24° O Theo pensará?

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- Theo... - Foi a única coisa que conseguiu dizer. Estava tentando assimilar tudo o que havia ouvido do garoto. Era tudo muito novo para ela, ninguém nunca havia reparado dessa forma nela e nem se comprometeu a algo sem ao menos ter um relacionamento. Parecia ilusão demais. - Isac?

Ficaram surpresos com a presença do mais alto. O mesmo se sentou próximo a eles, em suas mãos há uma garrafa de vodka e cerveja. Permaneceram em silêncio, enquanto o garoto bebia.

Theo ficou irritado com a presença dele, por mais que gostasse do garoto não era o momento certo dele chegar. Ter outra oportunidade como essa de conversa com ela é uma missão quase impossível. E agora estava na dúvida cruel se a mesma tem vontade de beijar-lo.

- Eu estou me transformando em um babaca. - Murmurou irritado, levando a bebida até a boca. - Eu não era assim.
Foi uma péssima ideia transar com ela.

- Na verdade, aquela ideia de enrolar ela foi extremamente patética. - Falará Clara, brincando com uma mecha de cabelo. - Lembra que você odiava quando a Camilla atrapalhava seus planos com a Laura? Agora você está fazendo o mesmo. Ainda se magoando por conta disso.

- Por que eu sou tão imbecil? E insisto em ficar nessa com uma garota complicada e que ainda por cima me traiu? - Revirou os olhos, extremamente frustado. Coçou os olhos e bebeu mais. - Gente trouxa é o erro.

- Faça dos seus chifres uma coroa. - O outro garoto disse, logo levando um tapa na coxa da menina que tentava conter o riso.

- Por que eu sou tão babaca? - Choramingou, deixando Theo surpreso. Nunca havia presenciado ele assim. Clara suspirou, não achou que estaria presenciando essa cena novamente por conta de Camilla. - Eu devia namorar com a Cl... - a menina tampou a boca dele.

- Isac, não! Você devia ir para casa, tá bom? - Retirou a mão da boca dele. Levantou-se do chão, limpando um pouco da areia que tinha em seu corpo. Theo fez o mesmo e puxou o Isac.

Olhará o local à procura de Camilla com o Pedro, queria evitar de passar perto deles com o Isac nesse estado. Não encontram eles. Mas o Felipe apareceu e se propôs a ir para casa com os três. Isac andava ao lado de Clara, segurando a ponta do seu casaco, enquanto contava suas frustrações. Clara ouvia-o atentamente, não iria ignorar-lo em uma situação dessas e outra qualquer. Tinha muita consideração por ele e sentia-se culpada por ajudar o mesmo de maneira errada, usando sexo e fazendo-o ter esse costume como fuga. Agora sentia que não poderia mais ajudar-lo com sexo, é totalmente errado com a Camilla. Estará totalmente ciente de todos os sentimentos da garota por ele, não eram melhores amigas, mas estavam se tornando próximas aos poucos, sem contar que é sua colega de quarto. Não queria causar mais nenhum tipo de briga com ela e com ninguém, ainda mais por conta de homem.

- Eu devia namorar com você. Por que nunca tentamos? - Indagou, pegando a garota de surpresa. Theo mordeu os lábios e imaginou que as suas teorias estavam certas, os dois tem algo. Felipe revirou os olhos com aquela situação, achando patética demais.

- Porque somos irmãos, cara. - Foi a primeira justificativa que pensou. Sentia seu corpo ficar tenso. Não é algo que costumava a falar por aí em voz alta. E agora o Theo estava sabendo desse segredo que não devia ser um segredo.

Engoliu em seco, e olhou o Theo de relance, seu semblante estava surpreso e confuso com a novidade.

- Idai? Não somos irmãos de sangue. - Riu sem humor, brincando com a garrafa quase fazia. Respirou fundo, dando o último gole. - Qual é o problema de acontecer um namoro? Já fizemos o que não devia mesmo.

Clara não esboço reação alguma. Continuou a andar em silêncio. Estava com um pouco de ódio de si mesma por não ter um argumento plausível. Sentiu um pouco de arrependimento de ter transado com ele, se não tivesse transado teria uma boa resposta agora.

Sentiu seu corpo começar a tremer. Começou a pensar na possibilidade dele abrir a boca, afinal, está bêbado o suficiente para isto. Destrancou a porta, entrando logo em seguida, os garotos entrará atrás. Felipe bateu a porta e puxou a garrafa de vidro da mão de Isac, levando-o até a cozinha. Resolveu preparar café e suco natural. Theo continuará pensativo com algumas coisas. Resolveu ir atrás de Felipe na cozinha. Já havia perdido as esperanças de conversa com a garota a sós e já estava começando acreditar na possibilidade dela ser afim do Isac.

- Olha, eu não sei mais o que fazer com você. - Sentia sua voz falhar pelo nervosismo. Segurou o pulso do garoto, puxando-o até o banheiro. Tentou ignorar o fato dele estar chorando novamente.
- Você é um imbecil mesmo. Estava tudo bem, mas você veio com essa ideia infantil de não deixar-la sair por ciúmes e agora se fudeu.

Observará a água cair no corpo nú dele. Não cansava de xingar ele mentalmente. Já estava ficando cansada dessa situação dele com a Camilla.

- Para de me fuzilar assim. - Fechou os olhos novamente, sentindo a água gelada descer pelo seu corpo. - É assustador. Você nunca me olhou dessa maneira, ainda mais eu estando pelado.

Theo contou até dez e apareceu na porta do banheiro que estava aberta.

- O Felipe pediu para avisar que o pessoal está vindo. - Avisou, saindo rapidamente dali.

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Às quatro da manhã, a casa cheirava café, suco de laranja e pipoca. Todos haviam entrado na casa exceto Camilla que conversará com Pedro na calçada enfrente a casa. Clara estava à procura de um bom filme de terror no catálogo. Pela falta espaço na casa, Theo estava ao seu lado. Mal conseguia olhará o garoto com medo de algum julgamento. Theo já havia concluído a ideia que Clara é apaixonada pelo Isac, e não sabia concluir um tipo de pensamento em relação aos sentimentos de Isac, até porque era confuso em seu ponto de vista. Parecia que o garoto ainda é apaixonado por Camilla, mas tem algum sentimento por Clara também. Estava meio mal por ter criado expectativas pela garota e ter dado encima dela.

- Ele finalmente dormiu. - Comentou Bianca, fechando as cortinas. - Vou te trancar aí fora, piranha. - Gritou, batendo a porta de casa.

- Mas vai acordar com o seu grito. - Murmurou Theo.

Bora assistir A morte do demônio. — Deu play no filme. Bianca apagou as luzes e deitou ao lado de Luísa que comia sua gelatina toda feliz.

— Theo? — Chamou baixinho. O garoto tirou sua atenção do filme e olhou a garota.  — Está sentindo o quê?

— Por que a pergunta? — Parecia confuso. Clara engoliu em seco, e chegou mais perto dele.

— Eu quero te beijar.

Gêmeas no colégio interno Onde histórias criam vida. Descubra agora