Time

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Cause we're something she can't see
And I try to refrain but you're stuck in my brain
All I do is cry and complain, because 2nd's not the same.

Narrador:

Helena tentava ao máximo entender todos os motivos pelos quais Léo tentava mantê-la ali.
Seus olhares sobre ela pareciam de culpa, parecia se sentir culpado por algo, e o motivo da culpa era óbvio, o acidente.

O garoto queria se desculpar, mas talvez fosse tarde demais para pedir perdão, talvez fosse tarde demais para mudar. Era tarde demais para muitas coisas. O tempo passava, dessa forma magoas se acumulavam e ele parecia não entender isso.

O tempo passa, isso realmente era algo a se pensar, talvez o tempo não passasse para alguns, talvez passasse rápido demais para outros. Mas algo era certo, era uma das certezas mais certas do que a única certeza da vida: a morte. Essa certeza é que só algo poderia dissolver sentimentos: o tempo.

Sentimentos são na maioria das vezes temporários, e Léo realmente desejava há muito tempo a ação desse tempo em relação aos sentimentos. Mas aparentemente aquele tempo nunca passara. Ou talvez até tivesse passado, mas não o "bom tempo". Como posso definir o bom tempo? Vamos lá.

O "bom tempo" pode significar o esquecimento ou apenas o fim de coisas nas quais machucam o ser.

O "tempo ruim" é algo um pouco mais complexo, basicamente todos já passaram por ele, entretanto poucos refletiram sobre o mesmo. Esse tempo pode ser retratado de uma forma torturante, em vez de curar – como por exemplo cicatrizar feridas – Ele simplesmente faz tudo ficar pior  –  como se as feridas infeccionassem e basicamente obrigassem você a amputar o membro ferido.

☕︎☕︎☕︎

Para a sorte de Helena a hora de voltar para seu lugar finalmente chegou, a conversa com o garoto parecia ter chegado ao fim, assim como a vontade do garoto de viver.

Sentou-se ao lado de sua melhor amiga fazendo o garoto de expressão imutável voltar para seu lugar.
As duas se entreolharam compartilhando sua indignação com aquele maldito voo.

- Queria uma pizza - diz May

- Queria um suicídio - fala Helena

- Pra viagem - responde May com um risinho

- Que péssimo! - exclama Helena rindo da piada ruim

- Se você visse o que eu acabei de passar não chamaria isso de péssimo

- Conta 

☕︎☕︎☕︎

Aquele voo torturante finalmente acabou. O avião pousou em São Paulo e as garotas saíram o mais rápido possível do mesmo.

Pov's: Helena

Pegamos nossa bagagem rapidamente na esteira "fugindo" dos dois garotos. Na verdade, se pudéssemos nos camuflaríamos nas paredes ou até mesmo no nosso habitat natural: o lixo.

Seguimos para a saída do aeroporto, um local incrivelmente familiar. Já era madrugada, para ser específica era 01:03 da manhã, e é claro que não podíamos pegar o metrô, afinal, ele não estava funcionando uma hora dessas.

Respirei fundo ao encontrar um táxi a minha frente, respirei mais fundo ainda quando percebi a necessidade de entrar ali.

- Merda - murmurei caminhando em direção ao carro

Meu estômago embrulhou no momento que entrei táxi, estava pronta para vomitar ou até mesmo me começar a espernear no chão chamando a minha mãe. Mas não fiz nada daquilo, apenas tentei entrar no taxi como uma pessoa madura sem traumas.

May deu todas as instruções para o taxista notando meu estado de choque naquele local.

Ligo meu celular lembrando da mensagem que eu havia recebido no avião.

Rafael Lange: ALOOOOO
[10:21 PM]

Ex Lena: HEYYY
[01:10 AM]

Ex Lena: desculpa a demora, não podia usar o celular onde eu tava [01:10 AM]

Rafael Lange: ONDE????????? [01:14 AM]

Ex Lena: um lugar [01:15 AM]

Rafael Lange: QUE LUGAR????? [01:15 AM]

Ex Lena: VOCÊ JÁ VAI SABER [01:23 AM]

Rafael Lange: não vou poder ir pra poa no seu aniversário =/ [01:24 AM]

Rafael Lange: que merda [ 01:24 AM]

Ex Lena: meu aniversário [01:25 AM]

Ex Lena: :D [01:25 AM]

Rafael Lange: eu n entend mais caralho nenhum [01:26 AM]

Ex Lena: logo vai entender

Deixei o celular de lado após aquela resposta, acabara de chegar no hotel, e advinha? Eu estava viva.

- Amém - falo respirando fundo ao sair do carro

Pego as muletas, logo em seguida ajeito minha mochila nas costas e sigo para dentro do hotel.

☕︎☕︎☕︎

Após resolver toda  a burocracia do hotel subi sozinha para o quarto, May parecia ter algo para resolver as 01:45 da manhã, não questionei apesar de querer entender aquilo. Eu realmente esperava que ela tomasse no cu por me deixar sozinha ali.

Narrador:

Os desejos de Helena realmente pareciam ser obedecidos por alguma força superior, a menina parecia uma profeta em relação à catástrofes. Se havia uma frase que se encaixava perfeitamente bem na vida da garota essa frase era: "cuidado com o que deseja" e esta frase se aplicaria naquele dia.

May fora o alvo naquela madrugada. A garota estava no taxi indo em direção à casa de Soph quando o taxi parou bruscamente e a mandou descer. Era óbvia e explícita a sua indignação com aquilo.

- PORRA! - gritou enquanto o taxi a deixava naquela rua deserta.

Logo após aquele grito uma voz ecoou atrás da garota.

- MAYARA? - perguntou uma voz feminina.

A menina ofegava metros de distância de May.

☕︎☕︎☕︎

Aquela madrugada certamente se resumiria nas piores horas de sua vida, e essas horas estavam prestes a começar.

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HEYYY, ESPERO QUE TENHAM GOSTADO DO CAP

VIRAM AS CAPAS NOVAS??? GOSTARAM???

SE GOSTARAM JÁ SABEM NÉ? DEIXEM UM VOTO E UM COMENTÁRIO, ISSO ME AJUDA MUITO.

like a ghost ☕︎ cellbit [book two]Onde histórias criam vida. Descubra agora