Loneliness

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I can't look at you in the same light
Know what you did to my heart doesn't feel right
Yeah, my head's been tripping all night
I need another point of view.

Narrador:
Helena afastou-se o mais rápido possível do garoto que estava um alterado e nervoso.

- Você não pode simplesmente acreditar em tudo que a May fala - fala

- E por que eu acreditaria em você? - rebate

O garoto bufa irritado com a discussão. Ele imaginava que não fizera aquilo de propósito, mas apenas imaginar não ser culpado por algo certamente não seria o suficiente. Estava chapado naquele dia e não tinha plena consciência de todos os seus atos.

- Não acredita - responde gritando. - Você tem pessoas melhores pra acreditar

A garota parou por alguns segundos para raciocinar, sequer lembrava de alguém, não sabia se podia confiar em alguma das pessoas nas quais "conhecera" no hospital. Aquela duvida até aquele momento não estivera em sua cabeça, mas Léo a despertou.
Helena instantaneamente começara se perguntar se tudo o que ouvira ao acordar era verdade, se as pessoas nas quais ela acreditara cegamente realmente valiam a pena. Sentiu um calafrio percorreu seu corpo, sentiu medo de ter sido enganada, então deu as costas para o garoto e seguiu da forma mais rápida possível para longe de tudo aquilo, mesmo que por pouco tempo.

☕︎☕︎☕︎

Enquanto toda aquela duvida rondava na cabeça da garota, Cellbit estava deitado em sua cama, preparando-se para dormir. Como de costume havia passado a madrugada acordado, mesmo exausto da madrugada quando encostava sua cabeça no travesseiro só conseguia pensar na única razão de não conseguir dormir, e essa razão certamente não era o excesso de café.

- Merda - murmurou pressionando seu rosto contra o travesseiro

Não acreditava em todas as coisas nas quais haviam acontecido, simplesmente estava perturbado com aquilo.

Percebera que não conseguiria completar o vazio no qual se instalara em seu coração como sempre fez: com episódios de Doctor Who, Jogos ou até mesmo madrugadas editando. Já era tarde demais para tirá-la da cabeça, era uma missão impossível. Pensava em como era estranho a garota ter conseguido entrar em seu coração, afinal, aquilo era extremamente difícil. Se contorcia na cama tentando afastar aqueles pensamentos nos quais rondavam sua cabeça por dias, porém percebeu que era mais uma coisa impossível de ser feita.

O garoto desejava ter alguém ali ao seu lado, se sentia sozinho. Até mesmo Mina seria o suficiente, mas fora "obrigado" a abrir mão de uma das criaturas nas quais mais amava no mundo, ele a deixara para trás em sua antiga cidade.
Sua frase "solidão me fez solidão" realmente fazia um baita sentido naquele momento.
Então como de costume, pegou seu celular e fez um tweet sem sentido para a maioria, mas com muito sentido para ele mesmo.

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Certamente a solidão não era algo presente apenas para aquele garoto, ela  estava presente em todos, mesmo que não fosse visível.

Mille estava saindo do aeroporto de Porto Alegre, desejava ver sua melhor amiga mas estava arrasada e sem qualquer rumo. A cada passo se praguejava de uma forma diferente, praguejava Helena também, queria esfolar o rosto da garota no asfalto.

Quando saíra de sua cidade, saíra pronta para um belo barraco a qualquer hora, na verdade ela sempre estava pronta para um. Tinha problemas em sua escola, alguns graves alguns não e a maioria era assim que ela conseguia resolver. Lembrara como Helena a ajudara em todas aquelas confusões de seu colégio, porém naquele momento não conseguia definir o sentimento que prevalecia sobre sua melhor amiga.
Bufou caminhando, se sentia sufocada e não tinha com quem contar, na verdade tinha, mas ela estava perdida, a antiga Helena, a Helena que a garota conhecera.
Respirou fundo antes que chorasse, recuperou suas forças e logo voltou a caminhar em direção ao hospital.

Quando finalmente chegou se encontrou em uma situação complicada. Helena estava sentada em um banco próximo ao hospital tendo uma conversa aparentemente nada agradável com um garoto de cabelos castanhos. Imaginou que não fosse uma boa hora para se aproximar, mas precisava ir até lá. Foi exatamente o que ela fez, caminhou até o banco tentando não assustar nenhum dos dois.

- Lena - falou controlando seu tom de voz

Helena automaticamente percebeu que aquela voz era familiar.

- Mille? - arriscou

Léo as encarava tentando entender aquela situação.

- SIM - quase gritou. - Você lembra de mim?

Mille preferia ser surda a ouvir um não.

- Você é familiar - responde Helena pegando as muletas e se levantando

Estava farta daquela conversa com Léo, estava farta de tentar entender tudo aquilo sem saber quem era ele ou o que ele fora em sua vida.

- Tchau - despediu-se do garoto querendo que aquela despedida fosse eterna.

Em algum tempo aquela despedida seria eterna, bastava saber para qual dos dois.

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Heyyyy espero que tenham gostado do capítulo

QUASE 7K EM INTERNET FAMOUS, CASSETE!!!!!!!!!!!

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like a ghost ☕︎ cellbit [book two]Onde histórias criam vida. Descubra agora