Eu não preciso de nada

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Capítulo Doze

Rachel narrando:
       
         A aula do James passou rápida como sempre, mas de resto, demorou um século. Na hora do intervalo fiz o de costume, fui na sala do Gui e ficamos conversando:

- Eu já falei pro Nicolas, cara, Alice não vale nada. - falou ele.

- Ele sabe disso Gui e acho que já se tocou, se não, uma hora vai saber. - falei. - Por isso que comigo nem rola essas coisas. Pra quê? Só pra sofrer, sofrer...

- Comigo seria diferente.

- Gui, para com isso!

- Rach eu não estou fazendo nada de mais! Só quero te fazer enxergar que não é com todos que isso acontece. Se você apostar as cartas no alguém errado, é claro que você vai se dar mal, mas se não... Tudo dá certo. - disse e sorriu.

- Pode ser, não sei.

- Não sabe porque não quer. - deu uma piscadela. - Vamos comer alguma coisa?!

- Comer? Ai, nem estou com fome.

- Ah está sim. Vamos, nem adianta reclamar. - pegou minha mão e me arrastou até a cantina.

Comi uma coxinha - que na hora estava deliciosa - com um copo cheio de coca-cola e fiquei me sentindo inchada.

- Eu comi de mais Guilherme. - falei.

- Claro que não, comeu normal, como qualquer um.

- Eu. Preciso. - falei pausadamente. - Ir. No banheiro.

- Rachel, você vai vomitar que eu sei.

- Não vou.

- Você vai, eu te conheço muito bem. Fica aqui e para com essa paranóia de que vai engordar, você é linda. - disse ele, parecendo ser sincero.

- Diz isso pro meu cérebro ou melhor, pro meu estômago. - revirei os olhos. - É sério, preciso ir no banheiro. Me espera aqui.

Falei e o deixei pra trás, que estava me chamando pra me impedir de fazer aquilo. Não dá, eu sei que eu vou engordar então eu necessito colocar tudo pra fora e aí sim me sentir "bem" de novo.

        Abri a porta disparadamente e vi que tinha um grupinhos de patricinhas se olhando no espelho. Como eu odeio garotas desse tipo, pra quê tamanha frescura? Por isso prefiro andar com os meus amigos, muito mais sinceros e nem um pouco falsos.

         Procurei alguma cabine livre e entrei sem nem pensar duas vezes. Me ajoelho em frente ao vaso e no mesmo instante ouço as garotas falarem perto de onde eu estava:

- Bulímica depressiva.

- Para de ser frouxa garota.

- Ah, foi mal, a gente não queria atrapalhar o momento de vômito da gordinha aí. - e começaram a rir.

Uma raiva subiu sobre mim e não pensei em outra coisa à não ser abrir aquela porta e dar na cara daquelas mitted.

- Repete. - falei pra primeira garota que me insultou.

- Bulímica depressiva.

Vida de uma Adolescente Cristã IIOnde histórias criam vida. Descubra agora