-lo e um sorriso bobo surgi em meus lábios.

Quando eu o conheci, ele havia se mudado para casa ao lado. O seu nome é Gabriel. Todos os dias eu sentava na varanda e observava-o passar, e foi assim por anos.
Nesses anos consegui perceber que ele é totalmente o oposto de mim. Ele parecia ser o errado, curtia os bons momentos da vida e eu sinto medo de conhecer o mundo. Ele não tinha vergonha alguma e conseguia ser sociável e eu só faltava morrer para falar com alguém.

Tornamos bons amigos, mesmo eu namorado o Henrique. Henrique é um homem ciumento, não gostava que eu falasse com muitos garotos. — dizia que eles tinham más intenções comigo. —
Ele tem dezessete anos, algumas garotas diziam que eu era sortuda por namorar um cara mais velho. Mas, na verdade, nem sempre é assim. Com o passar do tempo descobrir coisas sobre ele que me magoou o suficiente.

Henrique está na faculdade de direito. Deixou-me de lado para curtir festas e amigos. Ele me esquecia, e quando isso acontecia o Gabriel cuidava de mim. Quando eu estou com ele me sinto tão bem ao ponto de esquecer todos os problemas.
Com cinco meses de namoro ouvi boatos que o Henrique me traia com garotas do ensino médio e até da faculdade. No começo eu não queria acreditar nesses boatos, já que pessoas costumam mentir para estragar a felicidade alheia. Após vê-lo aos beijos com uma colega de classe resolvi terminar. Foi aí que ele começou a se envolver com coisas erradas, nem parecia o Henrique que eu me apaixonei há alguns meses atrás, ou talvez eu fosse cega o suficiente para não perceber isso.

Completei os meus quinze anos e não podia estar mais feliz. Eu e o Gabriel ficamos mais próximos a cada dia. No meu aniversário fez uma surpresa com direito ao um jantar e cinema. Começamos a namorar alguns dias depois.

— O João fará uma festa e quer nossa presença lá. — Gabriel comentou, preparando um copo grande de Nescau.

João e Gabriel são indispensáveis, amigos desde sempre.

— Se eu estiver me sentindo bem até lá. — Murmurei, bebendo um gole de Nescau e levando um pedaço de carne até a boca. Gabriel fez uma cara de nojo. — Esse nasceu está me dando vontade de vomitar, mas não consigo parar de beber.

— Você e essa mania estranha de misturar essas comidas. — Riu, depositando um beijo na minha testa. — Mesmo assim eu te amo gordinha.

— Ah não, Gabriel. — Fiz um bico. — Gordinha não.

— Oras mas você está ficando gordinha. — Apertou a minha barriga.

— Feioso eu também te amo.
 

Havia se passado duas semanas, hoje á noite seria a festa do João. Tomei um banho demorado. Demorei uma vida até achar uma roupa que não deixasse gorda. Desci as escadas e fomos à caminho da festa.
Sentia uma sensação estranha de estar segundo vigiada, mas preferir não dar atenção. Há tantas pessoas na festa, alguns amigos e outras que nunca havia visto na vida.

Estava me sentindo sufocada e enjoada com o cheiro, então sair para tomar um ar livre.

Alguém segurou o meu braço com força, fazendo eu tomar um susto de imediato.

— Estava com saudades de você, Amanda. — Henrique falará, abrindo um sorriso caloroso. Como ele havia mudado.

— Você ainda está vivo.. — Tentei não demonstrar o nervosismo. — Está diferente.

— O que o dinheiro não faz. — Riu sem humor, analisando-me de cima à baixo. — Você está diferente também.. ganhou corpo.

— Acontece. Preciso entrar, estão me esperando. — Menti, puxando o meu braço, mas ele o segurou novamente.

— E o meu beijo? — Encostou nossos corpos.

— Não vai acontecer. Eu estou namorando.

Ele permanecerá em silêncio. Conseguia ver o ódio em seu olhar. Nunca havia visto ela daquele jeito. Senti uma lágrima descer, ele secou a lágrima e pousou sua mão na minha barriga e ficou um tempo com a mão ali.

— Você está grávida! — Exclamou, sem tirar a mão.

— Não.

— Não minta. Você está grávida, Amanda. — Apertou o braço.

— Não estou mentindo. Você está me machucando.

— Você é uma vadia mesmo. — Gritou, me empurrando no chão. — Como pôde?

Permaneci estática no chão. Ele passou a mão no rosto algumas vezes e respirou fundo.

— Desculpa, amor.

Gêmeas no colégio interno Onde histórias criam vida. Descubra agora