Lost boy

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Than have this silence fuck me up
This separation, time and space between us
For some revelation
You didn't even care to discuss
I'd rather be black and blue
Than accept that you withdrew

Pov's: Léo
Na maioria das vezes nas quais fazia algo não fazia a menor ideia do porque eu estava fazendo aquilo. Tinha plena consciência de que aquele garoto poderia ter morrido afogado, porém naquele momento em especial eu não ligava.
Saio correndo do hospital já acendendo meu cigarro, era óbvio que não iria voltar para casa hoje. Não pretendia ser humilhado pela minha família com aquelas punições. Tinha amigos nos quais podia recorrer naquele momento, por mais que dormisse em um colchão no chão de uma casa abandonada não estaria sendo humilhado.
Sigo para a casa de um amigo tanto tonto por causa da bebida.

☕︎☕︎☕︎

Em alguns minutos de caminhada chego em sua casa. Bato em sua porta e ele atende a mesma um tanto nervoso.

- Cara, já te falei pra só aparecer na porta dos fundos! - exclama

Sigo para a porta dos fundos calado. Ele também segue para a porta dos fundos e abre a mesma. Entro em sua casa escondido.

- Preciso de um lugar pra ficar - falo ao chegar em seu quarto

Ele balança a cabeça.

- Não posso mais deixar você dormir aqui - avisa. - Seus pais falaram com os meus, você tem que ir pra casa

- Você disse que eu ficava aqui? - pergunto já um tanto exaltado

- Não é muito difícil descobrir Léo! - exclama. - Cara você arruma confusão por onde passa

Aquilo definitivamente fora a gota d'água.

- Tchau Jota - digo e saio batendo os pés daquela merda

Que se foda, penso. Não preciso de amigos.
Meu celular tocava desesperadamente as ligações eram de May e de meus pais, não pretendia atender nenhum deles. Arremesso o celular na parede o despedaçando.
Queria substituir toda aquela dor que sentia no momento por raiva, mas aprendera há algum tempo que sentimentos não são substituíveis. Não podia simplesmente substituir Helena por bebidas ou drogas, aprendera isso.
Começo a andar pelas ruas um tanto vazias daquela cidade quando um carro para ao meu lado.

- Entra Léo! - grita meu pai

Talvez se eu corresse sua punição seria me atropelar e eu sinceramente não estava nem um pouco afim de sofrer outro acidente. Entro no carro e bato forte a porta.
Seguimos para casa com um silêncio incômodo e tenso. Havia uma tensão no ar, ele estava louco para me espancar como se não houvesse amanhã, talvez realmente não houvesse um amanhã para mim.

☕︎☕︎☕︎

Em pouco tempo chegamos em casa. Não podia chamar aquele lugar de casa, eu só parava ali quando era obrigado. As rua eram a minha casa, lá eu não era de nada nem de ninguém.
É claro que já fui bem recebido assim que sai do carro.

- Você quase matou a Helena - grita. - O que você acha que o pai dela faria? Ele era a porra do meu melhor amigo - grita novamente

- Ele não faria nada! - exclamo. - Ele está morto

- VOCÊ SÓ ME DÁ VERGONHA! - grita

Meu pai vem em minha direção e me segura pela gola da camisa.

- Você não se contenta em acabar só com a sua vida? - pergunta me chacoalhando. - Você não pode acabar com a minha vida, não pode acabar com a vida daquela garota, você só pode acabar com a sua! - exclama

Me joga contra um armário.
Aquelas frases não eram incomuns na minha casa, as brigas não eram incomuns, nada daquilo era incomum.
Eu podia acabar com a minha vida, só precisava achar um jeito de fazê-lo.

- Você bate que nem criança - provoco

Começo a levar socos, um seguido do outro. Queria acabar com aquilo, estava cansado.
Em seu estado normal não me bateria até provocar a minha morte, porém estava exaltado o suficiente para fazê-lo.
Em alguns segundos já estava caído no chão, já não levando mais socos e sim chutes. Algo tira a atenção do homem de mim: a campainha.

- Se manda - fala apontando para as escadas da casa

Eu levando do chão cambaleando e sigo para a porta correndo com esperanças de fugir daquele lugar.
Algumas lágrimas escorriam pelas minhas bochechas, sentia vergonha  daquilo. Enxugo as lagrimas junto com o sangue espalhado em meu rosto antes de abrir a porta. Abro a mesma e dou de cara com uma das pessoas que menos desejava ver naquele universo, May.

Narrador:
A garota deu um pulo ao vê-lo daquela forma, fora até sua casa para dar-lhe uma boa surra. Porém quando chegou na mesma percebeu que não precisaria se desgastar com aquilo.
Já não bastara ter uma conversa tensa e triste com Helena, passar um sufoco com Soph e Liv, ter toda aquela tensão no hospital, ficar preocupada com o garoto no qual havia se afogado ainda teria que dar uma surra no Léo. Agora podia descontar uma coisa da sua lista.
Não bater no garoto não a fazia mais feliz, nem menos angustiada.

- Merda, Léo! - exclama. - O que você tem na cabeça? - pergunta

Ele a ignora e sai da casa correndo, atitudes típicas dele.
A garota lembrava de alguns anos atrás quando ele e Helena eram muito próximos, ele agia da mesma forma infantil, sempre fugia dos problemas.
Na verdade May não tinha muito direito de falar sobre fugir de problemas, ela era campeã em tentar fugir de alguns, um deles era Helena.
A garota sem memória se tornara um peso na consciência de todos. Todos sentiam uma parcela de culpa pelo estado da garota, todos estavam confusos sobre ela, todos não sabiam quem era Helena agora, e certamente demorariam um bom tempo para saber.


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Heyyy, espero que tenham gostado desse cap

GENTEEEEEEEE NESSE FERIADO PROVAVELMENTE VAI TER ATT DUPLO OU TRIPLO :)

GOSTARAM DO ESTILO NOVO DAS CAPAS??

ESTÃO GOSTANDO DO SEGUNDO LIVRO???

SE GOSTARAM JÁ SABEM NÉ??? DEIXEM UM COMENTÁRIO E UM VOTO, ISSO ME AJUDA MUITO!!!

like a ghost ☕︎ cellbit [book two]Onde histórias criam vida. Descubra agora