37° Na mesma noite

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— Você está muito pensativa. — Murmurou, contemplando a irmã do outro lado da cama deitada. — Sabe, você pode ser sincera e contar-me o que está ruminando.

— Tudo bem. Eu apenas estou pensando no Gabriel. — Levantou-se indo até a cama da Clara, sentando-se na ponta. — Não consigo parar de pensar o quão idiota foi essa ideia dele, sabe? — A garota balançou a cabeça positivamente. — Eu fico envergonhada não sei porquê. Clara, eu sinto que preciso procurar-lo, não no intuito de formar uma família feliz com eles e sim só para me sentir tranquila, deixar minha mãe tranquila, afinal, são anos à espera dele. Eu preciso saber como ele está, onde ele está, como a vida dele está.

— Entendo. — Mordiscou o lábio pensativa. Não sabia se isso era uma boa ideia. — Mas você acha que ele casou com alguém?

— Sinceramente, eu não sei o que pensar. Eu não coloco a minha mão no fogo por ele mesmo. — Confessou, ajeitando sua péssima postura. — Eu não ficaria nenhum pouco surpresa se ele tivesse algum filho ou filha. Talvez eu vá me sentir um pouco triste. — Buscou o ar, cansada. — Se ele aparecer o que você fará?

— Acho que nada.

— Imagino. — Franziu o cenho. — De qualquer forma me desculpa por estar falando isso com você, sendo que eu prometi não comentar nada em relação aos nosso pais e o fato de sermos irmãs.

— Tudo bem. Eu acho que vai ser dois assuntos inevitáveis de serem tocados ainda mais agora que é tudo muito recente.

— Pois é. Olha, eu vou lhe respeitar ao máximo, Clara. Eu só fico tranquila com a situação, porque você é bem tratada por ele. Contudo tudo isso continua sendo errado.

— Plausível. Vou lhe compreender mais.

— Obrigada. — Forçou um sorriso. Ainda não se sentia totalmente satisfeita. — Eu acho que essa é a hora que falamos um eu te amo para outra, para ter mais emoção na situação.

— Se aquieta, por favor.

— Ah, por quê? — Riu sem humor. — Você precisa ser mais fofa comigo, sua irmã mais velha. Precisa me obedecer.

— Garota? Não começa com essas palhaçadas não.

— Palhaçadas? — Arqueou a sobrancelha, usando um tom de deboche. — Se você tivesse nascido primeiro estaria toda animada e autoritária, — Mostrou a língua ao receber um tapa na coxa. — com certeza estaria mandando em mim.

— Não diga besteiras, garota. Quantos minutos mais velha?

— Eu não sei. Mas ela estava sem forçar para lhe empurrar e eu entendo o porquê, olha o tamanho dessa sua cabeça, — Gargalhou alto. — é gigantesca.

— Sério mesmo que você está zoando o tamanho da minha cabeça? Olha o tamanho da sua, cara. Sem local de fala aqui.

— Na verdade, as duas tem um cabeção e ponto final. Conversem mais baixo, por favor. — Bianca resmungou.

— Chata.

— Super chata.

×

— Eu gostaria de saber se você está bem comigo por conta daquela ocorrido com a Agatha. Eu sinto que precisamos esclarecer as coisas.

   

Gêmeas no colégio interno Onde histórias criam vida. Descubra agora