Meus belos instrumentos

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Capítulo Trinta

        Após um dia minha mãe voltou pra casa sã e salva! Eu, de boa, não tenho palavras pra descrever o momento da intercessão pela vida dela e muito menos quando vi que ela tinha voltado à vida, justamente fazendo o que os médicos disseram que ela não mais faria: respirar sozinha.

        Ter fé é necessário pra tudo, até mesmo pra começarmos à servir à Deus, precisamos dela, mas eu confesso que é difícil mantê-la conforme os anos passam. Eu passei muito tempo da minha adolescência achando que eu estava bem de boa com Cristo, mas depois de todas as coisas que aconteceram na minha casa, eu me toquei que eu não estava nada bem. Após a viagem, a minha conversa com o Nicollas e a notícia do acidente, minha fé aumentou de uma maneira inexplicável. Hoje eu defino a fé como uma das minhas bases. Se não fosse por ela, eu e nem todos os que estavam no quarto, conseguiríamos acreditar de que minha mãe ia sair daquela situação. Juntos nós fomos mais fortes. Juntos e com as experiências que obtivemos na França, nos deu forças e nos mostrou os nossos erros, o que nos fez nos arrepender e mudar de vida, voltando para o Brasil com a fé mais ampla, com uma visão mais ampla e com uma vida mais madura.

        Deus sabe de tudo, não é não? Se não fosse os sonhos que eu tive e a viagem que fizemos, eu não teria mudado e talvez hoje minha mãe não estaria viva, porque acredito eu, que isso também foi um teste para nós. Ele quis nos provar que o que Ele faz é bom, perfeito, agradável e que devemos sempre confiar em tudo o que Ele diz e faz.

Nicolle narrando:

       Já passou cinco dias que eu voltei pra casa. Já me recuperei, ainda tenho feito a realimentação, onde mudei bastante coisa já que o acidente foi no coração. "Mas ele já não está curado?" Sim, está, mas não custa nada querermos nos manter saudáveis, não é mesmo?!

- Vamos conversar? - chamei por todos que estavam na cozinha. Meu marido, meus filhos e meu afilhado.

Eles concordaram e vieram ao meu encontro.

- Então, é... Acho que eu só falei pra Rach que eu tinha visto e ouvido algo enquanto estava no hospital, não foi?! - ela assentiu. - Foi algo muito lindo e eu espero que vocês levem isso pra vida de vocês.

- Fala, Ni. - pediu meu marido.

- Ok, foi assim...

PS: Imaginem esta cena, pra se tornar mais real.

~~

        Eu estava sendo balançada em um brinquedo pelo meu avô, que hoje, já não está mais aqui. Ele sorria e a partir daí, eu lembrava de todos os momentos da minha vida. Chorando no quarto, após a briga definitiva entre minha melhor amiga e eu, minha recuperação, quando papai ficou doente e tivemos que nos mudar. Me lembrava de quando conheci a Clara, quando conheci o meu marido e os nossos momentos bons e ruins juntos. Logo após isso, eu estava sentada na beira do mar, na praia, com o meu pai, sendo representado por Ele, ao meu lado que dizia:

- Filha, eu quero que saiba que me orgulho de você desde sempre. Quando você nasceu, antes mesmo disso, eu já sabia que você seria uma grande mulher, de grande fé e que não se abalaria por qualquer coisa. Que teria esse desejo de fazer o bem, dentro de você, e essa sua diferença de agir, por causa do seu amor pelo próximo.

Eu sorria, felicíssima pelo que acabara de ouvir. Logo, eu sentia uma dor no peito e começava à chorar, gritar de tanta dor.

- Calma! - ele falava e botava as mãos nas minhas costas. Imediatamente, a dor passava. - Eu e a sua família estamos cuidando de você. Agora, eles estão fazendo aquilo que eles viram no teu agir. Estão orando por essa sua dor que você acabou de sentir, e olha, não sente mais!

Vida de uma Adolescente Cristã IIOnde histórias criam vida. Descubra agora