22° Isac às vezes é estranho

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— Estava com saudades do mar. — Disse Isac, sentando ao lado de Luísa. Voltei a minha atenção para o boy bonito. Me recurso ir para casa sem ao menos beijar aquela boquinha.

— Temos que aproveitar ao máximo. — Comentou Felipe, ao meu lado. — Você está babando. — Sussurrou no meu ouvido, senti meu corpo arrepiar.

— Garoto??? Não faça isso ele vai pensar que estamos namorando.

Felipe revirou os olhos, e se afastou. Voltei minha atenção para o garoto, e lá estava ele dialogando com a Bianca e Luísa.

— Hum, safadas. — Igor gritou, chamando atenção de algumas pessoas ali.

— Deixa de ser besta, garoto. — A ruiva acertou um tapa no braço de garoto. — Fomos convidados para passar à noite aqui, e o garoto lá está interessado em você. — Apontou para mim.

— Obrigada Deus. — Pensei. Tentando conter um sorriso vitorioso.

— Eu não estou com ciúmes. — Riu sem humor, jogando sua camisa no chão. — Não tem o porquê sentir ciúmes. Já terminamos há muito tempo e agora somos amigos.

Seguirei o riso. Vê-lo assim é engraçado.

— Mas ninguém falou nada.. Você ainda ama ela? — O garoto arregalou os olhos, e balançou a cabeça várias vezes em negação.

— Gosto de ser solteiro, Theo.

— Mas eu não perguntei isso. 

Qual era o problema do pessoal daqui? Todo mundo tem problemas amorosos e nunca respondem as minhas perguntas.

— Theo, ela me traiu. — Bateu a porta do quarto, e se aproximou de mim.

— Traiu? — Fiquei atônito. Achei que haviam terminado por besteira. — Com quem?

— Sim. — Fez uma cara de nojo. — Foi com uma garota e depois um cara lá.

— A Camilla não é hétero. — Pensei alto, era muita informação para uma conversa de cinco minutos.

Isac gargalhou. Parecia estar se divertindo com a minha reação.

— Quase ninguém é hétero hoje em dia, lembra? — Bateu no meu ombro. — Nem a Clara.

— Ela é lésbica??? — Gritei atônito. Isac jogou sua cabeça para trás e gargalhou alto.

— A sua cara — riu mais. — foi hilária.

— Por que você nunca responde as minhas perguntas? — Bufei, jogando a almofada nele.

— Bom, até onde eu sei ela é bi. Beijou até a Bianca no jogo.

Nossa.

       
                                     🤠

Isac já tinha um plano em mente, não deixaria a Camilla ir a este luau de maneira alguma. Não queria vê-la com o garoto da praia ou com qualquer outra pessoa.

— Você é uma cara estranho às vezes. — Igor murmurou entediado. Apoiando seu corpo na parede. — Fazer isso é errado. Se quer ela de volta peça logo em namoro ou sei lá.

— Vamos na frente. — Clara segurou a mão do Igor, puxando-o. — A Camilla pediu para você ir no quarto, Isac.

O garoto não achou que seria tão fácil assim. Estava planejando alguma desculpa esfarrapada para enrolar ela. Até pensou em fingir estar passando mal, encenar uma cena patética de desmaio, ou outra coisa qualquer.

Respirou fundo, e bateu na porta à frente. Camilla abriu-a na segunda batida. Antes mesmo que pudesse dizer algo, sentiu uma mão puxando seu corpo com agilidade para dentro do quarto. Essa atitude o assustou inicialmente. Engoliu em seco, quando sentiu o corpo da garota encostado ao seu, isso o deixou ansioso e animado rapidamente. Lembrará os velhos tempo, quando namoravam e faziam isso no dormitório do colégio. Parecia que tudo sairá melhor que o planejado. O primeiro beijo foi depositado em seu pescoço, fazendo o garoto arfar. Camilla sorriu satisfeita com a reação dele. Passeou suas mãos pelo corpo do garoto e parou quando chegou no botão de sua bermuda, abrindo logo em seguida.

— Por que tanta pressa, Camilla? — Chupou o pescoço dele na intenção de deixar marcado.

Bobinho, pensou, tentando conter o riso. Estava totalmente ciente de todas as intenções dele naquela noite, sabia que estava arquitetando um plano para não deixar-la ver o surfista gostoso. Aliás, é totalmente patético a atitude dele, mas no fundo estava gostando de saber que ele está com ciúmes. Iria tirar bom proveito disso.

Era aproxidamente onze horas da noite quando os dois corpos caíram suados no colchão.

— Vou tomar banho e já volto. — Levantou-se da cama, pegando suas peças de roupa e o celular. Desbloqueou o mesmo e viu algumas mensagens da Clara, dizendo que o Pedro estava à sua espera com ela.

Sorriu animada e entrou no banheiro.

                                     🦄

— Ela já está saindo de casa, Pedro. — Avisou, um sorriso divertido saiu dos lábios dos dois. Guardou o celular no bolso e voltou sua atenção ao copo de bebida em sua mão.

— Acha mesmo que ele não perceberá que ela saiu? — Theo indagou, ajeitando sua postura no chão, limpou um pouco da areia em sua perna.

— Às vezes ele é meio burro. — Deu de ombros, analisando o garoto à sua frente.

— Imagino.. — Limpou a garganta. Tentando ao máximo não ter contato visual com a garota. Sentia que a mesma estava lhe olhando. Às vezes, sentia-se tímido perto dela. Às vezes achava que era por conta do silêncio dela, ou por conta do jeito intimidador que ela o olhará.

Clara no seu ponto de vista é uma pessoa misteriosa. Não falava sobre sua família e vida fora do colégio. Passava boa parte do tempo sozinha. Perdeu a conta das vezes que a viu sozinha por aí com o celular, livro e comida em mãos. Algumas vezes até viu-a com Isac na sala de madrugada e entrando no quarto dele quando o pessoal estava em outro local. Aparentavam ser bem próximos, tinha quase certeza que rolava algo a mais. No fundo o invejava um pouco, não pelo fato de rolar algo a mais e sim dele ter a atenção dela. É raridade ter a atenção dela e conseguir puxar assunto.

— Está pensando em quê? — Largou o copo, e se aproximou mais do garoto à sua frente.

— Em você. — Clara ficou surpresa e não consegui evitar de sorrir. Sentiu-se feliz por estar nos pensamentos dele. — Você tem um sorriso bonito, devia sorrir mais.

— Obrigada. — Continuará com o sorriso. Começou a se recordar das poucas vezes que conversará e em todas as vezes ele elogiou algo nela. Não estava acostumada com isso.

Já viu o garoto conversando com diversas meninas da escola, sem dúvidas o achava um mulherengo que, provavelmente, elogia todas da mesma forma, então não se sentia tão importante assim.

Tomou um susto quando viu a cena.

Gêmeas no colégio interno Onde histórias criam vida. Descubra agora