"Bel homme"

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Capítulo Vinte e seis

        Após chegarmos em casa e bolarmos tarefas para o dia de amanhã, aproveitamos mais um pouquinho da noite jogando "Verdade ou Consequência". Eu não queria, mas como a maioria topou, não quis ficar só olhando.

       A garrafa girou e caiu em mim para o Nicolas. Pensei em algo e perguntei:

- É verdade que desde quando começou à conversar com a Lara, já estava afim dela?

- Ou, espera aí! Eu nem escolhi o que eu quero. - questionou.

- Mas eu já escolhi por você. Anda, responde logo.

- Tá... É verdade, pronto! 

Lara o olhou e fez "own" e ficaram cheios de dengo um com o outro. Quase vomitei ali mesmo.

        Giramos mais uma vez e caiu na Lara para mim.

- Verdade ou consequência? - perguntou.

- Verdade.

- Ahn... Nos diz com quem você deu o seu primeiro beijo.

- Ah, sério? - perguntei e ela assentiu. - Eu não gosto de falar sobre isso.

- Foi com o Luis, aquele esquisitão do 8º ano, não foi? - perguntou o Nicolas e começou a rir.

- Esquisitão que hoje está mais bonito que você. - retruquei e todos nós rimos. - Mas não foi com ele. - falei de cara fechada.

Olhei para o Guilherme e ele não demonstrava nenhuma reação, só continuava me olhando, com os braços para trás, apoiando o seu corpo que estava levemente inclinado.

        Os dois continuaram insistindo, mas eu não respondi. Que saco, por que eles tocaram nesse assunto?!

[...]

        Giramos mais uma vez e agora, parou no Nicolas para o Guilherme... Lá vem bomba! Meu irmão esfregou as duas mãos e perguntou:

- Verdade ou consequência?

- Verdade.

- Não, consequência. - respondeu e todos gritaram dizendo que ele estava roubando, mas acabou ficando desse jeito mesmo. - Eu te desafio à... fazer alguma coisa pra Rachel amanhã. Não! Depois de amanhã, pra você ter mais um tempo pra se "concentrar" - fez aspas com os dedos.

- Dá pra parar de nos forçar a barra? Desde quando eu gosto que se intrometam na minha vida desse jeito? - falei, já estressada. - Por isso que eu odeio esse jogo! 

Saí da roda e me tranquei no quarto. Guilherme bateu na porta e me chamou várias vezes, até que desistiu. Fiquei com pena, mas não quis abrir.

          Sentei na cama e apoiei minha cabeça com as mãos, inclinada pra frente. Fiquei lembrando do jogo e só fiquei com mais raiva de tudo. Me levantei, destranquei a porta - caso a Lara quisesse entrar pra dormir - e me deitei na cama, onde adormeci repentinamente.

Guilherme narrando:

        - Sem necessidade, né Nicolas?! - falei descendo às escadas.

- Só estava tentando ajudar.

- Mas eu te falei que não precisa. Com a sua irmã tem que ter calma, eu não quero ultrapassar os degraus, um de cada vez já é o suficiente.

Vida de uma Adolescente Cristã IIOnde histórias criam vida. Descubra agora